Madrinheiras ganham cada vez mais espaço em rodeios do Brasil

Ana Cláudia Garcia de Faria é uma das principais madrinheiras em atividade nos eventos pelo país e, também, do exterior

Quem frequenta rodeios, já deve ter visto uma amazona vestida com roupas especiais, resgatando os competidores pela cintura, após alguns segundos na arena. Pois elas são as chamadas madrinheiras, que ganham cada vez mais espaço nos eventos pelo Brasil afora. O Portal Cavalus conversou com Ana Cláudia Garcia de Faria, que está há 28 anos na função. “Comecei aos 11 anos e desde então tenho trabalhado com muita alegria, fazendo o que gosto, não apenas aqui no nosso país, como, também lá fora”, conta esta mineira de Bambuí.

Confira o bate-papo com a Ana Cláudia e saiba mais sobre sua trajetória e do trabalho como madrinheira.

Ana Claudia, conta pra gente, afinal o que é ser madrinheira? 

A madrinheira é a salva vidas do rodeio em cavalos, a qual ela precisa ter muita responsabilidade, pois a integridade física dos competidores está em suas mãos após os oito segundos. Faço esse trabalho com muito amor e agradeço a Deus pelo privilégio de estar ali representando as mulheres dentro de uma arena de rodeios. 

Qual é a função de uma madrinheira dentro de um rodeio?

Após o competidor de montaria em cavalos permanecer os oito segundos sobre o animal, a madrinheira entra em ação, montada em um cavalo manso e treinado. Em seguida, ela encosta ao lado do animal que está pulando, resgata o competidor pela cintura e o coloca no chão em segurança. Após isso, ela vai atrás do cavalo que está pulando, o pega com uma corda que é passada no pescoço, desarreia e retorna para o fundo dos bretes.

Quais atributos uma pessoa precisa ter pra ser madrinheira?

Então, basicamente precisa ser um bom cavaleiro ou amazonas tendo muita agilidade em cima de um cavalo.

Como é o dia a dia das madrinheiras no geral? 

O dia a dia de uma madrinheira é estar nas estradas viajando com destinos aos rodeios e zelando por seus cavalos com muita responsabilidade e carinho. E, claro, sempre dando atenção às pessoas que admiram o nosso trabalho.

Como surgiu o seu interesse pelo universo dos cavalos?

Venho de uma família tradicional ligada aos rodeios, então, a paixão veio do berço. Desde criança eu acompanhava minha família nestes eventos. Aos 11 anos de idade iniciei na madrinhagem e isso aumentou cada vez mais o meu amor pelos cavalos.

Quais eventos como madrinheira você poderia destacar na sua trajetória?

São vários ao longo desta minha trajetória. Posso destacar Santarém em Portugal e eventos no interior paulista como Barretos, claro, Americana, Fernandópolis, Jales e Cajamar. Em Minas, Bambuí, Cláudio, Patos de Minas e Divinópolis. Também estive em Aparecida do Taboado e Cassilândia no Mato Grosso do Sul e em Joinville, Santa Catarina. Destaco Colorado no Paraná, Vitória no Espírito Santo, João Pessoa na Paraíba e Macapá no Amapá. Ou seja, vários estados brasileiros. 

Como surgiu o convite para atuar fora do Brasil? 

Um empresário que promove rodeios nos EUA, viu meu trabalho em Barretos (SP) e me convidou para trabalhar lá. Em seguida fui convidada para trabalhar no The American Rodeo, em Fort Worth, Texas e em Nova York. Fiquei muito feliz com esses convites. Já, em Portugal, o convite partiu do Ministro que contratou uma equipe brasileira para realização dos rodeios no nosso país irmão. Eu fui por meio desta equipe e tive o privilégio de trabalhar ao lado da minha família. Foi uma experiência incrível! 

Quais os desafios em ser uma madrinheira?

São vários. Inclusive, estes desafios são constantes, entre eles, ficar longe da família, sempre nas estradas. De vez em quando alguns machucados também aparecem, no entanto, sempre lutando diariamente para permanecer atuante nos rodeios. Com muita fé em Deus e amor à profissão.

Por Wesley Vieira/Portal Cavalus
Foto: Arquivo pessoal/Ana Cláudia
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