Domingos Napolitano Neto, uma saudade sem fim…

O mundo dos cavalos perdeu um de seus membros mais aficionado e íntegro. Porém, o legado deste amigo irá se perpetuar por muitos anos e jamais será esquecido por quem teve o prazer de conviver com ele. Por isso, nesta edição da Revista Tambor & Baliza, a família dos Três Tambores aproveita a oportunidade para homenageá-lo.

Já diria Nelson Mandela: “O que conta na vida não é o mero fato de termos vivido. A diferença que fizemos na vida de outras pessoas é que determinará a importância da vida que levamos”. E assim foi a vida de Domingos Napolitano Neto, que, além de um baluarte dos Três Tambores, juiz de prova e diretor da NBHA-Brazil, era querido por todos do mundo dos cavalos por sua lealdade, integridade e paixão ao esporte. Sua morte, registrada no dia 22 de junho, aos 72 anos, deixou uma saudade sem fim à família dos Três Tambores. Nem mesmo o seu jeito ranzinza à primeira vista, que não passava de fachada para esconder o homem brincalhão que era, foi capaz de impedir que as pessoas ficassem cativadas por ele. A morte pode até ser a única coisa certa que temos na vida, mas mesmo assim continua sendo difícil de encará-la e suportá-la. Ainda mais quando é inesperada, sem aviso prévio, sem a oportunidade do último abraço e de um adeus. O mundo dos cavalos perdeu um de seus membros mais aficionados e dedicados no avanço da modalidade dos Três Tambores. Dizer que Domingos viveu uma vida repleta de significado está longe de fazer justiça ao que este homem realmente foi e representou para o meio equestre. Mas alegram-se todos ao saber que ele deixa um profundo legado, pois jamais mediu esforços para realizar o seu trabalho e contribuiu especialmente para o desenvolvimento do esporte pelo qual era tão apaixonado. Hoje, o céu está mais colorido e alegre do que normalmente. Domingos agora irá contar as suas histórias por lá e, com certeza, irá continuar fomentando a sua paixão pela modalidade dos Três Tambores, explicando tudo sobre as regras e o funcionamento das provas, como um bom professor que costumava ser nesta vida terrestre. Um tutor não só do esporte, como também do trato com as pessoas, o que o tornou tão admirável. Descanse em paz, Domingos! Com a nossa eterna gratidão…

Depoimentos: Família dos Três Tambores lamenta a sua morte “O Domingos foi a pessoa mais leal e humilde que já conheci. No meio do cavalo, do esporte equestre em geral, o ego fala mais alto e temos de nos acostumar com isso, mas uma pessoa como o Domingos nesse meio foi como se tivéssemos achado um brilhante no meio do garimpo. Um cara sincero, às vezes mal educado pela sinceridade mas nunca desonesto ou mal intencionado. Não temos as pessoas do bem e do mal? Pois ele era uma pessoa super do bem, onde pude desfrutar um pouco da amizade e lealdade dele. Graças a Deus pudemos homenageá-lo no Leilão do Haras Raphaella. E sem querer e sem saber, estávamos nos despedindo desse grande amigo que me deixou. Vá em paz amigo, sincero, leal, servil e muito competente. Sentirei sua falta, mas estou renovado para continuar fomentando a modalidade dos três tambores nesse mundão de Deus” – Marcelo Delchiaro.

“Fica aqui nossa despedida ao parceiro e amigo Domingos Napolitano, que Deus o receba de braços abertos e ilumine e conforte os familiares e amigos. Muito obrigado por tantos anos de alegrias, companheirismo e trabalho realizado com muita competência. Descanse em paz, sua trajetória aqui na terra foi linda e sua missão foi cumprida. Sentiremos sua falta amigo” – Família Ulhoa e R4 Publicidade.

“Domingos deixa um grande legado e agora galopa pela paz em outras planícies,  a espera de todos nós um dia. Um grande homem, um dedicado professor para os jovens e um querido amigo. Esse foi Domingos Napolitano Neto. Uma pessoa competente e leal. Profissional admirável, que jamais mediu esforços para realizar o seu trabalho, contribuindo especialmente para o desenvolvimento dos Três Tambores, modalidade que era apaixonado. Com a mais profunda tristeza pela perda irreparável desse baluarte do mundo do cavalo, a Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Quarto de Milha (ABQM) e toda a Família Quartista expressam seus sentimentos e prestam suas condolências aos seus familiares e amigos. Permaneceremos nutrindo por ele a maior admiração e respeito. Nas pistas da vida, sentiremos a sua falta e por tudo que construiu e deixou em cada uma delas e em cada um de nós, seremos sempre gratos! Que as pistas do céu estejam liberadas para te receber, grande Domingos” – Fábio Pinto da Costa, presidente da ABQM, e Wilson Dosso, presidente do Conselho de Administração da ABQM.

“Pra mim, o Domingos era a melhor pessoa: boa, íntegra, honesta e muito justa. Ele não se importava em se colocar atrás de todo o evento, desde que o evento fosse o melhor. E com ele o evento acontecia da melhor forma. Era um homem firme de opiniões e sua maior qualidade era sua lealdade. Tinha a NBHA-Brazil como sua grande menina dos olhos, defendia e se doava de forma impar para esta entidade. Sempre foi nosso grande colaborador e apoiador, vou sentir muita falta dele, e nunca mais vou esquecer a nossa última conversa. Muito triste ficar sem o Domingos” – Adriane Passos, Editora Passos.

