Sem cascos, sem cavalos

Há pouco tempo ainda eram poucos os ferradores que realizavam modificações em ferraduras, que tinham uma noção concreta da biomecânica do movimento, da própria anatomia do cavalo.

Nesta semana conheci através de um amigo uma nova ferradura. Toda estilizada, feita em poliuretano, de fácil modelagem e que, segundo ele, absorve o impacto das pisadas dos cavalos. A tal ferradura já está sendo utilizada por diversos profissionais, sendo bem aceita. Independentemente desta ou das tradicionais ferraduras de ferro, vale a pena considerarmos a evolução do ferrageamento no Brasil e no mundo. Há pouco tempo ainda eram poucos os ferradores que realizavam modificações em ferraduras, que tinham uma noção concreta da biomecânica do movimento, da própria anatomia do cavalo. Obviamente que existiam os ferradores que tinham estas qualidades, mas eram poucos. Hoje, o que vemos é um cenário diferente.

O Brasil de hoje em dia tem ferradores de qualidade, que estudam e buscam a melhoria contínua de seus trabalhos. Nós da Universidade do Cavalo somos testemunhas isto. Quando criamos a Escola de Formação e Desenvolvimento de Ferradores em parceria com empresa Mattheis Borg, em 2001, passamos a oferecer cursos com experts do Brasil e do mundo ao mercado e aos profissionais ferradores. O que vimos acontecer é que os ferradores são abertos, ávidos por conhecimento e melhoria. Cada um no seu nível, na sua experiência, mas todos buscam a informação.

Tanto isto é verdade que há 4 anos a EFF passou a trazer 2 profissionais estrangeiros por ano para clínicas e cursos na UC. Ao longo destes anos, assistimos os iniciantes tornarem-se cada vez mais experientes e melhores, abrindo mais mercado com mais qualidade. Assistimos, também na UC, a fundação da AFB – Associação de Ferradores do Brasil, que já tem seu programa de certificação nos moldes dos programas estrangeiros, com muitos ferradores já certificados. No próximo mês de Maio, a EFF, juntamente com a UC e AFB traz para o Brasil Dusty Franklin, um dos maiores nomes do ferrageamento mundial, para uma clínica de ferrageamento e a preparação para a certificação deste ano.

Sem dúvida a evolução do ferrageamento brasileiro é nítida e concreta. Temos muito a fazer, mas muito vem sendo feito, através da coragem e arrojo destes ferradores que investem seu tempo e dinheiro em conhecimento sobre suas profissões. Mérito total a estas pessoas que fazem do dia a dia dos cavalos melhor, com melhores performances e qualidade de vida. Vale aqui um dito popular interessante e que tem muito a ver com o tema do artigo desta semana:

“Por causa de um cravo, perdeu-se a ferradura;

Por causa da ferradura, perdeu-se o cavalo;

Por causa do cavalo, perdeu-se a guerra;

Por causa de um cravo, perdeu-se um reinado”

Por : Aluisio Marins

Foto : Cedida

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