Filho do primeiro brasileiro a ganhar uma competição de cavalos Árabes nos Estados Unidos, João Batista Rodrigues começou a sua carreira como apresentador aos 11 anos de idade; conheça a história
Quando pequenos os filhos têm nos pais o maior exemplo a seguir. Dessa forma, repetem atitudes e palavras, buscando sempre serem iguais àqueles que admiram. Com João Batista Rodrigues não foi diferente. Filho do primeiro brasileiro a ganhar uma competição de cavalos Árabes nos Estados Unidos, Zezé Rodrigues, ele viu no pai um exemplo a ser seguido.
Tanto que aos 11 anos de idade já começou a sua carreira como apresentador mirim da raça. E, logo no primeiro ano, se consagrou Campeão Nacional Brasileiro, mostrando que o talento para apresentar o cavalo Árabe está, de fato, no DNA da família Rodrigues. “Aí eu peguei gosto pela coisa”, garante.
Depois, aos 22 anos, João foi nomeado o melhor apresentador da Nacional Brasileira. Assim, natural de Jaú/SP, ele saiu do interior para conquistar o mundo. Tendo competido e conquistados títulos em vários países, como Estados Unidos, Canadá, Chile, Bolívia, África do Sul, entre outros.
Atualmente, aos 42 anos, João Batista tem uma carreira consolidada como apresentador do Cavalo Árabe. Por isso, o portal Cavalus bateu uma papo com ele. Abaixo, você confere a entrevista na íntegra e, ainda, um vídeo espetacular do apresentador na Arábia Saudita.
https://www.facebook.com/watch/?v=594358394733989
Como tudo começou
“Eu comecei muito jovem, por minha família ser do mundo do cavalo desde que me conheço por gente, sempre estive envolvido com cavalos. A escolha pelo cavalo Árabe aconteceu, também, por meio da minha família. Meu pai sendo treinador de cavalos árabes eu já cresci encaminhando nesse ramo.
Muitos da minha família estão envolvidos com cavalos. Como, por exemplo, meus dois irmãos que trabalham nos Estados Unidos, Alcides e Diego Rodrigues, meu tio Rinaldo Longuini também um ótimo apresentador, meu tio Zetão gerente do Haras Vilas dos Pinheiros e o Elder gerente do Haras JM.
Minha família começando pelo meu pai foram os pioneiros do Cavalo Árabe no Brasil. Meu pai foi um dos primeiros brasileiros a ir aos Estados Unidos aprender a treinar cavalos árabes. Minha mãe foi uma das primeiras a tosquiar cavalos no Brasil.
Claro que hoje em dia eu tenho um amor próprio pelo cavalo Árabe pela sua beleza, inteligência, resistência e sua capacidade e facilidade de assimilar o treinamento.
Mas isso veio do meu pai, que me ensinou a apresentar e a treinar. Comecei minha carreira de apresentador aos 11 anos de idade, como apresentador mirim, e no primeiro ano me consagrei Campeão Nacional Brasileiro. Aí peguei gosto pela coisa.”
Principais títulos conquistados
“Eu tenho vários títulos em vários países, mas o que mais valorizo é o que melhor apresentador da Nacional Brasileira no ano de 2000. Por ser um título muito querido pelos treinadores, e foi muito de surpresa, eu não esperava ganhar. Eu era muito jovem, somente 22 anos de idade, foi uma surpresa muito agradável.
Eu tenho farias histórias de campeonatos que me marcaram, mas o mais gratificante não são os resultados dos campeonatos. Mas, sim, o desempenho do cavalos nas disputas.
É muito gratificante conseguir tirar o melhor de um cavalo, isso pra mim é o que mais me marca. Eu já competi em vários países, nos Estados Unidos aonde morei a maior parte de minha vida, Canadá, Chile, Bolívia, África do Sul entre outros.”
Animais que marcaram
“Foram muitos animais, muitos lugares e muitas pessoas que fizeram e fazem parte de minha carreira. Já trabalhei com os maiores nomes da indústria do cavalo Árabe.
Mas o que mais tenho respeito e não posso deixar de citá-lo, Polé Levi do Haras Capim Fino, aonde tudo começou”
O que torna um apresentador campeão?
“Sem sombra de dúvida é o cavalo. Um apresentador não é ninguém sem um bom cavalo. E em segundo lugar, a dedicação, muitas horas de trabalho. Um cavalo bem apresentado você consegue destacar as suas qualidades. Na realidade, um cavalo bem apresentado se transforma.”
Preocupações no dia-a-dia do trabalho
“Em primeiro lugar, o bem-estar do animal é a minha maior preocupação. Um cavalo bem tratado, saudável, feliz, sem estresse, é um cavalo muito mais fácil de se treinar. Até porque o cavalo é uma obra de Deus e ele tem livre arbítrio.
Então, é muito importante que o animal queira colaborar com o treinador. Eu acredito que todo treinador tenha o seu que… o meu eu acredito que seja na maneira com que eu passo confiança para os cavalos. Isso me ajuda muito com que os animais aprendam o treinamento.
A primeira coisa que eu faço de manhã é olhar a porte nutricional dos cavalos. Quem comeu, quem não comeu e porquê, para saber se tenho que fazer alguns ajustes. Na minha opinião, a nutrição é a parte mas importante do treinamento.
Depois, vou checando cavalo por cavalo para ter certeza de que todos estão bem. Terceiro eu fico de olho na higiene, é muito importante bebedouros e cocheira bem limpas e forradas para o bem estar dos animais.
Aí sim eu começo a trabalhar os animais… o cavalo de Halter é trabalhado em duas etapas a primeira é o condicionamento físico de exercícios. E a segunda é o treinador de Halter aonde o animal aprende a se apresentar que é como ele tem que se posicionar para ser julgado.”
Conselho para os iniciantes
“Antes de mais nada, o meu conselho aos novos apresentadores e treinadores é que busquem ajuda, procurem aprender, não tenham vergonha de não saber. O vergonhoso é não querer aprender.
Depois, com força de vontade, dedicação e fé, tudo é possível. No meu caso, foram, certamente, os anos de aprendizado que me ajudaram. Como eu já disse, tive a oportunidade de trabalhar com os maiores nomes do mundo do cavalo Árabe, começando pelo meu pai Zezé Rodrigues”.
Planos para o futuro
“Sem dúvida, o meu plano é divulgar a raça para o mundo todo. Eu gostaria de ver todos os países criando e competindo com cavalos Árabes.”
Por Natália de Oliveira
Crédito das fotos: Arquivo pessoal/João Batista Rodrigues