Com toda a certeza, o histórico da utilização do cavalo na área de saúde é tão antigo quanto a própria história da Medicina. Estudiosos da área dizem que Hipócrates (460-377 a.c.) se refere à equitação como fator regenerador da saúde em seu compêndio Das Dietas. Considerado por muitos uma das figuras mais importantes da história da Medicina, o grego se dedicou a arte da cura.
Em seguida, Claudio Galeno (129-199 d.C.), proeminente médico e filósofo romano de origem grega, também enfatizou os benefícios da atividade equestre no processo de cura das pessoas. Além disso, foi, provavelmente o mais talentoso médico investigativo do período romano. Suas teorias dominaram e influenciaram a ciência médica ocidental por mais de um milênio.
Já na Idade Média, um período da história da Europa entre os Séculos 5 e 15, os árabes apresentam inúmeras referências a utilização do cavalo na área de saúde. Trata-se do começo do Império Romano do Ocidente, em 476, até a tomada de Constantinopla pelos turcos, em 1453. Eventualmente, os árabes nesse período deram contribuições para o desenvolvimento da ciência em um quadro de cultura equestre.
Era Moderna
Em 1569, Jeronimus Mercurialis, em A Arte Ginástica, mencionou que a equitação exercita não só o corpo, mas também os sentidos. Ele foi um humanista e seu livro recuperou a teoria da ginástica greco-romana, abandonada durante a Idade Média, no sentido da prática dos exercícios físicos voltados para a saúde.
Mais de cem anos depois, em 1676, o médico Thomas Sydenham emprestava seus cavalos para pacientes sem recursos. Foi um médico inglês (1624 – 1689), amigo de influentes homens de seu tempo como Robert Boyle e John Locke, e escreveu muitas obras.
Charles Castel, em 1734, médico e abade de Saint Pierre, criou a cadeira ‘tremoussoir’, que reproduzia movimentos similares aos do cavalo. Logo depois, em 1747, Samuel T. Quelmaz fez a primeira referência histórica ao movimento tridimensional do dorso do cavalo. Do mesmo modo Joseph C.Tissot, em Ginástica Médica e Cirúrgica (1782), descreve o passo do cavalo como a andadura mais benéfica.
Novos tempos
Início do Século 20 da era moderna, em 1901, o Hospital Ortopédico de Owenstry, na Inglaterra, fez a primeira utilização da equoterapia em contexto hospitalar. Na França, em 1965, a Universidade de Salpentiére inaugurou a matéria didática de equoterapia. A primeira tese de doutorado sobre essa técnica terapeutica foi defendida pela Dra. Collete Picart Trintelin, na Universidade de Paris – VaI de Manee, em 1972.
O uso do cavalo na área de saúde com fins terapêuticos, de acordo com a literatura médica europeia, iniciou-se por volta de 1735. Em 1950, esses programas se estabeleceram na Inglaterra e logo depois nos outros países europeus. Na Alemanha e na Suíça a montaria vem sendo utilizada como forma de terapia há mais de 20 anos.
O Deutsches Kuratorium für Therapeutisches Reiten, centro alemão especializado neste tipo de tratamento, forma profissionais hipoterapeutas. No Brasil, a equoterapia vem sendo aplicada e ensinada pela Associação Nacional de Equoterapia (ANDE-BRASIL), instituição beneficente fundada em 1989 e localizada na Granja do Torto, em Brasília.
A saber, método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar. Ou seja, um conjunto de técnicas reeducativas que agem para superar danos sensoriais, motores, cognitivos e comportamentais, através de uma atividade lúdico-desportiva, que tem como meio o cavalo.
A palavra equoterapia foi criada no Brasil para caracterizar todas as práticas que utilizam o cavalo com técnicas de equitação e atividades equestres para fins terapêuticos.
Fonte: aems.edu, escola paulista de medicina, wikipedia
Crédito das fotos: Divulgação/Freepik
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