Taci Bettis, Novata do Ano da WPRA 2017, foi a campeã de Três Tambores no premiado The American mês passado
Taci e Smash. Foto: Nancy WilkinsAs recentes conquistas de Taci Bettis mostram que condições modestas podem ser superadas com muito trabalho, determinação e dedicação. Lupe Zepeda, sua mãe, solteira trabalhadora, lembra que para manter a filha com bons cavalos e competindo, não podia comprar trailers mais elaborados. “Sabia que ela percebia a diferença entre o dela e de outras meninas, mas teve que ser assim. Ver onde ela está hoje me faz chorar, porque eu sei o que foi preciso para chegar até aqui”.
Taci, de Round Top, Texas, agora com 26 anos, está vivendo seu sonho. Terminou a temporada 2017 da ProRodeo como ‘Rookie Of The Year’, a melhor novata do ano, prêmio dado ao melhor competidor estreante no circuito, e a National Finals Rodeo em terceiro lugar no ranking final da WPRCA. “Tudo é possível se você trabalha duro e nunca desiste”, disse Bettis. Em sua primeira NFR, ela entrou como a novata que mais somou ganhos em uma temporada de estreia – US$ 97.023,00, ganhando mais US$37.816,94 na Finals, somados ao ranking final da temporada.
Com Smash em Mississipi. Foto: Jeff HomanE tudo começou pelo amor de sua mãe aos cavalos. Antes mesmo de andar, Taci já estava em cima de um cavalo com sua mãe. Aos quatro anos, ela montava sozinha e traçava seu destino. Nada foi forçado, ela também amava cavalos, e a cada ano foi evoluindo. Cabeleireira, Lupe trabalhava duro para manter um animal que sua filha pudesse competir. Taci sempre teve a ajuda incondicional dela, e de seu irmão BJ também. Batalhava muito, pois queria mais, queria ganhar as provas, então se dedicava ao máximo.
Cheyenne Frontier Days Rodeo. Foto: Ty StocktonO começo da carreira foi em rodeios para competidores jovens e provas na região onde moram. O desafio era encontrar cavalos talentosos e baratos de comprar, pois a manutenção, alimentação e veterinário, custava caro, sem contar as viagens para as competições. Para que tudo fosse possível, Lupe e BJ trabalharam em turnos dobrados, faziam trabalhos extras. Tudo visando mantê-la no circuito. Quando começou a ficar mais velha, competir em rodeios para adultos, podendo até mesmo pagar pelos custos de inscrição e outros, Taci percebeu o quanto sua família teve de sacrifício. Mas que não foram em vão, ela estava destinada a brilhar.
Mesmo já mais adulta, as coisas não aliviaram. Com o dinheiro que ganhava em provas menores ou jackpots, ela pagava o diesel da caminhonete e suas inscrições. Tirava de um lado para cobrir o outro. Quando estava no ensino médio, dividia seu tempo entre os cavalos e competições de Softball, e ainda atividades por sua escola, a Future Farmers of America. “O dia não dava para tantas atividades. Tive que escolher se iria seguir no Softball e ser boa nisso, ou se ia ficar somente com os cavalos e ser boa nisso. Fiquei com os cavalos”. Mas Taci continuou os estudos e se formou em Negócios Agrícolas pela Sam Houston State University, de Huntsville, Texas.
Taci e Jeremy Bettis. Foto: Nancy WilkinsCom os estudos concluídos, se dedicou aos Três Tambores. E teve ajuda da veterana Tammy Fischer para aperfeiçoar suas habilidades. Foi através de Fischer que Taci comprou seu cavalo, Bogie Is A Smash. E ela estava pronta para um cavalo melhor. A amiga deixou que pagasse de forma suave e ela tinha outro nível para alcançar agora. Era chegada hora de começar a ir a rodeios classificatórios para o ranking mundial com um cavalo bem firme. Alguns títulos de destaque começaram a pipocar a partir de 2015. Em 2017 ela correu alguns rodeios importantes com outro cavalo, Bogies French Bug, até que Smash se recuperasse de uma lesão.
No The American 2018. Foto de Kailey SullinsCom seu cavalo de volta à boa forma, ainda em 2017, ela se inscreveu novamente nas etapas que contam pontos para a NFR e foi subindo de posição no ranking. Passou a viver na estrada, ganhando ou ficando entre as três melhores a cada rodeio que ia. Quando a temporada estava perto de acabar, o ranking fecha em outubro, Taci tinha ganhos suficientes, cerca de US$ 80 mil, para garantir sua participação na primeira NFR da sua carreira. E ela foi fantástica. Agora está tendo oportunidades ótimas, entre elas participar do The American, ser a campeã e levar para casa o cheque de US$ 100.000,00. E também de montar no Houston Rodeo, que acaba esse final de semana, o maior do mundo.
“Eu só tenho que agradecer à minha família por todo suporte e apoio, e à Tammy por me ajudar desde o início. Eu teria sido uma novata perdida sem ela.”
Por Luciana Omena
Fonte: Barrel Horse News