Com técnica e experiência, Willian Sergio Marcondes trabalha com modelagem, limpeza e reforma de uma peça importante para os cowboys
Há um ditado que diz que você pode mexer com qualquer coisa, menos com o chapéu de um cowboy. Bom, na verdade, não sei se é exatamente um ditado, mas com certeza é a mais pura realidade. Peça de vestuário indispensável para qualquer pessoa que curta o estilo western, o chapéu exige cuidados específicos para que dure bastante tempo em perfeito estado.
Willian Sergio Marcondes, 37 anos, Funcionário Público em Catanduva, interior de São Paulo, faz modelagem em chapéus desde a adolescência. Formava os próprios e também dos amigos. Foi assim que começou o ofício. Profissionalmente, ele atua desde 2017, buscando se dedicar ao ápice. Perfeccionista, Marcondes procura recuperar ao máximo os chapéus que chegam para ele.
Por viver o estilo western desde muito novo, não foi de pára-quedas que Marcondes caiu nesse setor. Por muitos anos, de 2000 a 2006, ele atuou aos finais de semana como assessor de locutores e de rodeios, tendo trabalhado em Barretos e em muitas festas pelo Brasil. Como lazer, ele montava e treinava na modalidade Team Roping, mas desde que sua égua morreu, há quatro anos, deixou um pouco de lado essa parte da vida. Não montou mais, mas passa todo o tempo que pode em eventos do gênero, inclusive, ao lado de parceiros nos estandes trabalhando com os chapéus.
Os chapéus dos cowboys têm como características marcantes a aba grande, algumas vezes dobrada para cima nas laterais. A copa é alta e a coroa vincada em três pontos, resultado de todas as vezes que seu usuário segurou-o pelo topo para colocá-lo e retirá-lo da cabeça. Pode ser encontrado em feltro com base em pele, couro ou até palha. As cores mais populares são claras como bege, off white, marfim, camelo e castor, mas o marrom e o preto também fazem a cabeça dos cowboys.
Para trabalhar com essa peça, é preciso estudar e conhecer, essencialmente, o material de que são feitos. Assim, é possível chegar a técnicas apuradas para a recuperação. E foi esse o caminho de Marcondes. “Desenvolvi algumas técnicas ao longo do tempo. E também fui testando produtos até chegar no resultado de hoje. Só de olhar para um chapéu eu já sei o que fazer e usar”.
Conhecimento, experiência e muitas horas dedicadas a essa atividade credenciaram Marcondes para passar a atuar profissionalmente, mesmo sem deixar seu trabalho como funcionário público em Catanduva. “Devido a muita procura, após divulgação em redes sociais, as coisas começaram a se firmar mais. Tornou-se um negócio, que toco há três anos”. E nesse tempo, Marcondes estima que já tratou de cerca de cinco mil chapéus.
Não poderíamos deixar de terminar essa entrevista sem falar sobre os cuidados básicos que todo cowboy deve ter com seus chapéus para evitar sujar, amassar, estragar. “Não guardar em caixa, não deixar dentro de automóveis, e nem em lugares abafados, e evitar molhar”, conta Marcondes. Mas caso aconteça, ele diz que está à disposição de todos, basta chamar: instagram.com/marcondeswillian.
Por Luciana Omena
Colaboração: Analucia Araújo
Fotos: Cedidas