Auguste de Saint-Hilaire em ‘Viagem às nascentes do rio São Francisco’ disse:
“Enquanto tive diante dos meus olhos a Serra da Canastra, desfrutei de um panorama maravilhoso. À direita descortinava uma vasta extensão de campinas e à esquerda tinha a serra, do alto da qual jorravam quatro cascatas.”
A região ecoturística da Serra da Canastra tem mais de 200 mil hectares e possui algumas das mais deslumbrantes e desconhecidas paisagens do Brasil. O Parque Nacional da Serra da Canastra foi criado em 1972 para proteger as nascentes do rio São Francisco.
Dentro do Parque estão alguns dos mais belos cartões postais do Brasil, como a cachoeira Casca D’Anta, de quase 200 metros, a primeira grande queda do ‘velho Chico’. A paisagem se alterna entre campos rupestres cheios de delicadas flores, cerrado típico e matas de galerias com exuberante vegetação atlântica.
A vida rural mantém as velhas tradições da cultura da região, carro de boi ainda é uma tradicional ferramenta para alguns da roça, que aram a terra e transportam alimento para o gado, do jeitinho que aprenderam com seus pais. A arquitetura do século 19, os muros de pedra sem cimento, formam um conjunto de rara beleza ainda preservado.
Nossa cavalgada vai da região do Parque Nacional para o Vale da Babilônia, cruzando campos e subindo serras, com vários riachos no caminho. O almoço no campo era uma oportunidade para conversar com os moradores da região e conhecer seus costumes e tradições. Os cavalos mangalarga e cruzados são muito resistentes e adaptados para a difícil topografia da região.
Tanto no Chapadão da Babilônia quanto no Parque Nacional da Serra da Canastra, vimos extensos muros de pedras que demarcavam territórios e separavam o gado. Até mesmo em propriedades onde ainda vivem canastreiros que tocam o seu gado observa-se os muros de pedra.
É praticamente impossível terminar um texto sobre a Serra da Canastra sem falar da sua natural aptidão para produção de um dos queijos mais saborosos e mais premiados do Brasil. Muitas fazendas e sítios produtores de queijo abrem suas portas aos turistas.
Por Paulo Junqueira
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