Cavalgada de resistência na Islândia

Paulo Junqueira, em sua coluna da semana, escreve sobre a Cavalgada de resistência na Islândia

A Islândia é meu destino para junho de 2022, lá tenho amigos e parceiros, e sempre acompanho as várias atividades equestres que acontecem nesse país incrível.

Aníta Margrét Aradóttir é uma instrutora de equitação formada pela Universidade Hólar, na Islândia, e monta desde pequena, apesar de ninguém na sua família ter ligação com cavalos. Seu amor e interesse por eles é algo que nasceu com ela.

Mongol Derby

Conquistar o mundo a cavalo é fácil, disse Ghengis Khan (1162-1227). Em seu tempo como imperador, ele montou um sistema de mensageiros que podiam viajar a cavalo desde a capital Kharkhorin até o Mar Cáspio em apenas alguns dias. Em 2014, Anita participou da corrida de cavalos mais longa e desafiadora do mundo, o Mongol Derby, que foi inspirado no sistema de mensageiros do grande Khan. Ela montou cavalos da Mongólia por 1000 quilômetros em apenas 10 dias!

Travessia na Islândia

“Depois de participar do Mongol Derby, quis estabelecer algo semelhante no meu país, a Islândia, porque achei que nosso país seria perfeito para esse tipo de prova”, diz Aníta, que viu seu sonho se tornar realidade em agosto, quando como funcionária da Associação Equestre da Islândia conseguiu o apoio para liderar o trabalho para sediar uma prova de resistência nas terras altas da Islândia. Afinal, a resistência é uma das marcas registradas do cavalo islandês!

A forma da prova foi que cada equipe consistia de um cavaleiro, dois assistentes e três cavalos, e apenas dois cavalos eram usados por dia. O ponto de partida foi a fazenda Lýtingsstaðir em Skagafjörður e a rota foi para o sul sobre Kjölur e o ponto final foi em Skógarhólar / Þingvellir, num total de 240 quilômetros em quatro dias. Os competidores percorreram duas etapas de 25-35 quilômetros o pulso e a condição dos cavalos foram verificados por um veterinário. Foi necessária uma boa preparação e treinamento dos cavalos e cavaleiros, mas mesmo assim aconteceram alguns imprevistos, mas no final tudo deu certo.

“Aprendemos muito, esse foi o foco da nossa primeira prova. Vimos que podemos realizar esse tipo de evento na Islândia, e podemos esperar que se torne algo popular, uma vez que já é muito comum virem aqui do exterior para viajar em nossos cavalos fortes nesta paisagem incrível. Os cavalos que participaram eram extremamente fortes e se saíram muito bem, e todos estavam acostumados a fazer parte dos grupos de viagens a cavalo, então estavam em sua melhor forma. Quanto aos cavaleiros, a melhor preparação também é viajar muito a cavalo, foi o que fiz nos treinos para a Mongólia. Também é bom malhar e correr, basta seguir em frente e ficar mais forte”, diz Aníta.

No próximo ano, o plano é adicionar rastreadores GPS em todos os participantes para que sua localização fique acessível em uma página da web durante toda a prova.

Por Paulo Junqueira Arantes
Cavaleiro profissional e Diretor da agência Cavalgadas Brasil
www.cavalgadasbrasil.com.br
Crédito imagens: Icelandic Equestrian Association

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