Diretoria da associação, com base em todos os protocolos estipulados para a retomada de eventos equestres, entendeu ser melhor para a modalidade não realizar mais provas presenciais em 2020
Em meio ainda ao sucesso da I Batalha Virtual de Equitação de Trabalho, a ABET – Associação Brasileira de Equitação de Trabalho anunciou o cancelamento das provas presenciais que restavam para completar o calendário 2020. “Entendemos que, no atual momento, não temos segurança mínima para tais eventos”, informa nota.
Em contrapartida, e indo na mão do que vem acontecendo em todas as modalidades equestres, formatou o Campeonato Brasileiro Virtual de Equitação de Trabalho, que será antes de mais nada um simulado virtual das provas da modalidade. A primeira parte será realizada em três etapas, de agosto a outubro, culminando com um evento isolado em novembro.
Ficou estabelecido, portanto, que dois juízes julgarão os conjuntos inscritos apenas na fase de Maneabilidade. E que as três primeiras etapas contarão para os rankings estaduais – São Paulo, Minas Gerais, Brasília, Goiás –, ranking do Mangalarga Marchardor e ranking virtual.
A primeira etapa já tem data marcada: 12 a 15 de agosto. As inscrições ficarão abertas de 27 a 31 de julho, com os croquis enviados no dia 24 de julho e prazo para e entrega dos vídeos em 6 de agosto.
E como vai funcionar?
No período da etapa, dividido por categorias, os vídeos enviados pelos inscritos serão postados e ficarão no feed do Instagram da ABET por 24 horas. Todos poderão assistir e curtir e os juízes terão um prazo para também assistir e fazer o julgamento. A ordem das categorias já está divulgada no site oficial da ABET e cada inscrito será julgado dentro da sua categoria no percurso com cinco obstáculos.
Ao término desse processo, os resultados serão divulgados no domingo da semana da etapa. Cada competidor receberá a súmula de julgamento com todos os comentários dos juízes. Em seguida, os vídeos dos três melhores em cada categoria voltam para o Instagram da ABET, dessa vez com os comentários dos juízes adicionados.
“A meu ver, a característica mais empolgante desse formato de provas desenvolvido pela ABET é o educativo. Mesmo sem sair de casa para competir, os conjuntos ficarão cientes de onde podem melhorar. O lado competitivo é importante, sem dúvida, mas essa visão educativa, de crescimento para os conjuntos, vai ser muito válida”, enfatiza o presidente da ABET Ney Messi.
Na primeira fase, das três primeiras etapas sairão os campeões da Copa Brasil, evento que seria realizado no final do ano; do ranking dos conjuntos formados só por Mangalarga Marchadores, parceria de dois anos com a ABET. E ainda campeonatos estaduais e o ranking virtual, que virá das curtidas dos vídeos no Instagram. Em novembro, pontuação zerada, em uma prova isolada para quem participou de duas ou três etapas anteriores, serão definidos os campeões brasileiros.
Fases
Só para exemplificar, uma competição de Equitação de Trabalho é composta por três etapas distintas, disputadas individualmente pelo conjunto: Ensino, Maneabilidade e Velocidade. Em uma prova normal, presencial, o cavaleiro monta o mesmo cavalo nas três fases para ter sua nota final.
O Ensino é similar a prova de Adestramento e demonstra as habilidades atléticas do cavalo, atendendo aos comandos do cavaleiro. Visto que na Maneabilidade, o objetivo é por em evidência a capacidade do conjunto em superar com tranquilidade, precisão, estilo e regularidade alguns obstáculos que reproduzem dificuldades encontradas no campo. Similar a fase de Maneabilidade, a Velocidade precisa ser cumprida ao cronômetro.
Há uma quarta fase, Prova da Vaca, semelhante ao Team Penning, somente disputada nas provas que tenham competições por equipe.
E foi justamente por identificar mais dificuldade para os juízes, por conta de todas as nuances e peculiaridades, que no Campeonato Brasileiro Virtual a única fase será a de Maneabilidade.
“Para os juízes, julgar a Velocidade seria impossível através dos vídeos. A fase de Ensino é muito técnica, com alguns detalhes que também acreditamos que inviabilizaria. Por isso, os próprios juízes orientaram mantermos apenas a fase de Maneabilidade para essa competição, por ser um meio termo, nem tão técnica como Ensino e nem com tanto movimento como a Velocidade”, explica Messi.
Alguns detalhes
Ao decidir cancelar as provas presenciais, um dos quesitos levados em consideração pela diretoria da ABET foi o custo. Para poder se encaixar no protocolo sanitário de eventos equestres e contemplar de forma satisfatória a Equitação de Trabalho, o custo da prova não compensaria. “Acima de tudo, como é uma modalidade bem diferente das demais, com as três fases, toda a diretoria concordou que o modo presencial com as restrições necessárias não seria indicado”, reforça o presidente.
Dessa maneira, no modelo virtual outra grande vantagem é justamente o custo baixo, não só para a ABET, como também para os competidores. Ao receber os croquis, poderão montar as pistas em casa, com cinco obstáculos, e vale obstáculos de treino. Além disso, há uma forma de se candidatar para ter sua inscrição custeada por um dos patrocinadores.
Assista ao vídeo completo de regras no: abetequitacaodetrabalho.wordpress.com/. Assim como participe hoje, às 19h, live de Ney Messi com o portal Cavalus onde ele explica tudo sobre o campeonato virtual e a modalidade: @portalcavalus
Por Luciana Omena
Crédoto da foto: Divulgação/Ney Messi
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