O ser humano moderno em xeque

Marcelo Pardini faz uma reflexão em sua coluna da semana sobre o ser humano moderno e a relação atual na qual vivemos

A pandemia nos fez repensar a maneira como temos vivido, desde as escolhas em relação à comida até a espiritualidade

Estamos passando por um dos momentos de maior tensão da vida moderna, do Oriente ao Ocidente, com a pandemia do coronavírus (covid-19). Muitas informações desencontradas, muito medo, angústia, pânico, mortes. O cenário é inesperado e o desfecho incerto. Por isso, temos uma oportunidade única de fazermos novas e amplas reflexões: o que queremos? Para onde estamos caminhando? Quais os limites do homem?

Como pano de fundo para esta reflexão, uso como referência bibliográfica a 52ª edição do livro Como fazer amigos & influenciar pessoas (Companhia Editora Nacional/2012), de Dale Carnegie, cuja primeira versão foi publicada nos Estados Unidos em 1937. Essa leitura é obrigatória para todo ser humano que quer entender e compreender a própria espécie. Já são mais de 50 milhões de exemplares vendidos no mundo todo.

O momento atual demanda calma, paciência, benevolência, coragem e Fé. Muita Fé! É tempo de repensarmos as nossas atitudes, especialmente em relação às buscas, aos valores, às comidas, à visão sobre a Natureza, ao respeito para com o próximo e, no Brasil, à desigualdade social.

“Qualquer idiota pode criticar, condenar e se queixar – e a maioria o faz. Mas é preciso ter caráter e autocontrole para ser complacente e perdoar. Em lugar de condenar, procuremos compreender. Procuremos descobrir o porquê fazem o que fazem. Essa atitude é muito mais benéfica do que criticar; e gera simpatia, tolerância e bondade”, escreveu Dale Carnegie. Paremos de apontar e julgar! Tenhamos mais amor, para conosco e para com os outros! Se queremos um mundo melhor, a mudança precisa vir de nós! “Você conhece alguém a quem deseja modificar, aconselhar e melhorar? Excelente! Isso é bom. Sou inteiramente a favor. Mas por que não começar por si mesmo? ‘Não se queixe da neve no telhado da casa do seu vizinho, quando a soleira da sua porta não está limpa’, disse Confúcio”.

O que é essencial? Eis a pergunta que não quer calar. Penso que a palavra da vez seja indulgência. Vou repetir: indulgência! Sejamos mais gentis, saibamos perdoar (a nós mesmos e aos demais). Tenhamos mais paciência, humildade. Busquemos a simplicidade. Num plano sistêmico, sob o ponto de vista holístico, que nos atentemos à nossa pequenez frente à magnitude do Universo, bem como cumpramos os nossos deveres e as nossas obrigações, antes mesmo de exigirmos direitos ou pleitearmos benefícios, já que somos partes de um todo.

Segundo Dale Carnegie, quase todo adulto normal deseja: saúde e preservação da vida; alimento; repouso; dinheiro e o que o dinheiro pode proporcionar; vida futura; satisfação sexual; o bem-estar dos filhos, e uma sensação de importância. “O desejo de sentir-se importante é uma das principais diferenças entre as pessoas e os animais. Se os nossos ancestrais não tivessem tido este vivo desejo de sentirem-se importantes, a civilização teria sido impossível. Sem ele, seríamos apenas como animais. Jesus resumiu-o em um pensamento, provavelmente o mais importante preceito no mundo: faça aos outros o que quer que os outros lhe façam”. Diante do novo cenário, o desafio é evidenciar a nossa “importância”, fazendo com que o “EU” dê lugar ao “NÓS”.

Carnegie, brilhantemente, tratou da nossa busca pela felicidade: “existe um caminho certo para encontrá-la. É pelo controle dos pensamentos. A felicidade não depende de condições externas. Depende de condições internas”. Mais indulgência. “Buda dizia: ‘ódio nunca termina por ódio, mas por amor’, e um mal-entendido nunca termina pela discussão, mas pela tática, diplomacia, conciliação e um desejo simpático de ver o ponto de vista do outro”.

No tabuleiro da vida, nós (homens modernos) estamos em xeque. Mas a próxima jogada é nossa. E aí? O que fazer? Quais caminhos seguir? Quais decisões tomar?

A frase “Só sei que nada sei” é atribuída ao filósofo grego Sócrates. Passei a usá-la diariamente. O que estamos vivendo nos faz repensar a “falta de tempo”, a “correria” e o “estresse” da vida moderna. O que temos é o momento presente, aqui e agora. Os nossos planos continuam, mas o hoje deve ser valorizado. Fazer o bem, colher o bem. Generosidade e gratidão. O amor, a Fé e o pensamento positivo nos levam à evolução.

As minhas preces e os meus sentimentos às famílias dos que se foram e/ou estão enfermos. As mais intensas vibrações positivas ao mundo! “Nada é bom ou mau. Nosso pensamento é que o faz”, resumiu William Shakespeare. Falemos mais de amor! Disseminemos mensagens de otimismo e esperança!

Por Marcelo Pardini – narrador, poeta, jornalista, pós-graduado em Marketing e leiloeiro rural; titular da marca Agro MP – A voz do Agronegócio.
E-mail: contato@agromp.com.br | Instagram: agromp.marcelopardini
Crédito da imagem: Arquivo Pessoal

Veja outras notícias no portal Cavalus