Causado pela bactéria Clostridium tetani, o tétano acomete o animal através de feridas na pele, e pode se proliferar, produzindo toxinas que afetam diretamente os sistemas muscular e nervoso dos equinos.
Segundo a médica veterinária e gerente da linha de equinos da Ceva Saúde Animal, Pollyana Braga, a doença está no topo da lista de enfermidades que devemos prevenir em uma tropa, pois “o índice de mortalidade pode chegar a 80%”.
A doença não é contagiosa, ou seja, não passa de um animal ao outro, mas a bactéria causadora é encontrada facilmente na microbiota intestinal dos animais e no solo, principalmente terra, onde é capaz de sobreviver por muitos anos na sua forma esporulada, “inativa”.
Quando o animal se machuca, principalmente naqueles pequenos ferimentos ou arranhões comuns que acontecem nas patas causados por esporas, arames, ou até mesmo cravo de ferraduras, a bactéria pode ser inserida dentro do ferimento e iniciar a produção de toxinas que atuam inibindo o relaxamento muscular dos animais, deixando-os com uma aparência rígida ou travada.
A especialista ressalta que todos os tipos de machucados devem acompanhados, desde os pequenos que não são percebidos pelos peões; passando por ferimentos de médio porte que são deixados para cicatrizar sozinhos, sem a devida assepsia; até ferimentos maiores, de procedimentos que são feitos na própria fazenda, como extração de dente e castrações, podem atuar como porta de entrada para a bactéria. “Vale ressaltar que os potros também estão sujeitos à doença através da via umbilical”.
Primeiros sinais de tétano
Os primeiros sinais clínicos do tétano podem aparecer de 4 a 20 dias após a ferida ser contaminada pela bactéria, iniciando com a rigidez muscular e marcha travada. A protrusão da terceira pálpebra, orelhas eretas e cauda em bandeira são sinais característicos do tétano em equinos. O diagnóstico da doença é feito através de análise dos sinais clínicos com o histórico recente de cirurgias ou machucados do animal.
“O tratamento contra o tétano consiste em eliminar a bactéria, neutralizar a ação da toxina, promover relaxamento da musculatura e manter o animal hidratado e nutrido. Na maioria das vezes é um tratamento que sai caro e não tem resultado, porque as chances de cura estão relacionadas à velocidade de evolução da doença, e é considerada desfavorável quando a evolução é rápida. Como os primeiros sinais da doença podem ser confundidos com outras enfermidades, é preciso pensar em evitar que ela aconteça”, Pollyana alerta.
A prevenção do tétano é realizada através da vacinação, mas o esquema vacinal pode variar de acordo com a idade do animal e com seu status imunológico. “Para facilitar a vida do produtor, ele pode inserir no manejo sanitário da tropa a vacinação com as vacinas polivalentes, que protegem contra tétano, influenza e encefalomielite”.
A especialista ainda alerta que todos os animais sejam vacinados uma vez ao ano, e nos casos em que será realizada a primeira dose, deve-se repetir a vacinação 28 dias depois, para reforço do sistema imunológico.
A veterinária também comenta que mesmo os animais vacinados que passem por procedimentos, como castração, ou apresentem feridas profundas, devem fazer o uso do soro antitetânico. A mesma recomendação vale para os equinos não vacinados ou sem status vacinal conhecido.
Fonte: Assessoria de Imprensa
Fotos: Divulgação
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