Uma antiga paixão que se renova a cada geração, assim sentem os criadores e entusiastas
Foi em 1870, que Cassiano Campolina, nascido em 10 de julho de 1836, ganhou a égua Medeia, já prenha de um Andaluz de D. Pedro II. Deste cruzamento nasceu o potro batizado Monarca. E assim se deu o início de uma história que dura até hoje, mais de 140 anos, a formação da raça Campolina.
Segundo o site oficial da associação brasileira que rege a raça, Cassiano tinha como principal objetivo formar cavalos de grande porte, ágeis, resistentes e de boa aparência. Para isso, selecionou e cruzou raças de cavalos como PSI, Anglo-Normando e Marchador, conforme sua intuição e experiência.
Em 1904, após mais de 30 anos trabalhando firme em seu propósito, Cassiano Campolina faleceu. Seus exemplos permaneceram e com a dedicação e empenho de amigos, a raça continuou a ser criada e aperfeiçoada. Famílias como a de Joaquim Pacheco de Resende e do Cel. Gabriel Andrade foram fundamentais nessa missão.
Ao longo dos anos, apontam os especialistas, outros grandes nomes, importantes na perpetuação do Campolina, devem ser citados: Agenor Sampaio, Alfredo Manuel Fernandes, Américo de Oliveira, Américo Ferreira Leite, Antonio Lopes da Silva, Arnaldo Bezerra, Cel. Linto Diniz, Ascanio Diniz, Emir Cadar, Epaminondas Cunha Melo, Fernando Diniz Oliveira, Geraldo Magela Resende, Guaracy Engel Vieira, Guido Pacheco Magalhães, Heitor Lambertucci, Jamil Saliba, José Eugenio Câmara Dutra, José Ferreira Leite, José Geraldo Areias, Leonardo Campos, Luiz Eduardo Cortez (DEADO), Lídio Araujo, Orminio de Almeida, Pedro Joaquim Carlos, Roberto Catelmo, Severino Veloso, Tonico Figueiredo, Valdemar Resende Urbano, Valério Resende, entre tantos outros.
Após aproximadamente 70 anos desenvolvendo a raça conforme as referências de cada criador, tornou-se necessário definir um padrão racial para que todos pudessem unir esforços e aperfeiçoar a raça conforme suas características oficiais. A Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Campolina foi fundada em 1951, com sede em Belo Horizonte. Hoje, todos os criadores da raça são responsáveis pela continuidade dessa história que ganha mais admiradores e se consolida a cada ano.
O porte nobre, as formas harmoniosas, os traços curvilíneos e uma estrutura óssea muscular que favorece o andamento marchado são as principais características que diferenciam e tornam o Campolina um cavalo único. Toda essa harmonia é coberta por pelagens de rara beleza, sendo a baia predominante na raça, porém a alazã, castanha, preta, tordilha e pampa também são bastante encontradas, dando ainda mais diversidade e exclusividade à raça.
A cabeça suavemente convexilínia deve ser proporcional ao pescoço rodado de formato trapezoidal, destacando expressivas orelhas lanceoladas de tamanho médio e bem implantadas. Seus olhos vivos e grandes, suas crinas fartas e sedosas e sua garupa ampla e longa, suavemente inclinada também fazem que o Campolina seja reconhecido e marque presença por onde quer que passe. Seu padrão racial faz do Campolina um grande marchador brasileiro.
O evento principal é a Semana do Cavalo Campolina, que realizou em 2017 sua 37ª edição. Em balanço da associação, comemorou-se a geração de cinco milhões em negócios – entre leilões e outras comercializações -, número 20% superior ao faturamento da edição passada.
Fonte e Fotos: ABCCCampolina