O cuidado com os ‘bebês’ é essencial, especialmente devido às diferenças fisiológicas entre cavalos adultos e potros
Os medicamentos anti-inflamatórios não esteroidais pertencem à classe terapêutica mais comumente utilizada na clínica de equinos devido ao seu potencial analgésico, antipirético e anti-inflamatório. O efeito dessas substâncias está relacionado à inibição da enzima cicloxigenase, que catalisa a transformação do ácido aracdônico em diversos mediadores lipídicos, denominados prostaglandinas e tromboxanos.
Enquanto em equinos adultos a absorção, distribuição, metabolismo e eliminação dos principais medicamentos anti-inflamatórios é bem estabelecida, em potros estes conceitos podem variar devido às diferenças fisiológicas, particularmente em relação ao aumento do volume total de água corporal e fluido extracelular, além de menor concentração de proteínas circulantes.
O meloxicam é um potente anti-inflamatório que exibe menores efeitos colaterais em animais adultos devido a maior seletividade para enzimas COX-2. Considerando os aspectos mencionados acima, a Raidal et al (2013) realizou um estudo em 2016 para avaliar a farmacocinética e seguridade do meloxicam em potros. O fármaco foi administrado via oral, na dose 0,6mg/kg em animais de 2 a 23 dias de idade.
Veja abaixo os resultados encontrados pelos autores:
Figura 1. Concentração plasmática de meloxicam após administração única, via oral, em equinos adultos e potros.
Conforme pode ser observado no gráfico acima a eliminação do meloxicam em potros foi mais rápida quando comparada à animais adultos (maior clearence plasmático). Desta forma, os autores propõem que o tratamento em potros seja feito a cada 12h.
Veja o gráfico abaixo da segunda parte do estudo:
Neste estudo, a administração de doses repetidas de meloxicam em intervalos de 12h foi bem tolerada em potros. Todos os animais permaneceram saudáveis e ganharam peso durante o ensaio, o que viabiliza o tratamento realizado duas vezes ao dia nesta faixa etária.
Por Ouro Fino Saúde Animal