“Ele foi uma pessoa chave nos Três Tambores. Dói demais a sua perda. Antes de morrer, ele me escreveu, perguntando se eu precisava de alguma coisa e que, se assim fosse, podia chama-lo a qualquer hora. Ele também aproveitou para me contar sobre alguns projetos, como trazer o sêmen de garanhões do Brasil para o México, entre outras coisas. Ele era um grande apoiador e certamente não vai ser fácil sem ele. Além de seu conhecimento, ele era uma pessoa sempre a favor do esporte da forma mais justa” – Myriam Flores, presidente da NBHA-México.

“Difícil fazer este depoimento. Eu conheci o Domingos em 1995, no Haras Panorama, em São Roque/SP e ali iniciou uma grande amizade, com admiração mútua e muito respeito. Quando iniciamos o Regional Oeste, ele foi nosso primeiro juiz e nos ensinou muito com seu conhecimento das regras e retidão nos julgamentos. Ele parecia ser ranzinza, mas era um brincalhão, adorava contar histórias e ajudava todos que começavam no mundo do cavalo. Foi muito difícil não ter a presença do Domingos na pista do Regional, mas tenho certeza que lá do céu ele acompanhou a prova – Pedro Lara, Regional Oeste.

“Domingos foi um cara que conheci há cinco anos, numa nacional em Avaré quando ele era juiz, comecei a fazer perguntas para aprender sobre regras se tambor, dali para frente começamos a nos comunicar e sempre tirava minhas dúvidas. Fomos ter mais contato com a Super Semana NBHA. Pra mim, um professor, não somente em regras, mas no trato com as pessoas. Sempre conversávamos muito nas provas. Na última Super Semana NBHA, tínhamos combinado dele vir à Pernambuco na Super Semana Nordestina. Sabendo que ele é uma cara sério, não estará presente em matéria, mas seu espírito estará presente torcendo pelo sucesso do evento. Ele não só era meu amigo, mas um cara que eu admirava” – Renato Mafra, NBHA-Pernambuco.

“Na verdade, eu não tenho palavras para expressar minha gratidão, amor e respeito pelo Domingos. Ele era apaixonado pelos Três Tambores e muito exigente sobre o desenvolvimento de regras para eventos internacionais. Participamos juntos em diferentes países, por 10 anos, em eventos internacionais. Sempre com muita paciência, sempre sorrindo, ele compartilhava todo o seu conhecimento. Panamá teve a honra de tê-lo como juiz no 1º Campeonato Mundial. Eu nunca tinha visto ele tão feliz. O mundo do tambor chora, pois perdeu um grande amigo e professor. O que nos consola é que ele está nas mãos do Senhor e de lá vai continuar nos guiando. Paz à sua alma” – Maria Mireya, presidente NBHA-Panamá.

“Como diretor da NBHA, juiz e parceiro da ANTT, foi um dos grandes nomes que batalharam pelo fomento, engrandecimento e regulamentação de nossa modalidade, acompanhando de perto a evolução do esporte nas disputas nacionais e internacionais, elevando o nome do Brasil e seus competidores muito além de nossas fronteiras. As competidoras da ANTT, em especial, sempre tiveram muito respeito e carinho pelo “Professor Domingos”, pois, além de sua imparcialidade e seu apurado senso de justiça, sempre foi muito cordial com todos e prontamente disposto a ajudar em qualquer situação, com seus conselhos e atitudes, dentro ou fora das pistas. Para a “Família ANTT”, Domingos deixa um grande legado de ensinamentos e determinação, um exemplo ímpar de profissional e ser humano” – Silvana Bertato, presidente ANTT.

“Falar do Domingos, ao mesmo tempo que é difícil pela sua perda, é também fácil por ele ter sido uma pessoa pela qual tínhamos muita coisa em comum a respeito do cavalo dos Três Tambores, era uma pessoa muito prestativa, colaborava muito nas provas. Conheci o Domingos há uns 15 anos, mas começamos a trabalhar juntos há uns 10 anos no Haras Rafaela e na fazenda NSL. Vai ser difícil ficar no júri sem a presença material dele, mas, tenho certeza que seu espírito estará presente, pois ali era sua segunda casa. Aprendemos muitas coisas juntos, pois, discutíamos muito do que acontecia durante a prova, vai ficar a lembrança de um grande amigo e companheiro de serviço, de quarto durante as provas, das risadas e às vezes das suas broncas que fazia todo mundo rir. Enfim, foi um grande amigo e companheiro que tive o privilégio de conviver” – José Ricardo Neder, juiz.

“Eu o conheci no ano de 2002, na cidade de Mairinque, onde ele morava na época. Ele me fez um convite para trabalhar com ele nas provas. Ficamos 15 anos trabalhando juntos. Domingos era uma pessoa de caráter forte, sincero e sabia ser amigo. Com ele aprendi a ter seriedade naquilo que fazemos. Ele também dizia que sempre podemos melhorar algo a cada dia e que mesmo nas dificuldades nas lutas não devemos baixar a guarda. Ele sempre dizia que nossa equipe era aqueles que acendiam a luz para o início das provas e quando todos iam embora apagávamos a luz, pois trabalhávamos desde o momento de recepcionar os animais até a última faixa ser retirada e as luzes serem apagadas. Ele acreditava no esporte equino. Na última semana que estávamos juntos ele me disse que estava trabalhando para que os Três Tambores se torne um esporte olímpico, ele acreditava na modalidade. A melhor maneira de reconhecermos o trabalho dele é dar continuação em tudo que ele começou, e sempre trabalharmos com mesma dedicação e alegria, pondo em prática tudo aquilo que ele nos ensinou. Sou grato a Deus por ter me dado a oportunidade de caminhar ao lado de uma pessoa tão especial” – Alexandre Lopes, parceiro de provas no Haras Raphaela.

Tambor e Baliza – ed. 73

Foto: Cedida

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