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Agricultura tecnológica utiliza recursos do ‘mundo dos games’ para desenvolver setor

Secretaria de Agricultura de São Paulo desenvolve, em parceria com a BASF, óculos de realidade virtual para aperfeiçoar o treinamento no campo

A agricultura está em processo constante de inovações tecnológicas e um dos grandes destaques do setor é a imersão das atividades rurais por meio dos jogos eletrônicos, ou seja, a gamificação. O conceito consiste no uso da mecânica de games dentro de ambiente empresarial, com o objetivo de melhorar ainda mais a eficiência, a compreensão e as habilidades no campo.

Agricultura tecnológica

Além dos softwares, que já são uma realidade em diversas atividades agrícolas, os periféricos também estão sendo implementados no agro, como os óculos de realidade virtual, componente que serve para que o jogador tenha uma experiência em um ambiente 3D.

Esta tecnologia já é empregada na Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo (SAA). O pesquisador do Instituto Agronômico (IAC – Apta), Hamilton Humberto Ramos, explica que um óculos de realidade virtual foi desenvolvido em parceria com a BASF para o treinamento de seus profissionais.

“Com os óculos 3D vários jogos ou atividades também podem ser desenvolvidas. No caso da simulação, o usuário é desafiado a pegar no armário a sequência correta para colocar e retirar a vestimenta de proteção. Conforme ele seleciona, o avatar veste a peça selecionada. Ao final do jogo, ele recebe a quantidade de acertos e entende onde errou”, esclarece Hamilton Ramos.

O equipamento fez sucesso com o público que testou o óculos em eventos como a Agrishow e o IAC Portas Abertas. A tecnologia também foi apresentada à diretoria global da BASF na Alemanha em junho de 2024. Para Hamilton Ramos, o uso dos games é uma ferramenta ainda não convencional, mas muito importante na transferência de tecnologia, pois auxilia na fixação do aprendizado de uma maneira divertida. Além disso, segundo ele, desenvolver para este tipo de mídia está cada vez mais acessível.

“Com a ferramenta encurtamos o tempo de aprendizagem por meio de atividades práticas, além de criar oportunidades para que sua equipe desenvolva métodos diferentes de abordagem comercial com base em conhecimento técnico. E por fim, você consegue levar seu time para um ambiente controlado, onde é possível errar sem prejudicar ninguém”, ressalta o diretor de comunicação da Ag.In, empresa de consultoria agrícola, Lucas Jacinto.

Para Gustavo Steinberg, CEO da gamescom latam, edição latino americana do maior evento de games do mundo, os equipamentos tecnológicos existentes no mercado trazem uma mecânica com uma exata precisão que podem contribuir significativamente para o avanço nas práticas rurais. Ainda mais quando envolvem profissionais que já estão conectados nestes dois segmentos. “Os games têm o potencial de abrir um canal de comunicação para as novas (e não tão novas) gerações – e para a agricultura não seria diferente. Há diversos simuladores para treinamento em agricultura amplamente utilizados, além de jogos bem sucedidos que apresentam para o público em geral, com grande nível de realismo, como na administração e no plantio de uma fazenda”, explica Gustavo Steinberg.

Na utilização da gamificação para aprendizagem e treinamento de mão-de-obra, a John Deere tem uma aplicação utilizada no setor Florestal que se chama TimberSkills. Trata-se de um simulador no qual o operador escolhe qual equipamento vai trabalhar e tem a sensação de estar em uma operação real. A ferramenta é ideal para treinar noções de distância, tempo e movimentos básicos para controle do equipamento.

“Os simuladores são uma realidade hoje na John Deere Florestal, e há várias aplicações em andamento utilizando a realidade virtual. A empresa tem uma linha de projetos que trabalham com óculos 3D, que usam a realidade aumentada em situações de diagnósticos, aprendizagem e manutenções”, ressaltou o gerente de Contas Corporativas da divisão de Florestal da John Deere Brasil e América Latina, João Bihain.

Dentro do TimberSkills, há exercícios e lições que a pessoa em treinamento tem que completar. O sistema passa por todas as etapas da operação, dá dicas e orientações, e depois o operador executa. Essas fases funcionam como em um jogo, e o usuário acumula pontos conforme os exercícios são feitos de forma correta. Ao final da simulação guiada, é gerado um relatório.

“O pacote é composto por 200 exercícios básicos, mas também é possível definir outras atividades além das que foram programadas e testar, por exemplo, habilidades de segurança ou alcance de produtividade. O operador sai da simulação não apenas com a noção prática da operação do equipamento, mas com o aperfeiçoamento dos movimentos”, disse João Bihain.

O simulador não serve apenas para treinamento de iniciantes, mas para a reciclagem de operadores especializados. É uma forma de reforçar habilidades, remover vícios e atualizar novas funções e tecnologias.

“Além disso, o sistema possibilita a configuração de um terreno real de trabalho, sendo possível carregar um mapa no simulador e trabalhar dentro das condições daquela situação específica. Ele também funciona de forma online, permitindo que várias pessoas trabalhem em um mesmo terreno e operação”, concluiu Bihain.

Outra opção já utilizada no mercado é o simulador de voo, para treinar e desenvolver habilidades no uso de drones no campo. Vale lembrar, que os controles operacionais dos drones são idênticos aos utilizados nos principais consoles de mesa. “Não é apenas uma maneira eficaz de evitar danos ao equipamento enquanto aprende a voar, mas você não precisa esperar pelo clima perfeito para treinar, importante se você mora em um lugar com tempo instável”, destacou o analista SEO e copywriter João Sena.

O uso do equipamento aéreo pode ser mais eficiente e preciso na pulverização da lavoura, gerando economia de tempo e uma aplicação mais adequada. Uma das referências na América Latina no desenvolvimento de tecnologia de aplicação e segurança nas operações com agroquímicos, o Centro de Engenharia e Automação (CEA), do Instituto Agronômico (IAC- Apta), instituto da SAA, firmou uma parceria com a Coopercitrus.

A união de esforços pretende levar a pequenas e médias propriedades a tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas por drones. O lançamento ocorreu no estande do Programa Aplique Bem, na área temática do IAC na Agrishow. “A agricultura de precisão traz lucratividade para o produtor, melhorando o manejo e diminuindo o desperdício. A Coopercitrus é uma cooperativa referência de credibilidade e traz tudo que nosso pesquisador precisava: um drone padronizado para testar o resultado de forma efetiva”, afirmou o secretário Guilherme Piai.

Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo
Imagem: Reprodução/Internet

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