Uma semana após criarem um grupo de discussão sobre melhorias que poderiam vir a ser implementadas na ANCR, resolvi tocar em alguns pontos delicados
A ANCR – Associação Nacional do Cavalo de Rédeas – é a entidade que rege a modalidade no Brasil. Quando vi o nome do grupo e o motivo de ter sido criado, minha primeira reação: PÂNICO. Tenho um certo pavor de polêmicas e discussões. Resquícios do meu tempo de presidência do NCCR – Núcleo Castello do Cavalo de Rédeas.
A lista de exigências dos participantes é longa, mas o que mais assusta é a falta de informação e conhecimento dos insatisfeitos. Crítica bem fundamentada vem de críticos bem informados. Parece que não era o caso quando o grupo começou. Existe uma grande diferença entre exigir melhorias, entender as causas do que supostamente precisa de melhorias e contribuir para que realmente ocorram melhorias.
Fato é que em grupo de mensagens instantâneas e em rodinhas de amigos todo mundo é muito valente, e fala muita besteira. Eu mesma já ouvi de tudo, que é importante ensinar as crianças a pegarem duro nos cavalos, que o presidente da associação ficou rico durante o mandato, que a filiação à NRHA não agrega em nada. E na hora da assembleia geral da ANCR, cadê todo mundo? Cri-cri, cri-cri….
Com frequência me abstenho de dar opinião porque muitas pessoas têm uma habilidade incrível de interpretar como ofensa. Afinal, hoje vivemos num mundo onde parece ser mais importante ser politicamente correto do que expor sua opinião. Parece que só é certo se pronunciar se for para concordar. O pior é que eu tenho uma forte tendência a ser politicamente correta, não tenho paciência e me falta compostura para lidar com ignorância. Pior, para lidar com quem não quer ouvir a experiência de quem já está nessa peleja há muito tempo. Não falo apenas por mim, que faço Rédeas há 23 anos, mas também pelo que aprendi com um homem que sustentou família, criou filha e sobrevive até hoje dos cavalos e da modalidade, e que é associado desde a fundação da associação.
Me senti na obrigação de me manifestar. Ressaltei muitas vezes (porque no começo, nitidamente, não entenderam) que o que eu exponho não é a defesa das coisas como estão, mas sim, primeiramente, o relato de fatos que justificam certas decisões e orientam a atuação da diretoria, regras, políticas. E sigo acreditando na minha missão de INFORMAR. Informação é crucial para fundamentar críticas e propor soluções. Prometi para mim mesma não deixar fazerem críticas ‘por esporte’, por mais que o processo ‘educativo’ seja desgastante para mim.
A minha avaliação nessa quase uma semana de existência do grupo é que contribuí. Muitas pessoas também contribuíram. Com mais informação, as pessoas refletem, repensam, perguntam. É nítido que o nível da conversa mudou. É só uma pena que ninguém tenha feito a ‘lição de casa’, de pesquisar, se informar, conversar, antes de atirar pedras. Ainda, é uma pena que algumas exigências tenham motivação tão egoístas enquanto a modalidade e a associação têm tantos outros macro problemas que poderiam vir a ser minimizados com a mobilização dos associados.
Elaboraram uma pauta. Não concordo com alguns itens, mas paciência. É a democracia, vamos colocar em discussão, sem problemas. Mas alguns assuntos abordados me chamaram mais atenção, alguns comentários me fizeram o sangue ferver. Quando li, veio aquele primeiro pensamento, mas que na hora não me pareceu nada politicamente correto digitar e enviar. Mas posso citar aqui (relato completo no blog): Potro do Futuro Amador na sexta à noite; A importância dos Núcleos; Patrocínio; Estrutura dos eventos para acomodar a família. Sobre outros pontos eu consigo me conter e aguardar a tal da reunião que acontecerá para discutir a pauta.
Por Karoline Rodrigues
Plusoneandahalf