O cavaleiro Rodolpho Riskalla garantiu uma inédita prata do Brasil no Adestramento Paraquestre Grau IV nos Jogos Paralímpicos de Tóquio nessa quinta-feira, 26/8, no parque equestre Koji Baen. Terceiro de 15 concorrentes no picadeiro, embalado pela trilha de “Aquarela do Brasil” que tocava ao fundo, Rodolpho montando Don Henrico fechou com 74,659% de aproveitamento assumindo a liderança da competição.
Ao final, sagrou-se campeã a holandesa Sanne Voets, 9ª dos 15 concorrentes, montando Demantur, que registrou 76,585%. Voets foi campeã na Rio 2016 e é campeã mundial 2018 e atual campeã europeia. O bronze ficou com a belga Manon Claeys com San Dior, 72,853%.
Foi também com Don Henrico, de 18 anos seu companheiro de longa data de propriedade da ex-amazona olímpica alemã Ann Katrin Linsehof, que Rodolpho conquistou duas pratas nos Jogos Equestres Mundiais 2018, a Copa do Mundo do Hipismo realizada a cada quatro anos, que teve sua última edição em Tryon (EUA).
“Entrar no começo é sempre difícil. Tento me concentrar só no que está acontecendo entre nós, meu cavalo e eu. Não pude treinar nenhum dia sozinho na pista, então cria um pouco de tensão no começo, mas eu o conheço, vai relaxando. Deu tudo certo, fiquei super contente. Estou muito emocionado em competir em uma pista e um evento como esse… Dia 30 tem mais!”, destacou Rodolhpo, 36, que agora com grande chances de garantir mais uma medalha na 2ª feira, 30/8, no Freestyle Grau IV, reprise com sequencia livre de movimentos obrigatórios e acompanhamento musical.
Rodolpho Riskalla
Até 2015, Rodolpho Riskalla, que começou montar na infância em São Paulo no Clube Hípico de Santo Amaro, competia no Adestramento Clássico com várias conquistas. A partir da década de 2000 se transferiu para Europa treinando com renomados nomes da modalidade. Em 2015 contraiu meningite bacteriana e como consequência da doença sofreu a amputação tibial das duas pernas, mão direita e dedos da mão esquerda.
Apesar das adversidades voltou a montar. No início de 2016, meses depois de intenso tratamento, fisioterapia e adequação a próteses, Rodolpho voltou a montar no clube Polo de Paris com apoio da mãe e treinadora Rosangele e da irmã Victória, amazona de Adestramento. Riskalla passou a dividir seu tempo entre o trabalho como gerente de eventos na Christian Dior e treinos e viagens montando Don Henrico, cavalo da raça hannoveriana cedido por sua amiga e patrocinadora, a amazona olímpica alemã Ann Kathrin Linsenhoff, do Stud Schafhof. O conjunto foi convocado para integrar o Time Brasil nos Jogos Paralímpicos do Rio 2016 na categoria Grau IV, ficando em 10º na classificação individual e em 7º por equipe. Vale destacar que o cavaleiro também voltou competir com sucesso em provas de Adestramento Clássico.
Medalhas Brasil
O Brasil soma agora cinco medalhas no adestramento paralímpico. Dois bronzes Marcos Fernandes Alves, o Joca, em Pequim 2008 e outros dois com Sergio Froes Oliva na Rio 2016.
Rodolpho está em Tóquio ao lado de sua mãe Rosangele Riskalla e Holga Finken, seus treinadores, sua irmã Victoria Riskalla que viajou com Don Henrico, equipe veterinária e Marcela Parsons, diretora Paraquestre da CBH e que também é treinadora de Sérgio Oliva. Sérgio está em sua quarta Paralimpíada e estreia nessa sexta-feira, 27/8, no Grau I, montando Milenium, às 4h8min (fuso brasileiro), ou seja 16h8min no Japão.
Fonte: CBH
Credito da foto: Divulgação/Wander Roberto – CPB