Bulldog, a mais radical!

Modalidade está praticamente extinta no Brasil, mas nos Estados Unidos é parte do circuito mundial de rodeios da PRCA

Bill Picket

Em 1904, Bill Pickett fez uma demonstração em Fort Worth, Texas, Estados Unidos, das técnicas que ele criou, denominadas Bulldogging. Após largar a escola na 5ª série para trabalhar em uma fazenda, passou a cavalgar e acompanhar o gado longhorn pelo Texas. Devido a essa atividade com os longhorns, uma raça de gado conhecida por seus chifres característicos, que podem se estender para uma ponta de mais de 1,8m, ele inventou a técnica, que consiste na habilidade de agarrar o gado pelos chifres e como uma luta, derrubá-lo no chão.

Renato Finazzi

Com o passar dos anos, tornou-se esporte equestre. Considerada a mais radical do rodeio, já que o competidor parte do brete com seu cavalo em alta velocidade, ajudado por um cavalo esteira (que não deixa que o boi saia da sua trajetória), e salta no boi com a finalidade de tirar suas quatro patas do chão no menor tempo possível. O recorde mundial é de 1930, 2s2, marcado por Oral Zumwalt (segundo o site ThoughCo), quando ainda não era usada barreira. No Brasil, a menor marca da categoria é 2s9, de Renato Finazzi.

Para muitos especialistas, a origem da modalidade é com Pickett. Filho de ex-escravos, em 1989, Pickett entrou para o ProRodeo Hall of Fame. Sua carreira foi dedicada a promover o rodeio e o esporte que ele criou. Tinha uma alma de artista e não só treinava pular nos chifres do novilho e derrubá-lo, técnica que mais tarde foi apurada até tornar-se o esporte Bulldog que vemos hoje, como dava piruetas antes desse salto. Mas outra corrente diz que o Bulldog nasceu de uma ideia de alguns colonos quando eles observaram como seus cachorros pegavam os bois fugidos, da mesma forma, pulando sobre o pescoço do boi e levando ele ao chão.

Se você acompanha o campeonato mundial da PRCA, irá encontrar notícias e resultados com o nome de Steer Wrestling, algo como ‘luta contra o novilho’. Faz menção aos movimentos da modalidade, em que o cowboy desde do cavalo em movimento e pula na cabeça de um garrote de aproximadamente 300kg e usa técnica para deixá-los com as quatro patas fora do chão. O cavalo mais apropriado e comumente usado é o Quarto de Milha. Como a modalidade aqui no Brasil não teve o incentivo merecido, a maioria dos cavaleiros competia com cavalos não registrados.

Trazida para nosso país em 1988 pelos irmãos Guilherme e Henrique Prata e por Paulo José Manno, o auge do Bulldog foi durante a Federação Nacional do Rodeio Completo nos anos 1990. Algumas associações importantes chegaram depois, como a CBB, ANB e LNB, mas o esporte, por motivos que desconhecemos, quase não é mais praticado em competições. Os atletas ainda treinam nos ranchos, mas nos rodeios, acabou. A ABQM, associação do Quarto de Milha, mantém em sua programação, mas são poucos os cavalos registrados aptos a competir. Para quem acompanhou a boa fase, com a FNRC e depois nos bons anos de CBB, ANB e LNB, a adrenalina desse esporte faz falta nos eventos.

Entre as regras, uma delas, como já falamos, é que o competidor saia do brete, sem quebrar a barreira do cavalo antes do boi ultrapassar a sua, em alta velocidade, descendo no boi, agarrando-o pelos chifres, e com técnica e não força, parando seu movimento para que ele tire as quatro patas do chão. O cronômetro pára quando o juiz valida a prova e baixa a bandeira. O tempo médio para essa ação é de 5s. Caso não complete a prova, o conjunto recebe SAT e são acrescidos 120s ao seu tempo. As provas normalmente são feitas de três a cinco rounds e vence quem obter a menor soma de tempos. Além do SAT, quebra de barreira também penaliza o competidor e 10s são acrescidos ao tempo.

Por Luciana Omena
Fonte: Wikipedia
Fotos: Cedidas

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