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Indústria do cavalo impulsiona economia e gera milhões de empregos no Brasil (Parte 1)

Luciano Ferreira, cavaleiro e pesquisador fala na primeira parte deste artigo sobre os impactos da Equinocultura na economia do Brasil

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Os cavalos têm sido importantes para a humanidade há milhares de anos. Originalmente utilizados como animais de tração, os cavalos foram posteriormente utilizados em guerras, para transportar mercadorias e como animais de montaria.

Eles foram fundamentais para o desenvolvimento da civilização, permitindo o comércio, a exploração de novos territórios e a comunicação em longas distâncias.

Ao longo da história, muitas raças de cavalos foram desenvolvidas para atender a diferentes necessidades humanas. Por exemplo, os cavalos de tração foram selecionados para serem grandes e fortes, enquanto os cavalos de montaria foram selecionados para serem mais ágeis e resistentes.

Além disso, diferentes culturas têm suas próprias raças de cavalos que se adaptam às suas condições climáticas e geográficas.Na Idade Média, os cavalos foram utilizados em larga escala nas guerras e os cavalos de batalha eram especialmente valorizados.

No século XIX, com o desenvolvimento dos transportes motorizados, o uso dos cavalos diminuiu consideravelmente. No entanto, ainda havia demanda por cavalos de corrida, cavalos de esporte e cavalos de trabalho em fazendas e ranchos.

Na atualidade, a equinocultura é uma indústria em crescimento em muitos países, com várias raças de cavalos utilizadas para diferentes finalidades, como corridas, esportes equestres, cavalgadas recreativas, trabalho em fazendas e ranchos, terapia com cavalos e muitas outras atividades.

A criação e comercialização de cavalos são atividades importantes em muitas regiões do mundo e as competições equestres são populares em todo o mundo. Além disso, os cavalos são criados para a produção de carne e leite em alguns países.

O cavalo no Brasil

Equinocultura no Brasiluma indústria em crescimento que impulsiona a economia e gera milhões de empregos

A história do cavalo no Brasil começou com a chegada dos colonizadores portugueses no século XVI, que trouxeram consigo cavalos e outras espécies de animais. Inicialmente, os cavalos eram usados como meio de transporte para as elites e para o transporte de mercadorias, mas rapidamente se tornaram importantes para o trabalho nas fazendas, principalmente na produção de açúcar e café.

A partir do século XX, o mercado da equinocultura no Brasil cresceu consideravelmente, com um aumento na criação de cavalos para esportes equestres, corridas, cavalgadas recreativas e turismo rural.

A equinocultura também se tornou uma atividade importante em algumas regiões do país, como o Nordeste, onde os cavalos são usados no trabalho em fazendas e ranchos.

Atualmente, o Brasil é um dos principais mercados da equinocultura na América Latina, com uma grande variedade de raças de cavalos sendo criadas em todo o país.

O país também possui uma indústria de eventos equestres em crescimento, com diversas competições, leilões e feiras de cavalos realizados anualmente.

No entanto, a indústria da equinocultura no Brasil ainda enfrenta desafios, como a falta de regulamentação e fiscalização adequadas, o que pode levar a problemas de saúde animal e bem-estar, além de problemas ambientais. Há um crescente movimento no país para regularizar e profissionalizar a indústria, garantindo a segurança dos animais e a qualidade dos produtos e serviços oferecidos.

Complexo do agronegócio no cavalo

Equinocultura no Brasiluma indústria em crescimento que impulsiona a economia e gera milhões de empregos

A Revisão do Estudo do Complexo do Agronegócio do Cavalo é um relatório elaborado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) em parceria com outras instituições, com o objetivo de analisar a cadeia produtiva do cavalo no Brasil e identificar seus desafios e potencialidades.

O relatório foi lançado em 2016 e apresenta uma visão abrangente do setor, incluindo informações sobre a criação, produção, comércio e consumo de cavalos no país. O estudo foi baseado em pesquisas de campo, dados de diversas fontes e análises econômicas.

Entre as principais conclusões do estudo, destaca-se o potencial econômico da equinocultura no Brasil, que pode ser melhor explorado com investimentos em tecnologia, infraestrutura e capacitação profissional. O relatório também identifica desafios, como a falta de regulamentação e fiscalização adequadas, a falta de planejamento estratégico e a carência de mão de obra especializada.

O estudo destaca ainda que o mercado de cavalos no Brasil é bastante diversificado, com a criação de diversas raças para diferentes finalidades, como esportes equestres, turismo rural, trabalho em fazendas, entre outras. O relatório aponta a importância da preservação das raças nacionais, como o crioulo, o mangalarga marchador e o campolina, que possuem características únicas e adaptadas ao clima e às condições brasileiras.

O relatório da Revisão do Estudo do Complexo do Agronegócio do Cavalo é uma importante ferramenta para orientar as políticas públicas voltadas para a equinocultura no Brasil, bem como para incentivar a modernização e a profissionalização da indústria do cavalo no país.

Outro ponto destacado pelo relatório é a importância da criação de cavalos nos estados brasileiros. Isso porque a equinocultura é uma atividade econômica que gera empregos e renda em diversas regiões do país, principalmente em áreas rurais e semiáridas, onde outras atividades agropecuárias não são tão viáveis.

O estudo aponta que a criação de cavalos está presente em praticamente todos os estados brasileiros, com destaque para São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia e Goiás, que concentram a maior parte da produção nacional. No entanto, o relatório destaca que há potencial para a expansão da equinocultura em outras regiões do país, como o Nordeste, que apresenta condições climáticas favoráveis para a criação de algumas raças de cavalos, como o mangalarga marchador e o pampa.

Além disso, o estudo ressalta a importância da preservação das raças nacionais, que são adaptadas ao clima e às condições brasileiras, e que possuem grande valor histórico e cultural. A valorização dessas raças pode contribuir para o desenvolvimento de atividades turísticas em algumas regiões do país, como as cavalgadas e as festas de rodeio, que atraem turistas e geram renda para as comunidades locais.

Assim, a criação de cavalos nos estados brasileiros é importante não apenas do ponto de vista econômico, mas também social e cultural, contribuindo para o desenvolvimento de diversas regiões do país e para a valorização da identidade nacional.

Por Luciano Ferreira Rodrigues Filho, cavaleiro e Pesquisador | Haras Dom Herculano

Fotos: Reprodução/ Pixabay

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