Ela começou nessa profissão quando nem se imaginava ainda que uma mulher podia exercer a função

de Madrinheira de Rodeio
Com muita agilidade, a madrinheira – ou o madrinhador – tem função semelhante aos salva-vidas, entrando nas arenas para garantir a segurança dos peões. Além da missão de livrar o peão de uma queda, esses profissionais também são responsáveis por agilizar a volta dos animais aos bretes garantindo rapidez entre uma montaria e outra.
Atuam no rodeio em Touros, mas a função principal nos rodeios brasileiros fica mesmo para o rodeio em Cavalos. Montadas em um cavalo manso, a madrinheira aguarda a montaria ser concluída. Quando o peão encerra sua atividade, ela encosta seu cavalo ao lado do cavalo que está em ação e pega o peão pela cintura, ajudando-o a descer para o chão. Finaliza o trabalho com uma corda, envolvendo o pescoço do cavalo, e tira o arreio e o sedém, auxiliando no retorno dele ao fundo dos bretes.
Ana Claudia Garcia de Faria, 35 anos, de Bambui/MG, começou a madrinhar aos 11 anos de idade. “Sempre contei com o apoio da minha família, que está toda ligada ao rodeio. Venho de uma família tradicional no rodeio, meu pai tem tropa e boiada, meus irmãos eram competidores e agora são tropeiros também”, conta Ana Claudia.
Pioneira, começou a madrinhar no estado de Minas Gerais. “Hoje sou a madrinheira mais atuante. Trabalho em quase todos os estados do Brasil e já trabalhei fora do país também. Amo minha profissão e tenho orgulho e ser uma das pioneiras”. Ana já atuou em arenas de Portugal e Paraguai e esse ano esteve no Texas fechando contratos para trabalhar nos Estados Unidos em 2019.

A Festa do Peão de Barretos não é apenas a mais cobiçada entre os peões. Trabalhar nas demais funções também é motivo de alegria e Ana Claudia é a madrinheira oficial desde 1997 da maior festa de gênero na América Latina. “Amo trabalhar em Barretos. Trabalho lá desde novinha, sempre fui com a minha família, tem uma história na minha carreira importante. E quem ama rodeio gosta demais de estar lá, tudo respira o nosso meio. Sem contar no reconhecimento de estar trabalhando em Barretos”, lembra Ana.

Ela não sabe quantas meninas atuam hoje na profissão que ela abraçou, mas trabalhando todo final de semana, são poucas, segunda ela. “Muitas começam e desistem, são poucas que permanecem”. Ela afirma que dá para viver com a profissão de madrinheira. “Consegui muita coisa atuando como madrinheira de rodeio. Quando comecei, não era profissão. Qualquer pessoa montava no cavalo de madrinha e exercia o trabalho. Com o tempo, virou profissão e eu vivo do rodeio, é possível sim”.
Participando dos negócios da família, a tropa e boiada para rodeio e fazenda de gado de corte em Minas Gerais, ela inclusive já foi até vereadora, sua dedicação total, seu foco é o rodeio. “É a minha profissão, o que eu amo fazer.”
Quer ver Ana Claudia e os demais profissionais atuando na maior arena do Brasil? A Festa do Peão de Barretos começa essa semana, dia 16 de agosto, e segue direto até o dia 26.
Por Luciana Omena
Fotos: Arquivo Pessoal