Fazia alguns anos que tinha percorrdo com o amigo José Henrique Castejon toda Estrada Real (1780km em 45 dias)
Alguns dias atrás voltei a Cunha para cavalgar três dias num dos trechos que, sem dúvida, é daqueles que tem os visuais mais espetaculares de toda Estrada Real! Uma viagem a cavalo no encontro da Serra do Mar, da Bocaina e da Quebra-Cangalha, vendo a Serra da Mantiqueira ao fundo! Localização privilegiada na divisa entre SP e RJ.
Saindo de São Paulo, fomos para a fazenda do Jean que fica um pouco depois da Estância Climática de Cunha, a 1.100 metros de altitude. Ficamos hospedados na sede, um antigo casarão, próximo das cocheiras.
Agora no inverno, não saímos cedo, esperamos um pouco até o sol começar sair e montamos em nossos cavalos Mangalarga Marchador para começar a cavalgada. Seguimos pela Serra da Bocaina para o mirante aonde descemos dos cavalos e ficamos um tempo apreciando uma das vistas mais espetaculares do Brasil!
Daquele alto da Serra podemos ver todo o belo contorno do litoral, com vistas para Paraty, baía de Ilha Grande e Angra dos Reis. Simplesmente espetacular! Continuando a cavalgada, passamos por área de Mata Atlântica preservada e no retorno para a fazenda cruzamos um bosque de eucaliptos.
No dia seguinte, seguimos por trechos de Estrada Real, com vistas belíssimas para as Serras do Entorno. A parada para almoço e descanso foi num trutário aonde além de degustar um peixe delicioso, pudemos conhecer um pouco do processo de criação das trutas. No retorno a fazenda, passamos por alguns sítios e cruzamos com moradores a cavalo.
Em nosso último dia de cavalgada fomos pela Estrada Real em direção a cidade de Cunha. No caminho mais um dia de belos visuais das montanhas. A parada para almoço foi na famosa Cachoeira do Pimenta, uma das mais belas de toda a região. Possui desnível de 70 metros e é composta por várias quedas.
No alto está situada a barragem de onde é captada a água que abastece a cidade. No passado, essas águas moviam as turbinas da usina que gerava a energia elétrica na cidade. O local foi transformado em Mirante Ambiental e Museu da Energia.
Depois da cavalgada, dedicamos dois dias para passear na região. Conhecida como a cidade das cerâmicas, os ceramistas de Cunha utilizam a técnica japonesa Noborigama, que transforma o barro em pedra em fornos em temperaturas altíssimas, acima de mil graus Celsius.
Em uma hora chegamos a cidade que agora também é Patrimônio Mundial da Unesco. Final de mais uma cavalgada no clima tranquilo do interior de São Paulo, acordando com o som dos pássaros.
Por Paulo Junqueira Arantes
Cavaleiro profissional e Diretor da agencia Cavalgadas Brasil
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