A jovem americana veio conhecer de perto como é o trabalho dos haras no Brasil
Loryn Barclay esteve em Araçatuba/SP para acompanhar um dos eventos oficiais da ABQM e conversamos com ela. Ao lado de Evelino Rocha, do Haras Zopone, a jovem americana veio ao Brasil para fazer um estágio com ele.
Passou, portanto, cinco semanas no Brasil com Evelino. Além disso, teve a oportunidade de conhecer o trabalho de diversos haras. Ela monta cavalos desde criança, pois a família sempre teve como hobby.
Contudo, a história mudou quando começou Loryn começou nos Três Tambores. Desse modo, aos 16 anos foi trabalhar profissionalmente com cavalos. Ela e a irmã atualmente trabalham com marketing.
A empresa das duas atende grandes nomes da indústria americana. Desse modo, foi inusitado esse ‘caminho inverso’. Normalmente somos nós que buscamos conhecimento nos Estados Unidos.
À reportagem da Editora Passos/Revista Tambor & Baliza, a atleta contou sobre sua experiência e o que pôde levar do Brasil para os Estados Unidos. Uma coisa, contudo, ficou evidente: Loryn adora o nosso país!
Interesse pelo Brasil
“Eu acho que os programas nos haras do Brasil são muito diferentes do que acontece nos Estados Unidos. Porque o treinador prepara toda o animal e os competidores só competem. Ou seja, existe um manejo separado. Em contraste com os Estados Unidos, onde lá nós fazemos todas as tarefas.
Toda essa estrutura da indústria do cavalo em volta dos treinadores, com tratador, ajudante, não temos. Nos Estados Unidos muitas pessoas treinam seus cavalos, não pagam treinadores. Apenas para os Futurities. Depois elas continuam treinando seus animais”.
Principal diferença entre Brasil e Estados Unidos
“Uma coisa muito positiva que vi é que os treinadores estão focados para treinar e competir. As funções são divididas. Eu acho que a indústria dos Três Tambores do Brasil é similar a dos cavalos de Corrida nos EUA, onde tudo é dividido, cada um na sua função”.
Impressão das provas
“Eu gosto que no Brasil tem mais categorias. Nos Estados Unidos só tem Open e em alguns lugares, Futurities e Derby. Mas muitas provas abertas. Você só corre com seu cavalo uma vez por dia e aqui você tem a chance de correr mais de uma vez, de acordo com a categoria que você se encaixa. Em resumo, por aqui se tem mais chances”.
O que pode melhorar
Eu acho que nos Estados Unidos há um número maior de competições. Para os potros penso que do nosso jeito é melhor, pois eles podem se acostumar mais com as provas. O Evelino me explicou que no Brasil há muita burocracia. Que não é só embarcar o cavalo e ir a um jackpot, como fazemos. E por isso é que aqui as provas são, usualmente, mais em finais de semana”.
Pistas
“O que gostei muito é que no Brasil as pistas são padrão. Os cavalos correm a mesma medida sempre. Assim sendo, o animal tem mais confiança. E outra coisa que influencia, que o Evelino me disse, é que 90% dos treinadores tem pista oficial em casa, então o cavalo está condicionado a isso, já que eles aprendem por repetição. Nos Estados Unidos o clima é difícil, quente e frio, e as pistas tem calefação, geralmente são pequenas”.
Interação entre Brasil e Estados Unidos
“Eu acho que no futuro o Brasil e os Estados Unidos podem sim estar mais perto. As pessoass lá só acham que os brasileiros têm que comprar cavalos com eles. E que os americanos não podem comprar aqui, que só eles são especialistas. No entanto, vocês brasileiros se esforçam, querem aprender inglês, por exemplo. Mas nós não fazemos o mesmo, em querer conhecer a língua de vocês. Os Três Tambores é esporte do futuro e por isso creio que muitas coisas serão diferentes. Vocês são muito profissionais, tudo que vi eu gostei”.
Experiência de cinco semanas no Brasil
“O programa de trabalho do Evelino é incrível! É diferente e eu não conheço outros treinadores aqui, então estou falando dele. Os cavalos são bem domados, calmos, concentrados, não têm medo. Montei muitos cavalos no haras e aprendi novas técnicas. Não só sobre como o cavalo pensa, mas também como conduzi-lo através disso. Uma experiência incrível para mim! Fora que a Cacá, esposa dele e sua pequena são as melhores pessoas do mundo, me senti muito acolhida”.
Retorno
“Quero voltar sim! Quando o Evelino começar a montar com potros. Ele me contou que prepara os potros desde novinho e me interessei. Esse é outro ponto em comum dos Estados Unidos com Brasil, a doma e iniciação dos potros. E, claro, desejo saber mais palavras português!”
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Por Verônica Formigoni
Fotos: Cedidas