Ainda em comemoração ao Dia das Mães, o portal Cavalus conta hoje a história da criadora de cavalos da raça Árabe
O cavalo Árabe passou a fazer parte da vida de Marisa Foz Forte através da paixão dos filhos, Rodrigo e Isabella. Como eles sempre foram apaixonados pelos animais em geral, principalmente pelos cavalos, acabaram passando esse amor para ela e o marido Carlos.
Como resultado dessa paixão surgiu o criatório RFI Arabians, situado em Itapetininga/SP. O criatório – que já foi destaque aqui no portal Cavalus – está entre os mais importantes do Brasil, além de ser conhecido internacionalmente.
No entanto, em comemoração ao Dia das Mães que foi celebrado neste mês de maio vamos contar agora a outra parte da história da criação do RFI Arabians, a partir das palavras de Marisa, a matriarca da família Foz Forte.
Atualmente, aos 72 anos, Marisa tem a oportunidade de compartilhar essa paixão pelo cavalo Árabe agora com os seus netos. Dessa forma, ela conta para eles muitas de suas histórias de quase 30 anos de criação do Cavalo Árabe.
Confira abaixo a entrevista na íntegra!
Primeiro contato com cavalos
“Meu pai era fazendeiro e já gostava de cavalos, mas tudo começou por uma paixão de infância do meu filho Rodrigo. Em 1991 compramos a pedido dele o nosso primeiro cavalo árabe, o C-Cherez, de criação do Cláudio Bardella, Haras Canapuã.
De lá para cá eu, meu marido Carlos e meus filhos Rodrigo e Isabella desenvolvemos uma criação, o RFI Arabians, que hoje é uma das principais do Brasil e reconhecida mundialmente.
Mas foi uma escolha do meu filho criar a raça. Antes do Árabe tivemos cavalos de outras raças, mas meu filho gostava mesmo do Árabe por sua beleza e funcionalidade. Depois que o C-Cherez chegou em casa nos apaixonamos por ele e pela raça Árabe.
Trabalhamos muito, investimos muito, em alguns momentos pensamos em desistir, algo que passa pela cabeça de todo mundo, mas persistimos juntos, em família, porque a paixão sempre foi muito forte.
Hoje chegamos felizmente a um nível de criação muito alto, o que me deixa muito satisfeita das escolhas que fiz, que fizemos juntas. E tenho o prazer de desfrutar dos cavalos também com os meus netos Marina e Felipe, que têm 8 e 6 anos.”
Vida profissional
“Fui professora, mas depois parei minha carreira para me dedicar à família. Durante muitos anos administrei o haras, enquanto meu marido Carlos ocupava sua principal função como executivo. Hoje a gestão do haras está a cargo dele e do meu filho Rodrigo; hoje só curto a criação.
Não me arrependo de nada; todas as escolhas na vida trazem ônus e bônus; em geral as minhas escolhas me trouxeram muito mais bônus do que ônus. Acredito que esse é um dos maiores dilemas da mulher moderna, como conciliar vida profissional e pessoal.
Como disse, abri mão da minha carreira profissional para me dedicar à família e não me arrependo. Mas sei que isso não é simples hoje em dia, a maioria das mulheres trabalha porque precisa, muitas outras querem ter sucesso profissional, o que é muito justo.
Conciliar vida profissional e pessoal, da forma que o mercado de trabalho exige hoje, é algo muito difícil, mas as mulheres precisam se cobrar menos para serem mais felizes.
A condução da vida está em nossas mãos, as mulheres têm o livre arbítrio, imponham limites, me refiro aos exageros da vida profissional moderna, e se cobrem menos.
É muito difícil ser mãe, educar os filhos requer tempo, muita energia e paciência, mas vale muito à pena, posso dizer isso com tranquilidade aos meus 72 anos de idade. O amor supera qualquer obstáculo.
Maternidade
“Tive muita dificuldade de engravidar; levou muitos anos até o Rodrigo chegar; depois disso a chegada da Isabella foi bem mais fácil, eles têm uma diferença de quase dois anos.
Como parei de trabalhar para cuidar da família, tive muito tempo para aproveitar os meus filhos na infância e na adolescência. Levava eles na escola, no clube, depois muito na hípica, nos centros de treinamento e nas exposições.
Pude acompanhar todos os passos deles e da nossa criação. Nossa família sempre esteve unida ao redor dos cavalos e isso foi a melhor coisa para todos nós.
Como disse demorei para ser mãe; meus filhos foram os melhores presentes da minha vida. Ser mãe para mim é estar próxima dos meus filhos, educando, incentivando, aconselhando e principalmente transmitindo valores sólidos, que possam levar para o resto das suas vidas.
Hoje no papel de avó penso a mesma coisa e fico feliz de ver meu filho Rodrigo e minha nora Sabrina fazendo o mesmo com os meus netos”.
Por Equipe Cavalus
Crédito das fotos: Divulgação/Marisa Foz Forte