Cavalgada no sudoeste da China: conhecendo o verdadeiro Tibete

Paulo Junqueira, em sua coluna desta semana, retrata uma cavalgada surpreendente que realizou no país, onde enfrentou condições climáticas extremas

Uma cavalgada incomum para cavaleiros experientes e aventureiros preparados para enfrentar condições básicas em áreas remotas de grande altitude. Uma oportunidade de descobrir o verdadeiro Tibete antes que desapareça.

A cavalgada começa em Danba ou Rongmi, uma região culturalmente única, com características chinesas e tibetanas. Saindo de 2.400m atinge 4.400m. No caminho lagos deslumbrantes, fontes termais e hospedagem em um convento. No final da cavalgada o grupo segue para o Shamalong Horse Festival para testemunhar as bênçãos dos cavalos, seguidas de corridas.

Cavalgada no sudoeste da China conhecendo o verdadeiro Tibete

Tibete e cavalos

O Tibete é um daqueles lugares que eu sempre quis visitar. Os cavalos são importantes na vida tibetana, grande parte do Tibete é rural e a vida tradicional é nômade. Existem grandes áreas de pastagens ótimas para cavalos.

Por todo o Himalaia tem bandeiras de oração tibetanas tremulando na brisa, e um dos símbolos mais comuns nelas é o “Cavalo do Vento” – uma mítica criatura tibetana que carrega orações da terra para o céu, com a velocidade do vento e a força de um cavalo.

Cavalgada no sudoeste da China conhecendo o verdadeiro Tibete

Este poderoso símbolo antigo resume a importância dos cavalos na cultura tibetana. Os tibetanos criavam seletivamente seus cavalos para produzir animais pequenos, resistentes e seguros, bem adaptados ao ar rarefeito do planalto tibetano. Esses cavalos são considerados únicos porque foram criados isolados ao longo dos séculos.

Na década 1990, o explorador francês Michel Peissel descobriu que haviam algumas raças de cavalos só encontradas no Tibete e sem qualquer traço de outras raças antigas.

Dez séculos de budismo com sua política de não matar deixaram no Tibete uma herança de abundância de vida selvagem incomum. Junto com iaques selvagens, antílopes, veados, ursos e leopardos-das-neves está o kiang, a maior espécie conhecida de burro selvagem.                           

Hoje, a cultura equina do Tibete vive na forma de festivais anuais de cavalos. Pessoas e cavalos se reúnem para mostrar habilidades acrobáticas e competir e um desses Festivais fazem parte do encerramento da cavalgada.

Por: Paulo Junqueira Arantes
Cavaleiro profissional e diretor da agência Cavalgadas Brasil

Foto: Divulgação Cavalgadas Brasil / Harris & Ewing Photographer

Leia mais sobre Cavalgadas Brasil aqui.