Ian D. Robinson cruzou a Mongólia
A Mongólia está no limite do mapa. Uma terra de cavalos, paisagens ilimitadas, xamãs, hospitalidade nômade e uma cultura antiga que tem no cavalo sua base. A primeira Long Ride de Ian D. Robinson foi em 1992, quando atravessou a Mongólia, numa viagem a cavalo de cerca 3.000 kms, que durou sete meses. Com 24 anos se tornou o primeiro ocidental a cruzar a Mongólia sozinho a cavalo.
Ao final da viagem, ele escreveu o livror “Gantsara – Cruzando Sozinho a Mongólia”, que conta a história fascinante, e as vezes hilária de sua incrível jornada.
Ele conta suas dificuldades para encontrar guias, cavalos e lugares seguros para dormir, em alguns dos ambientes mais selvagens e inóspitos do mundo. Uma história é repleta de carinho e respeito pelas pessoas que encontrou pelo caminho.
“You Must Die Once”
Quando o jovem neozelandês Ian D. Robinson se converteu ao budismo, seu conselheiro espiritual foi o lama Khensur Thabkey Rinpoche, que fugiu do Tibete após a invasão chinesa. Em 2002, com a morte de seu lama, Ian fez uma promessa de entregar suas cinzas a Gang Rinpoche, a montanha mais sagrada do Tibete, o sagrado Monte Kailash.
Na tradição da peregrinação, ele deveria ir sozinho a cavalo por alguns dos terrenos mais difíceis do mundo. Ele teria que atravessar partes do Tibete que estavam fechadas para os ocidentais e teria que viajar ilegalmente.
Sua jornada épica terminou em desastre – depois de fugir da polícia, ele acabou sendo pego e colocado em prisão domiciliar, mas conseguiu escapar e continuar sua jornada. Quando ele foi recapturado, ele foi deportado – mas voltou para uma segunda tentativa dois anos depois.
Ele acampou sozinho nos vales das altas montanhas, sofrendo extremos de altitude, frio, isolamento e em constante conflito com as autoridades chinesas, um teste de resistência, para o corpo e a mente; mas desta vez, conseguiu completar sua jornada de 3.500 kms.
Ao fugir das autoridades, ele encontrou o calor e a hospitalidade permanente do povo tibetano, com algumas exceções.
Ee também escreveu um livro dessa jornada -“You Must Die Once”, uma leitura inspiradora.
Por: Paulo Junqueira Arantes
Cavaleiro profissional e diretor da agência Cavalgadas Brasil
Foto: Divulgação Cavalgadas Brasil / Harris & Ewing Photographer
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