Continuando a série de reportagens sobre o Registro Genealógico, essa semana o médico veterinário e inspetor técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ABQM), Thiago Nitta explica, em detalhes, como é o passo a passo da visita do inspetor técnico na propriedade para realização da inspeção do novo potro.
Conforme explicamos no texto anterior, o proprietário do garanhão ou da matriz precisa comunicar a cobertura ao final de cada semestre. Esse comunicado pode ser realizado via online ou impressa.
No modelo impresso, explica Nitta, é necessário realizar o preenchimento de duas vias da fichas e elas variam de acordo com a propriedade da matriz. Se o garanhão e a égua são do mesmo dono, é um modelo de ficha, caso algum dos animais seja de outro dono, o modelo de ficha é diferente.
Outra maneira mais fácil de comunicar a cobertura é online, pelo site da ABQM, que pode ser realizada pelo dono do garanhão ou da égua. “Basta o criador acessar o site, entrar no Stud Book e clicar em Comunicar Cobertura. Ao preencher os tópicos a comunicação é realizada automaticamente”, explica o inspetor.
Realizada a comunicação e o potro nasceu, é hora de chamar um técnico de registro, que é um inspetor oficial, para realizar a verificação das informações do animal na sua propriedade. A lista completa dos inspetores pode ser encontrada no site da ABQM, separados por região. “Você pode escolher qualquer um dos inspetores, pois eles possuem liberdade para atuar em qualquer lugar”, afirma Nitta.
Nitta ressalta que, se inspeção do animal não for feita no prazo de 180 dias, o criador receberá uma multa. “Essa comunicação pode ser feita posteriormente, mas a cada semestre que se passa aumenta a multa. Se o animal já nasceu e tem um ano, ele pagará duas multas”, ressalta.
Passo a passo do inspetor
Ao chegar a localidade, ele realizará a resenha gráfica do animal, anotando algumas características do animal, como remoinhos, cor da pelagem, marcas e sinais de nascença, entre outras informações que sinalizem o animal.
Após, o inspetor compara o tempo da cobertura, com o de nascimento do potro para saber se as informações batem, a compatibilidade de pelagem do produto com seus pais e realiza a coleta do material para a realização do teste de DNA.
Além disso, se o proprietário optar, ele pode realizar a colocação do chip de identificação.
Neste momento, é possível colocar o chip de identificação, opcional.
Terminada a análise do animal, o inspetor envia as informações à ABQM que avalia se ficou alguma pendência, como por exemplo: se o interessado no produto não for o dono do garanhão, é necessário que o dono do garanhão emita um certificado de cobertura, que é a garantia que ele aprovou a venda do sêmen deste reprodutor.
Outra pendência comum é se o interessando no produto também não for o dono da matriz, ele precisa emitir um termo de sessão de direitos, que atesta que ele ofereceu o ventre da sua égua para o dono do produto interessado.
Além disso, o exame de Five Panel, que aponta se os pais são portadores de doenças genéticas e com isso transmitir ao potro, também é exigido.
Coletado o material para o exame de DNA, o conteúdo é enviado para o laboratório que é autorizado para realizar o exame junto à associação, que volta com os resultados em um prazo que varia entre 30 e 60 dias.
Tudo concluído, o animal é registrado e recebe uma numeração. Os animais puros, o registro começa com a letra P e os mestiços, com a letra M.
Nitta ainda ressalta que quando os proprietários dão entrada no registro, o animal recebe uma numeração de pré-registro, mas essa numeração não é o registro final, visto que o potro pode não sobreviver ou nem nascer.
Por: Camila Pedroso
Fotos e vídeo: Divulgação/Pixabay
Mais notícias no portal Cavalus