Raças de cavalos mais antigas do mundo: linhagens que atravessaram séculos

Conheça algumas das raças equinas mais antigas ainda existentes, suas origens históricas e as curiosidades que fazem delas verdadeiros patrimônios da equinocultura mundial

Desde que o cavalo foi domesticado, há mais de cinco mil anos, inúmeras raças surgiram e desapareceram. Entre elas, algumas linhagens resistiram ao tempo, preservando características físicas e genéticas semelhantes às dos primeiros equinos domesticados. Essas raças antigas contam histórias de povos nômades, guerras, rotas comerciais, tradições rurais e transformações culturais.

Nesta matéria, destacamos quatro delas — verdadeiros marcos da evolução equina.

Garrano: o sobrevivente da Península Ibérica

Originário do norte de Portugal, o Garrano é considerado uma das raças mais antigas da Península Ibérica. De porte pequeno e extremamente rústico, ele descende de equídeos pré-históricos da região, sendo citado em registros que antecedem o Império Romano.

Criado tradicionalmente em ambientes montanhosos, o Garrano desenvolveu resistência, agilidade e cascos fortes. Por séculos, foi usado como cavalo de trabalho, carga e transporte. Hoje, integra projetos de conservação por seu valor genético e cultural.

Andaluz: elegância que atravessa eras

Entre as raças de sela mais antigas do mundo, o Andaluz, originário da Andaluzia, na Espanha, influenciou inúmeras linhagens modernas. Conhecido desde a Antiguidade pelo porte imponente e pela docilidade, foi muito utilizado em guerras, doma clássica e apresentações artísticas.

Da raiz ibérica também deriva o Puro-Sangue Lusitano, que herdou características como força, equilíbrio e excelente capacidade de coletar a garupa — atributos valorizados na equitação clássica e no trabalho com gado.

Akhal-Teke: o lendário ‘cavalo de ouro’

Originário do Turcomenistão, o Akhal-Teke é frequentemente citado como uma das raças equinas mais antigas ainda existentes. Seu corpo esbelto, pelagem brilhante com efeito metálico e resistência acima da média o tornaram famoso entre povos nômades da Ásia Central.

Acredita-se que o Akhal-Teke influenciou diversas raças modernas de corrida e sela leve. Sua aparência singular continua despertando fascínio em todo o mundo.

Caspian: um possível ancestral dos cavalos domésticos

Pequeno no tamanho, gigante na história: assim é o Cavalo Caspian, originário do Irã. Achados arqueológicos sugerem que seus ancestrais podem remontar a cerca de 3400 a.C., o que o coloca entre os primeiros equinos domesticados conhecidos.

Com estrutura leve, agilidade e forte capacidade de salto, o Caspian é considerado um tesouro genético. Sua população é reduzida, mas esforços de preservação têm mantido viva essa linhagem milenar.

Por que preservar raças tão antigas?

Além do valor histórico e cultural, essas raças oferecem diversidade genética fundamental para o futuro da equinocultura. Desempenho, rusticidade, saúde e adaptações específicas a ambientes extremos são características que podem auxiliar programas de melhoramento e pesquisas.

Resgatar e valorizar essas linhagens é reconhecer a evolução conjunta entre humanos e cavalos — e manter viva uma herança que ultrapassa fronteiras e gerações.

Foto de chamada: Reprodução/Cowgirl Magazine

Leia mais notícias aqui.