Erros na administração de vermífugos podem resultar na resistência anti-helmíntica

Novas diretrizes indicam a vermifugação apenas dos animais contaminados. Exame de OPG realizado pelo veterinário traz essa informação de maneira rápida e precisa

No passado, o tratamento para verminose no plantel de equinos era realizado com a aplicação de vermífugos de tempos em tempos de todos os animais, com a rotação do fármaco, visando assim atingir todo o espectro de vermes e suas larvas. Hoje, as novas diretrizes consideram este método ultrapassado, haja vista o risco de os cavalos adquirirem com o tempo resistência anti-helmíntica. 

Segundo a ressalta o médico veterinário e inspetor técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Cavalos Quarto de Milha (ABQM), Thiago Nitta, a resistência anti-helmíntica consiste no aumento da habilidade das cepas de parasitas em resistir ou sobreviver aos mecanismos de ação de uma determinada droga que poderia ser letal para populações susceptíveis. 

Devemos administrar vermífugos em todo plantel?

O tratamento ideal deve ser realizado primeiramente com o exame OPG nos animais. Neste exame, o médico veterinário consegue contar quantos ovos de vermes estão presentes por grama de fezes e assim, identificar quais são os animais contaminados. “Somente estes animais deverão receber vermífugos, fármacos mais indicados para o parasita presente”, explica o profissional ressaltando que “em um plantel, 80% dos ovos e larvas eliminados no ambiente são oriundos de apenas 20% dos cavalos”. 

Erros da administração de vermífugos podem resultar na resistência anti-helmíntica
Animais identificados não devem ser separados do grupo, apenas vermifugados com o medicamento indicado

Estes animais identificados não devem ser separados do grupo, precisam apenas receber vermífugos e os cuidados com a higienização do estábulo devem ser redobrados.  O proprietário também deve realizar periodicamente a rotação da pastagem e evitar a superlotação. “Todo medicamento pode sobrecarregar o organismo do animal, existindo a possibilidade de o cavalo ter alguma reação a este medicamento, por isso, eles só devem ser administrados com a supervisão de um médico veterinário”, finaliza Nitta.

Por Thiago Nitta . Médico veterinário e inspetor técnico da ABQM

Fotos: Divulgação /@ysafotografias/Pixabay 

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