Anglo-Árabe: o mais bem-sucedido cruzamento de duas raças puras

Conheça a raça que concentra a velocidade do PSI com a elegância e resistência do Árabe

Fruto cruzamento de duas raças muito prestigiadas no mundo: o Puro Sangue Árabe e o Puro Sangue Inglês, o Anglo-Árabe é considerado, em genética equina, o maior sucesso já obtido no cruzamento de duas raças puras. De porte médio, é um animal inteligente e com grande facilidade de adaptação. Herdou do Puro Sangue Inglês (PSI) a velocidade, o galope estendido e as aptidões para salto. Do Árabe, a elegância e a resistência.

O Anglo-Árabe tem se destacado nas mais diversas modalidades hípicas olímpicas, principalmente em provas de Salto e Enduro. Estes cavalos foram produzidos pela primeira vez na França em 1836, sob o controle do Serviço Nacional de Garanhões. Éguas Puro-Sangue Inglesas, importadas em meados do século 18, foram cruzadas com Garanhões Árabes deixados no país após a expulsão dos muçulmanos da Europa.

A raça originou-se e aperfeiçoou-se na França, onde os Anglo-Árabes são criados sistematicamente desde os tempos napoleônicos nas grandes coudelarias do Sudoeste, em Pau, Pompadour, Tarbes e Gelos desde o ano de 1800. Os primeiros Anglo-Árabes são o cruzamento de éguas PSI com os garanhões Árabes – nunca o inverso -, importados do Egito por Napoleão Bonaparte e seus generais. Já em 1836 a criação francesa era famosa, tornando-se necessário a introdução de novas linhagens par refrescamento do sangue.

A ideia central era unir a coragem, resistência e habilidades naturais do Árabe, à velocidade e aptidão atlética do PSI, obtendo um cavalo de sela de bom temperamento, para a prática de qualquer esporte hípico.

Andre Jousseaum e Harpagon

No passar dos anos, se viu surgir exemplares magníficos como Prisma, que dominou as corridas inglesas em 1890; Denouste, que se destacou em competições militares na década de 20 e fundou uma consistente linhagem de reprodutores AA; o brilhante Hapargon ganhador de medalhas olímpicas em 1948 e 1952; e mais recentemente Grand Coeur A, Ipso Facto, Jumper J da equipe francesa de hipismo olímpico e Eusorcelence e Djerk medalha de ouro em Concurso Completo de Equitação. Foram importados dois magníficos Árabes do oriente próximo Massoud e Aslan e três éguas PSI Dair, Common Mars e Selim. Por volta de 1850 a raça foi considerada formada e os cruzamentos com Árabes ou PSI puros passaram a ser cortados.

O Anglo-Árabe é um cavalo de sela maior que o Árabe e menos exigente que o Inglês. É uma excelente montaria militar para a cavalaria: leve, resistente, ágil, veloz, notadamente quando predomina o sangue Árabe. Quando predomina o Inglês, é próprio para corridas de obstáculos (steeple-chase) e quando pequeno, muito apropriado para Polo. Anda a passo, trote e galope e é bom saltador.

Genética

Como o Anglo-Árabe é produto da reintrodução do sangue Árabe no PSI, pode haver dúvidas se determinado animal seria um Anglo-Árabe de porte elevado, ou um Puro-Sangue Inglês apresentando fortes características de sua origem Árabe.

Contudo, não é só o produto com 50% de cada raça que obtém registro: nos vários países onde criam estes animais, admite-se nova cruza com uma das duas raças tendo o produto 75% de carga genética de uma raça e 25% da outra. Em alguns países é permitida mais uma cruza, reduzindo a 12,5% a carga de uma das raças.

No Brasil

O primeiro Anglo-Árabe a nascer no Brasil foi Jango, em 1948. Filho de Anglo Árabes importados da Hungria, sua descendência foi utilizada nas cavalarias do exército brasileiro.

Características

Altura: de 1,5 a 1,65m se utilizados reprodutores de porte ideal. Pelagem: Alazã ou castanha, passível de tornar-se tordilha se pelo menos um dos genitores o forem.

A pele é fina e as crinas escassas. Cabeça quadrada, seca e bela, desde a do Inglês até a do Árabe, com a fronte larga e curta, orelhas pequenas, atentas, olhos vivos e inteligentes, narinas e lábios finos, perfil direito e ganachas espaçadas. Pescoço piramidal, forte, bem proporcionado, ou um pouco longo, bem inserido. Corpo mais reforçado que o do Inglês, porém mais harmonioso. A cernelha é longa e alta. O dorso e lombo são simples, direitos, curtos e fortes, às vezes ligeiramente enselados. A garupa é forte, larga, inclinada, não muito longa, com a cauda baixa, meio encambitada. O peito não é muito largo, o tórax é alto e profundo, de largura regular. As espáduas são longas e oblíquas e o flanco é curto e o ventre redondo. Membros altos e secos, delicados com articulações nítidas, tendões sólidos, bons aprumos e bons cascos. O braço e antebraço são longos, a nádega é reta e longa, a perna longa e delicada, os jarretes abertos, as quartelas altas, de inclinação média.

Por Juliana Antonangelo
Fonte: ABCCA, Mercado de Cavalos, Saude Animal, Pets Cosmo, Revista da Terra, Portal São Francisco
Fotos: anglo-arabians

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