A ‘Copa do Mundo do Cavalo’, que acontece de quatro em quatro anos, passará por reformulações a partir da edição deste ano. Agora, o evento não mais reunirá em um mesmo local todas as modalidades sancionadas pela FEI – Federação Equestre Internacional. Além disso, também não se chamará mais Jogos Equestres Mundiais.
O ECCO FEI World Championships, novo nome do evento, está marcado para 6 a 14 de agosto, no MCH Messecenter Herning, em Herning, na Dinamarca. Nessa data, acontecerão os mundiais de Salto, Adestramento, Paraequestre e Volteio. O Stutteri Ask Stadium recebe Adestramento e Salto, enquanto Volteio acontece na Jyske Bank Boxen e o Adestramento Paraequestre, na BB Horse Arena.
De 15 a 25 de setembro será a vez dos mundiais do Concurso Completo de Equitação (CCE) e Atrelagem, em Pratoni del Vivaro, na Itália. Culminando com Enduro, dia 22 de outubro, também na Itália, só que na cidade de Verona.
Em todas as disciplinas, os melhores cavalos e cavaleiros do mundo em atividade disputarão com afinco as medalhas de ouro, prata e bronze, por equipe e individual. De acordo com a CBH – Confederação Brasileira de Hipismo são esperados na primeira etapa na Dinamarca, aproximadamente, 800 cavalos de 70 países e cerca de 200 mil espectadores.
A explicação para a substituição do formato antigo dos Jogos Equestres Mundiais ou World Equestrian Games (WEG na sigla em inglês), foi a dificuldade em manter a complexidade da infraestrutura de um evento desse porte nos moldes e padrões que estavam acostumados.
Muito provavelmente por conta disso, a FEI começou a lidar ainda com uma escassez de cidades querendo sediar os eventos. Então, a entidade abriu para que as cidades interessadas pudessem licitar em modalidades separadas em vez de todas as oito disciplinas.
De 1990 a 2018, os Jogos Equestres Mundiais aconteceram de quatro em quatro anos, em clima bem semelhante à Copa do Mundo de Futebol. Esse formato descentralizado (os mundiais em diferentes palcos e países) também já foi utilizado pela FEI em 1953.
Brasil nos Jogos Equestres Mundiais
O Time Brasil envia equipes aos Jogos Equestres Mundiais desde a primeira edição em 1990, na Suécia. O esporte com maior número de participações é o Salto. Inclusive, até a edição de 2018, nos Estados Unidos, era a única medalha brasileira na competição.
Rodrigo Pessoa foi ouro no Individual montando Gandini Lianos em 1998, na Itália. Um dos nomes mais famosos desse esporte equestre, ele coleciona, entre outros, três medalhas olímpicas: campeão Olímpico individual em Atenas (2004), Bronze por equipes nas Olimpíadas de Atlanta (1996) e Sydney (2000).
No Adestramento, a melhor campanha do país foi na Carolina do Norte, nos Estados Unidos. Mais duas medalhas para o quadro brasileiro com conquista de duas pratas no Paraequestre por Rodolpho Riskalla montando Don Henrico. Conjunto, aliás, que vem brilhando em competições internacionais, como mundiais e Jogos Paralímpicos.
Para formar os times de cada país em cada modalidade, a FEI tem parceria das federações e confederações locais. No Brasil, é através da Confederação Brasileira de Hipismo que cavalo e cavaleiro podem habilitar-se ao Time Brasil.
O processo seletivo rigoroso observa o desempenho dos conjuntos na obtenção de índices e evolução técnica nos dois últimos anos antes dos jogos. Lembrando ainda que essa competição mundial é qualificativa para as Olimpíadas seguintes. No caso, a da França 2024.
A história do WEG
A criação do evento na década de 90 visava mostrar a potência do esporte equestre para o mundo. Como curiosidade, foi o Príncipe Philip da Inglaterra (In Memorian), que presidiu a FEI por 22 anos, que apoiou esse formato de competição. Mas foi no mandato de sua filha, a Princesa Anne, presidente da FEI de 1986 a 1984, que o WEG se tornou realidade.
O ano de 1990 foi marcado pela realização dos primeiros Jogos Equestres Mundiais da FEI em Estocolmo, na Suécia. Além desse país, o evento já foi realizado em outros seis: Haia (Holanda), Roma (Itália), Jerez de la Frontera (Espanha), Aachen (Alemanha), Kentucky e Carolina do Norte (Estados Unidos), Normandia (França).
Participam do WEG, agora ECCO FEI World Championship, as modalidades Salto, Adestramento, Adestramento Paraquestre, CCE, Enduro e Volteio. Todas compondo o quatro desde o início. A exceção do Para-Adestramento, que entrou em 2010. A Rédeas, que entrou em 2002, fez parte da FEI até 2018, mas está fora desde 2021.
Em resolução pós-Assembleia Geral, publicada em novembro do ano passado, a FEI excluiu a Rédeas por incompatibilidade no modelo de negócios com a NRHA – National Reining Horse Association, entidade que rege essa modalidade de modo global. Houveram várias conversas e reuniões desde 2019, mas as duas entidades não chegaram a um acordo.
Por Luciana Omena
Fonte: CBH, FEI
Crédito das fotos: Divulgação/FEI e CBH/Luis Ruas
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