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Adrenalina é combustível para momentos antes da ação

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Adrenalina é o combustível para os momentos antes de entrar em ação O que passa na cabeça de um atleta quando ele está prestes a iniciar uma prova?

O que passa na cabeça de um atleta quando ele está prestes a iniciar uma prova?

Adrenalina é o hormônio do rendimento e da ativação. Dessa forma, nos permite atingir a euforia quando praticamos um esporte. Por exemplo, àqueles segundos antes do juiz liberar a pista, um formigamento pelo corpo todo, uma injeção de ânimo e coragem. Certamente, é ela agindo para que o atleta dê o seu máximo.

No entanto, além de favorecer nosso rendimento e nossa ativação, a adrenalina também tem um lado obscuro. Um excesso na liberação desse hormônio causa sérios efeitos secundários. É preciso ter cuidado e saber lidar com essa sensação de modo saudável, a fim de poder vivenciar aqueles segundos preciosos antes de partir para ação.

Pensando nisso, fomos conversar com alguns atletas do nosso meio e a pergunta foi: o que passa na sua cabeça no momento em que você está prestes a iniciar uma prova? Confira o que eles responderam!

Martha ‘Petit’ Herweg – Seis Balizas

“Depende do cavalo (risos). Com o Xororó Agae eu tenho sempre que focar muito, porque eu sei que só existe uma maneira de passar ele na prova sem derrubar, que é arriscando. Então, temos que ir com muita velocidade e eu fico me ‘provocando’ para não ‘amarelar’ e ir ‘morna’ na passada, com o pensamento de apenas administrar. Dessa forma, tenho que ir para o tudo ou nada todas as vezes.

No entanto, com o Eastwood Agae eu tenho que me concentrar para não errar os pontos das viradas. Acima de tudo, ele é muito mais novo de prova e ainda não definiu um estilo de passada, muda sempre (risos).

Cada cavalo é de um jeito e por isso acredito que posso dizer que me sinto nervosa antes de partir. Então, falo para o meu cavalo que está tudo por conta dele, porque não estou em condições de pensar muito (risos) e que confio nele. Daí partimos! Nas Seis Balizas temos muitas coisas para pensar e às vezes não da certo.”

Renata Simonetto – Laço Comprido

“Na verdade eu penso em várias coisas, dependendo do momento. Mas, normalmente procuro pensar em laçar esse boi. Sei que não vou ter oportunidade de laçá-lo novamente, então sei que tenho que dar o meu máximo nessa passada.”

Djalma Macedo – Corrida

“Quando estou indo pra o box, procuro ficar bem tranquilo. E, de fato, passar tranquilidade para o animal. Momentos antes de abrir as portas, tento controlar os nervos e me concentrar ao máximo. Tenho comigo que ali naquele momento não posso errar, pois penso que um jóquei sempre tem que estar em sintonia com o animal.”

Lukinha Astorga – Laço em Dupla

“Na preparação, antes de ir para o brete, procuro deixar o meu cavalo bem aquecido. Fico na expectativa de entrar e fazer tudo que treinamos em casa, realizar bem todas as manobras que treinamos. Então, procuro ficar mais focado em aquecer bem o cavalo para desempenhar tudo que treinamos. Dentro do brete, antes de pedir o boi, procuro ficar focado em toda a trajetória da minha corrida, focado no boi. Acabo que não escuto barulho nenhum externo e procuro voltar minha atenção ao boi e ao cavalo, o foco é todo neles.”

Marcel Appel – CCE

“Nos momentos antes de entrar na pista procuro repassar o percurso em minha mente e ficar focado e confiante que me preparei bem para aquela competição. Evito pensar muita coisa, pois os pensamentos podem trazer sentimentos de medo, dúvida ou hesitação e isso atrapalha a performance. Tenho um ritual antes de montar os cavalos que envolve exercícios de ioga, respiração e até malabarismo para deixar minha mente mais serena e focada”.

Aluísio Marins – Equitação de Trabalho

“O que passa é tudo que eu planejei fazer antes de chegar à prova. Estudo bem a pista, muito bem o piso, já que cada prova tem um solo diferente. E assim, penso na estratégia que bolei para essa etapa. Momento antes da largada, eu dou uma olhada para onde tenho que levar meu cavalo e assim vou, a cada obstáculo. Tento colocar em prática o que já estava pronto, dou uma revisada e vou.”

Kiki Benevides – Western Pleasure

“Nos momentos antes de entrar em pista passa um milhão de coisas: se vai dar tudo certo !!?; se vou conseguir concluir a prova!!?; se meu cavalo vai superar minhas expectativas ou fazer o que treinamos; ou ele não vai fazer nada direito (risos); será que os juízes vão gostar do meu cavalo?”

Lucy Fazzio – Breakaway Roping

“Na prova tento manter máximo de concentração e não passar para o meu animal a adrenalina ou o nervosismo que eu possa esta sentindo. Portanto, tento estar concentrada e relaxada na sela, para mostrar para ele que não estou ansiosa.

