No últimos dias, criadores e proprietários de equinos entraram em estado de alerta após a confirmação de um surto de Encefalomielite em equinos na Argentina e no Uruguai. Vale destacar que a Argentina declarou emergência sanitária devido ao surto da doença, ordenando a imobilização do gado equino no país.
Já no Uruguai, o primeiro caso foi registrado essa semana em um cavalo no litoral do país, região que faz fronteira com a Argentina. No Uruguai, o Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca (MGAP), explicou em nota que está realizando uma vigilância intensa em todo o território, entretanto, no momento, não há uma justificativa para a restrição de movimentação de animais.
Encefalomielite no Brasil
Na segunda-feira (04), a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) do Rio Grande do Sul, divulgou que acompanha com atenção os casos de Encefalomielite equina do oeste confirmados na Argentina e no Uruguai. “O Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal mantém a vigilância e o nível de atenção em todo o Estado. Até hoje, o Rio Grande do Sul nunca teve registro da doença”, comunicou a pasta.
O Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) também emitiu uma nota informativa. No comunicado, a entidade destaca que neste momento não haverá restrições ao trânsito de equinos no país, sendo mantidas as exigências e procedimentos para impedir o ingresso de equinos de outros países infectados pelo vírus. “O MAPA permanece monitorando a situação dos países vizinhos e poderá adotar novas recomendações se houver modificação do cenário atual que represente risco para o país”.
O que é a Encefalomielite equina
A doença é causada pelo vírus da encefalomielite equina do oeste, que pertence ao gênero Alphavirus (família Togaviridae). Este agente é transmitido por mosquitos, principalmente dos gêneros culex e aedes, e pode infectar equídeos e humanos sendo que os principais reservatórios são as aves silvestres que apresentam viremia com títulos suficientes para infectar os mosquitos.
A Encefalomielite afeta o sistema nervoso dos equídeos e os sinais clínicos mais comuns são: febre, conjuntivite, cegueira, sinais neurológicos, andar em círculos, dificuldade em permanecer de pé, falta de coordenação motora, dificuldade de engolir, entre outros.
É importante destacar que esta é uma doença que não tem cura, por isso, a prevenção é fundamental. Existe no mercado vacina disponível para equinos e a aplicação dela, de acordo com o MAPA, fica a critério do produtor. Outras medidas são as de higiene e proteção dos animais por meio de aplicação de repelentes a insetos. “Salientamos que os equinos são hospedeiros terminais e incapazes de participar no ciclo epidemiológico de disseminação da doença, e, portanto, não há justificativa técnica para a interdição de propriedades ou de eventos e aglomerações na região de fronteira”, destacou o MAPA.
Por fim, vale ressaltar, que essa é uma doença de notificação obrigatória em qualquer caso suspeito. Os casos suspeitos de doenças neurológicas em equinos devem ser notificados aos Serviços Veterinários Estaduais, que pode ser feito na plataforma e-Sisbravet.
Por Heloísa Alves/Portal Cavalus (Fonte: MAPA e Seapi)
Foto: Reprodução/Pixabay
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