Na segunda reportagem especial da Revista Top Marchador em parceria com o portal Cavalus, que você acompanha agora todas as quintas-feiras, conheça mais detalhes sobre a história do surgimento da raça
A paixão pelos cavalos no Brasil já tem mais de 200 anos, e história tem origem pela própria família Real portuguesa, que trouxe animais andaluzes para aclimatar nas coudelarias reais. A princípio, Dom João VI transportou seus favoritos nas caravelas, quando chegou ao Rio de Janeiro em 1808.
No entanto, foi Dom Pedro I quem ficou famoso por montar fogosos garanhões na Quinta da Boa Vista e entrar a galope no Paço Imperial. Acima de tudo, a história afirma que Dom Pedro I deu grito da Independência montado em uma mula parda.
Afinal, era a montaria mais adequada, na época, para transportar os lamaçais da Serra do Mar. Contudo, o registro que ficou foi do pintor Pedro Américo, que o retratou erguendo a espada na sela de um belo alazão.
História do cavalo em Minas Gerais
Em Minas Gerais, a história do cavalo começou a ser escrita no Ciclo do Ouro, quando os desbravadores precisavam de animais mais velozes que os burros e mulas para fazer rápidos deslocamentos.
Em tempo de guerra como a dos Emboabas – em que paulistas e mineiros brigavam pelo direito de exploração das jazidas de ouro – um bom cavalo valia muito dinheiro.
Já em tempo de paz, os fazendeiros e negociantes se valiam de cavalos fortes, velozes e de marcha confortável para os seus deslocamentos. Além disso, as escoltas das tropas cargueiras de ouro montavam imponentes garanhões para perseguir os bandidos que emboscavam as cargas.
Antes de mais nada vale lembrar que o mais famoso entre esses cavaleiros, que montava animais criados na Coudelaria Real de Cachoeira do Campo e ali iniciou sua perseguição libertária, foi o alferes Joaquim José da Silva Xavier. Ou seja, Tiradentes.
Surgimento do cavalo denominado Sublime
De acordo com registros históricos, Gabriel Francisco Junqueira, o barão de Alfenas, foi presenteado por D Pedro I com um garanhão da raça Alter em 1824. Assim, fazendeiro abastado da região e criador de bovinos, o barão iniciou sua criação de cavalos cruzando o magnífico animal com éguas rústicas da sua Fazenda Campo Alegre, situada no município de Cruzília.
Como resultado deste cruzamento, surgiu um novo tipo de cavalo denominado Sublime, pelo mandar macio que possuía. O cavalo servia para montaria e na lida da fazenda com tração leve.
Naquela época já se impunha uma seleção da raça. Inegavelmente, o cavalo no século XIX era o meio de transporte mais confortável. Por isso, fazendeiros e nobres não poupavam dinheiro para adquirir animais confortáveis e prestativos para a família.
O cavalo precisava se adequar ao solo, às características topográficas mineiras, ser resistentes em longas cavalgadas, às variações do clima e do ambiente, ter bom rendimento e ser bastante cômodo.
O cavalo Sublime, desenvolvido no Sul de Minas com sua marcha tríplice apoio, começou a chamar atenção pela comodidade. Por terem porte e andamento diferenciados, os cavalos foram reconhecidos na sede do Império.
Viraram sinônimos de nobreza e perfeição no que diz respeito a cavalos de sela. Esses animais foram apelidados de cavalos mangalargas, em um a referencia à fazenda de onde vinham, segundo a versão mais consistente levantada pelos pesquisadores.