Dores e inflamações musculares são situações comuns na medicina equina, especialmente quando o animal está passando pelo processo de fortalecimento e desenvolvimento da sua musculatura. Atuar de forma correta frente a este desconforto é importante para garantir mais saúde e bem-estar aos animais.
“O processo de desenvolvimento muscular e o esforço físico que estes animais exercem, seja na lida ou treinando para provas, provoca pequenas lesões na musculatura, que têm efeito inflamatório regional. E uma das características do processo de inflamação é a dor”, explica a médica-veterinária gerente de produtos da linha equestre da Ceva Saúde Animal, Pollyana Braga. “Dependendo do nível da dor ela pode ser controlada com manejo, ou se faz necessário o uso de anti-inflamatórios para que o animal volte ao seu estado de bem-estar“.
Diagnóstico de dores e inflamações
Os processos inflamatórios acontecem como uma resposta protetora do organismo frente à uma agressão (trauma) ou excesso de atividade. A dor é um dos cinco sinais cardinais da inflamação, que engloba também aumento de temperatura regional, vermelhidão, inchaço e uma consequente perda de função daquela estrutura, que pode ser de efeito temporário ou permanente.
“Diagnosticar dores e inflamações o mais cedo possível pode ser decisivo para a recuperação rápida e completa do animal. A ducha e a escovação dos equinos após a atividade diária é um momento importante e que facilita a percepção de desconforto e de dor nestes animais, e ajudam a melhorar a circulação sanguínea e o relaxamento muscular da região envolvida. As intervenções mais rápidas evitam que o processo inflamatório acumule enzimas que podem promover efeitos muito negativos, também chamados de deletérios, para as estruturas inflamadas”, alerta Pollyana.
A utilização de medicamentos anti-inflamatórios é uma estratégia muito adotada para evitar que estes efeitos prejudiciais no tecido inflamado realmente ocorram, e embora exista uma gama de opções de fármacos do tipo disponíveis no mercado, é muito importante saber escolher o que melhor atende às necessidades do equino. Os anti-inflamatórios não esteroidais (AINES) são os mais adotados na medicina equina, principalmente pela sua segurança e por também proporcionar ao animal uma analgesia eficaz e prolongada, ou seja, atua diretamente na percepção de dor do animal enquanto atua no combate à inflamação.
Cautela no uso de medicamentos
A médica-veterinária alerta, porém, para alguns efeitos não desejados da utilização indiscriminada dos AINES: “Os equinos são animais com o sistema gastrointestinal muito sensível e alguns AINES acabam inibindo as funções da COX-1, que é uma enzima responsável pela produção do muco protetivo do sistema digestório e pela inibição do ácido gástrico. O uso frequente deste tipo de fármaco pode desencadear gastrite e outros problemas gastrointestinais nos equinos, o que pode ser um problema maior no futuro”.
De acordo com Pollyana, a utilização de anti-inflamatórios não esteroidais para lidar com dores e inflamações relacionadas ao esforço físico dos animais deve ser pautada em inibidores seletivos da enzima COX-2, “é a COX-2 que é a enzima prejudicial presente nos processos inflamatórios e que precisa ser controlada para não gerar lesões celulares como consequência da inflamação. Nesta categoria, o firocoxib é a melhor opção, preferencialmente os que estão disponíveis em forma de pasta oral, que reduz o estresse do cavalo quanto a administração e traz maior segurança para ele e para o cuidador”.
Atuar de forma eficaz contra as dores e inflamações que acometem os equinos é também propiciar uma melhor sensação de conforto e bem-estar para estes animais, mas o uso de medicações não deve acontecer sem a orientação adequada do médico-veterinário responsável pelo equino.
“Após atividades intensas, a utilização de AINES quando o grau de esforço físico excede o habitual pode ser uma boa combinação para ajudar na recuperação mais rápida do equino, evitando quadros de dor e possíveis lesões celulares deletérias. Mas a associação de boas práticas antes e depois dos exercícios ainda é o pilar mais importante para evitar qualquer inflamação ou lesão que possa acometer estes animais”, finaliza Pollyana.
Por Assessoria de imprensa
Foto: Freepik
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