Laço Comprido

A tradição e história do Laço Comprido

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No início do esporte em Mato Grosso do Sul a conquista de outros Estados

As festas de Laço Comprido constituem em eventos realizados no Estado de Mato Grosso do Sul e possuem ligação direta com a origem e formação pecuária do Estado. Desde a sua origem, esse tipo de festa depende totalmente do gado e do cavalo para sua realização, já que a atração principal são as laçadas, realizadas pelos laçadores – adultos e crianças e amazonas montados a cavalo.

Esse tipo de festa é composto de culinária regional, música, dança, religiosidade, e tem na família participante o seu ponto máximo, o Laço Comprido. Foi e ainda é instrumento de trabalho em propriedades rurais do Estado desde os primórdios da lida com o gado nas fazendas.

No início das atividades de criação de gado bovino, as propriedades ainda não possuíam as técnicas atuais de manejo. Por este motivo, os trabalhos eram feitos em campo aberto, como já diziam os pantaneiros, ‘campo afora’. Não existiam os mangueiros, os quais consistem de grandes currais onde se recolhem o gado facilitando o trabalho de captura, marcação, vacinação, etc.

Portanto, nos primeiros momentos de desenvolvimento da atividade pecuária em Mato Grosso do Sul, foi necessária a fabricação de um utensílio que facilitasse a atividade no campo e que até hoje é utilizado e tido de grande importância ao homem do campo, ou seja, o Laço Comprido.

A armada do laço para essa modalidade tem, aproximadamente, 12 braças de comprimento ou equivalente a 15 metros. Além de ser, ainda hoje, um importante instrumento de trabalho, o laço se tornou, também, um parceiro inseparável do homem do campo. Ele faz parte do dia a dia do vaqueiro, sendo constantemente utilizado nas bagualhadas, nas comitivas e nos torneios.

O laço comprido é feito de couro de boi, fabricado artesanalmente e trançado à mão (hoje existem máquinas para trançar). Logo depois de retirado, o couro é esticado em estacas de madeira e pendurado, geralmente embaixo de uma árvore, ou exposto ao sol. Ali permanecendo por, aproximadamente, um mês, até ser removido para a retirada dos tentos (tiras extraídas do couro para trançar o laço).

Posteriormente, estes tentos são esticados, retira-se o pêlo e o excesso de gordura. Esse processo se repete quantas vezes for necessário até que os tentos estejam prontos para serem trançados. Ainda hoje, muitos usam desse processo para fabricar o laço.

E assim, hoje temos a modalidade Laço Comprido, sendo realizado com bastante entusiasmo em vários estados, como: Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Para que possamos dinamizar ainda mais essa modalidade, fundamos a ABLC – Associação Brasileira de Laço Comprido.

Por Nilson Ricartes
Associação Brasileira de Laço Comprido (ABLC)
Fotos: cedidas

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