“Quando tô aqui é sorriso 24 horas por dia”. A frase, dita de peito estufado por Kaio Jorge em um sítio em Gravatá, interior de Pernambuco, revela raiz pouco conhecida do atacante do Cruzeiro: o gosto pela natureza, em especial os cavalos. E tem sido o município, distante 80 km da capital, a razão (e o refúgio) que conecta as paixões do recifense.
Não qualquer refúgio, diga-se. Mas um haras de 14,5 hectares equipado com piscina, academia de última geração e até pista de vaquejada. E, por óbvio, cavalos. Onde o Kaio Jorge atleta descalça as chuteiras, põe botas e se sente vaqueiro.
De folga no Cruzeiro, o atacante recebeu o Globo Esporte no haras KJ, que leva as iniciais do seu nome, para mostrar a rotina de homem do campo fora das quatro linhas, o custo (na ordem do milhão) para empreender no universo da equinocultura e, claro, de onde surgiu o amor pelos cavalos.
Kaio Jorge e o carinho pelos cavalos
O carinho remete à infância de Kaio Jorge. Sobretudo às memórias do falecido avô, Severino Pinto da Silva (mais conhecido como seu Silvio). Foi ele o responsável por, desde cedo, estimular o garoto ao convívio com bichos – entre eles, os cavalos, que ganhavam um apreço maior.
Inclusive, não sendo raras as vezes em que, quando um cavalo aleatório passava em frente à rua da própria casa, seu Silvio, carregando cenouras, chamava Kaio Jorge para alimentá-lo – além de fazer carinho e subir no animal para passear.
Hoje, o haras KJ tem 22 cavalos, entre competidores, aqueles que “correm boi” e reprodutores. O projeto do jogador do Cruzeiro é colher os frutos dessa criação para, no futuro, ter “margem para o potro ser um futuro garanhão ou uma boa matriz”.
“Quero fazer disso aqui uma potência”. As palavras de Kaio Jorge antecipam o que está claro: o hobby por cavalos, muito em breve, virará negócio. Que, no Brasil, já é bastante lucrativo. Para se ter uma ideia, em 2023 o mercado de criação de cavalos movimentou R$ 30 bilhões no país, empregando mais de três milhões de pessoas.
Os investimentos, por óbvio, vão nessa conta. Loira Steel, uma das primeiras éguas adquiridas pelo jogador, por exemplo, foi arrematada em leilão no valor de R$ 1 milhão. Mas, esqueçam o dinheiro. O bicho, de tão especial, virou tatuagem – Ângelo, ex-Santos, tem 50% porque também investiu nele.
Assim, Kaio Jorge vai cultivando o amor por cavalos e também as próprias inspirações no ramo da equinocultura: os artistas Wesley Safadão – de quem tem uma égua comprada do garanhão do cantor -, Gustavo Lima, Mano Walter e Xand Avião.
Mas, enquanto não se torna (ainda) um fazendeiro de sucesso, Kaio Jorge saboreia as próprias raízes.
“Sou melhor jogando… Montando eu tenho um pouco de receio às vezes, embora já ande bem. Mas eu prefiro jogar mesmo que é minha área de ofício (rs). E aqui é minha essência. Amo Pernambuco, amo estar aqui com meus amigos, amo as comidas. Cuscuz, charque… Amo estar aqui nesse ambiente”.
Fonte: Globo Esporte
Fotos: Reprodução/Instagram
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