Breakaway

Precursora do Laço entre as mulheres

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Apaixonada por laço desde muito jovem, Eliziane Ribeiro Nogueira é considerada a pioneira do Laço no Brasil entre as mulheres.

Eliziane Nogueira já participou de muitas provas onde era a única mulher laçando e, desde que o Breakaway Roping chegou ao Brasil, encabeçou a fila de competidoras na modalidade, consagrando sua experiência. Ela não compete mais regularmente, mas é a inspiração para muitas meninas de hoje em dia.

“Sempre gostei de cavalo e principalmente de laçar”, começa a contar Eliziane. Enfrentando dificuldades e muito preconceito, ela nunca deixou nada influenciar a sua paixão e o destino acabou levando a construir sua família na modalidade. Com orgulho, conta que foi casada com o grande laçador Lucinei Nunes Nogueira, o ‘Testa’, e também fala do filho Juninho Nogueira, hoje reconhecido internacionalmente no Laço em Dupla, ao qual dá total apoio e incentivo.

Começando muito cedo, Eliziane lembra do tempo que a corda era tratada como joia. “A gente não tinha por aqui não, as que apareciam, vinham dos Estados Unidos, trazidas por um amigo ou outro. A gente lavava a corda para não estragar e secava esticadinha, parecia uma joia. Laçava o dia inteiro, só na vontade, sem técnica, no braço mesmo, até que decidi que precisava fazer um curso e todos falavam que eu devia fazer com o Testa, já famoso na época”.

Amigos em comum de Eliziane e Testa falavam de um para o outro e o laçador tomou a iniciativa de ligar, convidando-a para conhecer sua tropa, formada de cavalo puro, o que era muito difícil na época. Não tinha como negar o convite e assim começou a amizade, que se transformou num namoro de cinco anos e o casamento, período que o laço foi vivido intensamente pelos dois.

Por ter se tornado conhecida como laçadora, assim que começaram a elaborar a chegada do Breakaway Roping no Brasil, Eliziane foi procurada pelo pessoal da Associação Nacional do Laço de Bezerro para fazer uma apresentação no Campeonato Nacional da ABQM. “Amei a ideia, pois era meu sonho antigo ter a opção de uma prova de Laço de Bezerro diferenciada, realmente dedicada às mulheres. Sempre lacei com homens e até tive o privilégio de ganhar de alguns deles, mas, mesmo assim, por muitos anos, a mulher nunca foi valorizada no laço”.

Ela já havia parado de laçar, quando o Breakaway estava chegando ao Brasil, mas se empolgou de novo e acabou se tornando um desafio. “Voltar às pistas foi um grande desafio. E assim, de uma apresentação que faria no Nacional, acabou se transformando em prova mesmo, já que tiveram mais inscrições”, disse.

Com o incentivo do filho Juninho, que insistia para ela estar sempre treinando, Eliziane ganhou em sua estreia no Breakaway e foi conquistando mais premiações, a cada evento participado. De 2012 para cá, dentre os principais títulos recebidos, tem no currículo: campeã do Congresso Brasileiro 2012, do Campeonato Nacional 2012 e 2013 e também da Copa dos Campeões 2012.

“Nestes dois últimos anos dei uma parada novamente, mas já estou pensando em voltar, pois não consigo ficar parada muito tempo. Hoje fico feliz em ver as meninas que estão chegando, com competência, para a disputa e acredito que pude colaborar para isto. A renovação é importante em todo o esporte, e sei que temos várias meninas laçando por todo o país”, continuou.

Para Eliziane a chegada do Breakaway como prova oficial serviu para a consagração da sua experiência no laço. “Não posso dizer que é uma realização pessoal, mas sim uma consolidação da minha experiência, numa modalidade que sonhava lá atrás, quando comecei. Fico feliz hoje de poder ver que para o futuro, cada vez mais meninas não precisarão mais passar pelo que sofri para laçar, conquistando respeito.

As boas histórias do passado dizem que ela também competiu no Bulldog, algo que nenhuma outra mulher fez até hoje. Outro fator que poucos sabem, talvez, que era ela que puxava cabeça para o Juninho treinar, em Presidente Bernardes/SP, região de Presidente Prudente, berço do Laço no Brasil. Mesmo sem estar dentro da pista, o Laço é sua vida até hoje, traduzindo o amor pelo marido ‘In Memorian’ e pelo filho que trilha um dos mais belos caminhos no esporte.

Fonte: Editora Passos
Foto: Miguel Oliveira

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