Quanto mais ansiedade passar par ele, posso acabar atrapalhando toda a sequencia da prova. E no momento certo, que meu cavalo esta ligado no boi, peço a abertura do brete.”

Karoline Rodrigues – Rédeas

“Eu tento visualizar cada manobra, na ordem do percurso. Imagino o que eu tenho que fazer para elas saírem como eu gostaria e, claro, imagino elas saindo realmente certinhas. Acho que isso ajuda a manter uma imagem positiva da prova. Mesmo quando tenho um cavalo mais difícil, ainda assim tento visualizar aquela prova linda que eu gostaria de fazer.

Se algo der errado no meio do percurso, a gente ainda tem que pensar em fazer a próxima manobra corretamente. Eu acho que no geral fico bastante nervosa ali esperando minha vez, às vezes sinto ânsia até. Mas eu sei que quando entro na pista consigo ser consciente.”

Djalma Bezerra – Working Cow Horse

“Quando me preparo para entrar em pista em uma prova de Rédeas eu penso ‘aí cacete, chegou minha vez…’. Como também pratico Working Cow Horse, momentos antes de pista ser liberada já penso’ show, chegou minha vez!”

Luis Fernando Taboga – Apartação

“Seria mentira eu falar que em toda competição não dá aquele frio na barriga, mesmo com o passar do tempo, mesmo ficando mais maduro. De tal forma que aquele friozinho na barriga nunca some, pois lidamos com tudo que envolve competição, ser julgado, passar por algum tipo de avaliação.

O que me passa na cabeça hoje é que eu consiga entrar na pista e aplicar da melhor forma tudo que fiz por um tempo durante os dias que antecedem à competição. Procuro visualizar o que daria certo, no meu caso da Apartação, por exemplo, as três tiradas de boi no centro da pista, tiradas limpas. E logo após, esperar que o boi de condição do meu cavalo apresentar um bom trabalho. Penso em tentar acertar ao máximo tudo que tenho de expectativa e objetivos.”

Eriquinho Braga – Conformação

“Quando estou prestes a entrar na pista de Conformação, em primeiro lugar, tento lembrar tudo que eu treinei com o animal. Cada cavalo tem sua particularidade na hora de apresentar, então me concentro nisso e em manter uma conexão com o animal. Sobretudo, fazer um bom conjunto, ficar o calmo possível para transmitir essa segurança paro o meu cavalo. E ai, entrar para desempenhar um bom papel. Basicamente é isso, concentração e calma para tentar fazer tudo que treinamos.”

Giulia Carbonari – Três Tambores

“Eu fico em paz, porque é o que eu mais gosto de fazer. Então, na minha cabeça passa sentimento de gratidão por poder estar fazendo o que eu gosto. Ao mesmo tempo eu me concentro ao máximo para poder fazer uma passada bonita, mesmo que não venha um tempo baixo! E fico pensando também no que será que a Bruna, minha treinadora, está pensando.”

Giovana Ferreira – Vaquejada

“Momento único, de reflexão, calma, gratidão a Deus por está podendo competir. Momento de fé em Deus para que nada aconteça.”

Nicholas Collard – Laço Individual

“A concentração no cavalo e no bezerro é muito grande, dando espaço apenas para pensar em como o bezerro vai sair para eu poder baixar a mão e mandar o cavalo.”

Bryan Eysink – Team Penning

“Eu diria que tento focar o máximo possível em ler o gado, mesmo de longe. Assim, se for chamado um boi que já visualizei, ganho tempo com isso. E a cada milésimo de segundo que ganho, é o que difere do primeiro, segundo e terceiro colocado. Sempre tentando observar não só o meu número do boi, quanto os dos parceiros.”

Ricardo Schmidt – Ranch Sorting

“Antes de partir para tirar os bois, procuro observar atentamente o posicionamento deles dentro da boiada. Dessa forma, memorizo o máximo possível de que lado estão pela sua numeração. E tento não deixar me influenciar pela adrenalina ou pelo barulho externo, que podem tirar sua concentração.”

Cássio Dias Barbosa – Montaria em Touros

“Antes eu procuro desligar de tudo que está em volta, ficar com o pensamento somente no touro. Se eu já conheço ou já montei nele, fico mentalizando a sequência de pulos e o que preciso fazer pra parar nele.

No brete é o momento de maior tensão, momento da adrenalina, você está sentindo o touro ali, você tá ansioso pra pedir pra abrir a porteira, é preciso continuar desligado de tudo em volta e focar somente no touro na montaria. Eu penso que sou capaz de vencer aquele animal, não deixo ele me intimidar, me mantenho otimista naqueles momentos. Nunca senti medo, ali dentro do brete não pode ter medo, pra dar certo você precisa ter vontade e é nisso que penso: soltar logo o touro e dar o melhor de mim.

Ali no brete não importa se é o primeiro dia ou a final do rodeio, o pensamento é parar os oito segundos. Não da pra pensar muito na competição naquele momento, se com a montaria vou ganhar o título, se vou ser eliminado, penso apenas em parar. Deixo esse pensamento da competição pra depois.”

Por Luciana Omena
Crédito da foto: Divulgação/Pixabay

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