Pai e filha, fortes nomes do Working Cow Horse, foram os destaques do evento nessa modalidade
Modalidade que alia a destreza no trabalho com boi e a plasticidade de movimentos com manobras de rédeas, o Working Cow Horse teve 26% de crescimento no último Campeonato Nacional da raça Quarto de Milha, realizado em julho, em Londrina/SP. Entre os destaques, Karoline Kazue Rodrigues, detentora da maior marca da competição, 443 pontos, sagrando-se campeã Nacional Amador Junior 2018.
A segunda maior nota foi de Nelson Rodrigues, 430, na Aberta Junior com Pepto Roan Cat, campeões da categoria. Com 429,5 a terceira maior pontuação do Working Cow Horse nesse Nacional foi de um conjunto destaque nas pistas, Henrique Paccola Ribeiro e Equicenter Country, reservados campeões Nacionais Aberta Junior.
Em 2013, os filhos do One Time Pepto ganharam muita coisa nos eventos da NRCHA, a associação americana que regulamenta o Working Cow Horse nos Estados Unidos. Cavalos como Time For The Diamond, Hickory Holly Time – com Kelly Phillips (atual campeão do World’s Greatest Horseman). Em 2014 também, This One Time e Good Time, campeões em eventos de grande porte por lá.
Em 2016, ele correu o Nacional ABQM, ganhando a categoria Cavalo Iniciante e depois o Potro do Futuro ABQM na categoria Aberta Livre. No ano seguinte, vieram os títulos do Congresso ABQM na Aberta Junior, Copa dos Campeões ABQM na Aberta Junior, Derby ABQM na Aberta, entre outros pela Associação Nacional de Working Cow Horse. A atual temporada chegou e os títulos continuaram acontecendo. No Congresso desse ano, venceram na Amador Junior e agora o Nacional Amador Junior, como também algumas provas da ANCH.
Karol conta que nesses dois últimos anos de prova, ele vem correndo de hackamore, embocadura que ele se adaptou mais e trabalha melhor do que no bridão. “Ele é muito fácil de empurrar, e ele AMA fazer o cow horse. Você sente que se diverte. Só não adianta segurar ele no boi, porque ele sabe exatamente o momento certo de fazer o corte. Ele me ensinou muito a ter confiança no corte, porque ele lê o boi muito bem, e sabe a hora certa de entrar. Eu só deixo ele ir, e ele faz tudo sozinho”.
No Nacional, o foco era na categoria Aberta Junior, o único título que ele ainda não tem. Ganhando teria conquistado a tríplice coroa, mas não deu certo. Na prova da Amador, Karol lembra que a boiada estava bem ‘dura’ e ela ficou um pouco insegura. “Meu plano era fazer uma passada limpa na rédeas, mas empurrar um pouquinho, porque eu sabia que ele não estava cansado, e terminar a prova do boi, se tudo desse certo”.
Até que entraram em pista. “Na rédeas tudo correu conforme planejado. Mas no boi foi além da expectativa. No box, apesar de ter controlado bem o boi, ainda não tinha certeza se ele seria bom na cerca. Mas o único jeito de descobrir ela levá-lo, e fomos. O boi correu alinhado e o Brew tirou de letra. Foi tudo perfeito. Ele terminou a prova e nem estava ofegante. Eu não poderia pedir mais do meu cavalo nem do boi. Um sonho realizado! Sair da pista e receber os abraços das pessoas que eu mais amo, meu pai e minha mãe, meu tio, minha priminha, meu namorado, amigos e amigas, só podia dar em choro!”

Foto: Adilson Silva
Em contato com cavalos desde que nasceu, por causa do trabalho do pai, ela compete há 25 anos, e além do Cow Horse e da Rédeas, que atualmente pratica, já fez Western Pleasure e até Seis Balizas. Conta que vem lutando há algum tempo para melhorar suas apresentações no Cow Horse. “Tive um acidente feio na minha primeira prova (há muitos anos atrás kkkkkk), por falta de prática e por não saber ler o boi, e isso ainda me assombra até hoje. Tenho medo de acontecer novamente”.
E pensar que ela quase não se inscreveu para essa prova. “Tenho me contido ultimamente nos gastos com inscrições porque estamos investindo tudo que temos na construção da pista coberta do Rancho. Mas minha mãe sempre me incentiva e me convence. Ela sempre diz ‘tanta gente queria ter um cavalo (e um cavalo bom) para correr prova, e você tem e não vai fazer?’”. Dona Tânia sabe das coisas!
E foi com todo apoio do pai e empurrãozinho da mãe que Karol vem somando títulos. “Nessas, ganhei o Derby e o Stakes da ANCH esse ano, e o Congresso ABQM Amador Jr, todas com o Brew. Ele é com certeza um cara muito especial e diferenciado, como atleta e indivíduo”, encerra Karol. Os planos agora são de começar a correr nas categorias Senior e, quem sabe, investir na venda de coberturas dele. Talento e feeling esses dois têm de sobra!
Por Luciana Omena
Fotos: ABQM/Divulgação