Roger Federer e os Cavalos

As vezes eu penso se um cavalo pudesse dar entrevistas…

Certa vez, há uns bons anos atrás, assistindo ao noticiário esportivo, acompanhei uma entrevista com Roger Federer, um dos maiores tenistas do mundo, senão o maior deles. Dizia ele à repórter que o ano de 2008 não foi fácil, pois as dores e algumas pequenas lesões que no começo pareciam imperceptíveis foram se agravando ao longo da temporada. Tudo isto aliado à excelente fase do seu maior concorrente Rafael Nadal, que havia conquistado o ouro olímpico e estava confiante e embalado, e aproveitou-se da fase baixa de Federer conquistando o topo do ranking mundial.

Continuando a entrevista, Federer disse que se em 2008 o tênis de alto nível não apareceu, mas que em 2009 tudo voltou ao normal, a partir do momento em que as lesões foram curadas. Disse que a partir de agora o mundo vai passar a ver em quadra um Federer mais descontraído, calmo e relaxado, gostando de jogar, curtindo cada momento, continuando a buscar títulos mas de forma mais agradável e leve, apesar de toda a pressão em torno de sua imagem e seus resultados.

Vejamos:

Roger Federer é o tenista número 1 do mundo;

É talvez o esportista que mais conquistou títulos, vitórias, retorno financeiro, reconhecimento;

É reconhecido como um atleta que busca incansavelmente a perfeição em treinamentos e torneios;

Abdicou da vida de uma pessoa convencional, treina horas e horas diárias para fazer o que mais sabe fazer, tem uma vida absolutamente regrada;

Sofre uma pressão mundial por resultados, tem patrocinadores investindo milhões de dólares em sua imagem, tem que dar retorno a tudo isto;

É a referência atual e ídolo de milhões de pessoas em todo o mundo;

Só conseguiu voltar a jogar tênis de alto nível (segundo ele mesmo diz) a partir do momento que não sentiu dores e que conseguiu jogar relaxado, descontraído, calmo, gostando do que está fazendo.

As vezes eu penso: se um cavalo pudesse dar entrevistas…

Por Aluisio Marins, MV
Foto: Cedida

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