Paulo Junqueira conta no artigo da semana sobre a cavalgada de 26 dias e 875 quilômetros que está agendada para fazer no Marrocos
Em 2018 cavalguei no Marrocos, percorri paisagens com areia, pedras, montanhas, lavouras, vilas e oásis com belas palmeiras. Os cavalos que montei, cruzados Berbere-Árabe (foto de chamada), conquistaram minha admiração, confortáveis e com muita personalidade.
Do mesmo modo, lembro como hoje dos tradicionais chás de menta, do delicioso pão marroquino e dos Tajines que algumas vezes comemos embaixo de uma árvore de acácia; ao cruzar com moradores nos oásis, nossos guias perguntando o habitual ‘La bes?’ (como você está?).
Frequentemente, durante aquela semana viajando a cavalo tive contato com a riquíssima cultura do país e já na época decidi que voltaria para me aprofundar.
Nova experiência
Definitivamente, em 2021 vou em busca de uma experiência maior, cavalgada de longa distância (long ride). Ficar um mês inteiro viajando a cavalo, imerso no deserto marroquino, conhecer o Marrocos em seu estado mais selvagem, sem turistas, apenas nós, nossos cavalos e pensamentos.
A viagem vai começar no final de janeiro de 2021 nas Dunas de Merzouga, no deserto do Saara, perto da fronteira com a Argélia, conhecida como a porta de entrada para Erg Chebbi, uma enorme extensão de dunas de areia ao norte de Merzouga e o destino final serão às Praias de Plage Blanche, na costa atlântica.
Em síntese serão 26 dias no total, sendo 23 dias cavalgando um total de 875 km, com média de 40 km, 10 horas por dia na sela! De acordo com o programa previsto, as noites nos bivouac (acampamento) típicos e a famosa gastronomia marroquina vão completar essa rica experiência.
- Primeira semana: 240 km na região de Zagora
- Segunda semana: 288 km até Tata
- Terceira semana: 222 km até Guelmim
- Quarta semana: 125 km até a Praia Branca/PlageBlanche, na costa atlântica
Sintonia
Ao longo de milhares de anos, seres humanos e cavalos desenvolveram um relacionamento profundo, que provavelmente se tornou incorporado em nossos próprios genes. Assim, nossos ancestrais usavam cavalos para viagens, guerra, comércio e trabalho. Mas, certamente, de todos esses usos, o mais interessante foi nas viagens de exploração.
Quando o cavalo e o cavaleiro viajam centenas de quilômetros juntos e precisam confiar um no outro é quando o verdadeiro relacionamento começa. De fato, quando o cavalo e o cavaleiro precisam pedir um ao outro mais do que podem dar, é quando atingem um nível de compreensão e empatia que vai além das palavras.
Através de viagens de longa distância, o cavalo e o cavaleiro podem encontrar a verdadeira medida de sua coragem e resistência.Esta é a essência da tradição equestre de nossos ancestrais
Por Paulo Junqueira Arantes
Cavaleiro profissional e Diretor da agência Cavalgadas Brasil
www.cavalgadasbrasil.com.br
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