Os horrores da guerra marcam para sempre a vida dos soldados que atuam nos fronts de batalha. Para trazer alívio e proporcionar momentos de relaxamento aos soldados da Ucrânia, o centro de Equoterapia Spirit, sediada em Kiev, passou a oferecer a técnica aos soldados do país.
O centro costumava atuar com crianças e pessoas com deficiência, usando a equitação e o contato com cavalos para fins terapêuticos. Mas, com o estouro da guerra, as atividades foram paralisadas.
Com isso, a ONG passou a oferecer equoterapia aos soldados das linhas de frente por meio de um programa chamado “Espírito Guerreiro”.
No hipódromo em ruínas os cavalos Persik (pêssego), Kombat, Spirit e Amethyst passeiam tranquilamente e trotam com os cavaleiros promovendo sentimentos adormecidos pelos horrores da guerra.
Equoterapia promove a liberdade
A fundadora do centro, a psicóloga Ganna Burago, começa com os homens sentados em cadeiras dispostas em círculo. Esse processo chamado Partilha, visa o conhecimento de todos os membros do grupo.
Na sequência, cada soldado escolhe o seu animal, uma forma segundo a psicóloga do soldado extravasar um pouco seus sentimentos.
Após, montados, o grupo cavalga em círculos, buscando relaxar as pernas e gradualmente erguer os braços, promovendo uma sensação de liberdade.
Depois, os braços são levados ao pescoço do animal para um abraço. A todo momento, a instrução é “não esqueçam de respirar!”.
Aos poucos, os soldados vão relaxando, e começam a aprender a controlar a rédeas e trotar.
“Para mim, a sessão teve um efeito calmante. Verei quais sentimentos terei mais tarde”, diz um dos homens mais velhos cujo codinome é Ded, o Avô.
Segundo a idealizadora do projeto de Equoterapia, os soltados vivem muitas coisas que podem causar transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), levando-as a reviver momentos de estresse emocional recorrente. Estar com os animais dá a eles a chance de ver e pensar em outra coisa.
“Nosso trabalho foca em diminuir o estresse para que a pessoa relaxe e algo diferente entre no cérebro, criando uma nova percepção da realidade”, diz Burago.
“É um ambiente completamente diferente, o contato com os animais, falar de si mesmo, compartilhar as emoções e experiências. É ótimo e te recarrega para o futuro”, afirma Oleg, de 35 anos, cujo codinome é Dyada, o Tio.
Por Camila Pedroso / Redação Cavalus, com informações do portal UOL.
Fotos: Reprodução/ Sergei SUPINSKY / AFP
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