Saúde & Bem-estar

Habronemose Cutânea Equina

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Também conhecida como Ferida de Verão

A habronemose cutânea dos equídeos, é uma patologia causada pelas larvas do nematoide chamado Habronema muscae e Drashia megastoma, conhecidas como mosca doméstica ou mosca do estábulo. A doença pode se manifestar de quatro formas: cutânea, conjuntival, pulmonar e gástrica, sendo mais comum a forma cutânea.

É conhecida como ferida de verão, pois é nessa época do ano em que ocorre maior proliferação desses parasitas. Como consequência, uma maior incidência de casos. Mesmo não levando a morte, causa queda do rendimento e incomodo aos animais.

O ciclo da doença na forma gástrica começa quando a mosca deposita suas larvas no ambiente ou próximo da boca dos animais, que acidentalmente acabam engolindo. Já no estômago do cavalo essas larvas se desenvolvem e se reproduzem. As fêmeas do parasita depositam seus ovos e/ou larvas imaturas que serão eliminadas juntamente com as fezes, iniciando assim um novo ciclo.

Na forma cutânea da verminose ocorre o ciclo errático da doença, onde a mosca deposita seus ovos ou larvas em feridas já existentes. Normalmente em membros, que é o local mais comum de feridas nos cavalos. Ou em locais onde o animal não consegue espantar a mosca, como na região dos olhos, pescoço, pálpebra e na região do pênis nos machos. A presença das larvas nas feridas é bastante incomoda, gerando uma reação alérgica e inflamatória.

Evolução do Habronema com 30 (nessa foto) e 60 dias (foto abaixo) de tratamento adequado

Os sintomas que os animais apresentam são pruridos intensos (coceira), lesões que sangram com facilidade e se espalham quando são coçadas. E esponjosas com tecido de granulação, que em poucos meses podem se transformar em úlceras. Normalmente caracterizadas pela dificuldade de cicatrização. Quando acomete a região peniana dos machos, pode causar incomodo para urinar.

O diagnóstico é feito facilmente encontrando e identificando as larvas na lesão pelo exame histopatológico. Ou através de raspado de pele e biópsia, que deve ser feito pelo Médico Veterinário.

Existem dois tipos de tratamento para a lesão: tópico e cirúrgico. O tratamento cirúrgico é recomendado nos casos de feridas que não cicatrizam e nódulos calcificados causando um transtorno estético. Também pode ser realizado através de criocirurgia (utilização de nitrogênio) e radioterapia. Deve ser feito apenas por um Médico Veterinário devidamente capacitado.

Já o tratamento tópico é mais simples, feito pela utilização de pomada antibiótica a fim de evitar uma infecção bacteriana secundária. E ainda medicamentos anti-inflamatórios, inclusive pode ser indicado a vermifugação oral e o cuidado de manter a lesão coberta com o objetivo de evitar a proliferação da verminose em outros animais.

Visa-se sempre a importância do diagnóstico e prescrição de tratamento através de um profissional da área veterinária. Uma forma importante de prevenção dessa enfermidade é a higienização correta e rotineira das baias/estábulos, tratamento eficaz das lesões pré-existentes dos animais e dar um destino correto para as fezes e esterco, e assim evitando que as moscas fiquem próximas aos locais de rotina dos cavalos, impedindo a deposição dos ovos e larvas na tropa.

O prognóstico é positivo por se tratar de uma doença que dificilmente levará ao óbito, porém o tratamento pode ser demorado.

Fontes: Escola do Cavalo, Faef, Vansil e Infoescola
Por Djovana Tomazi Garighan, aluna do 5° Semestre em Veterinária da Universidade de Sorocaba
Supervisão Flavia Guerra, Médica Veterinária

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