Associações de raças equinas manifestam apoio contra liminar de embargo

No final da semana passada, juiz suspendeu exportação de gado vivo em todo o Brasil

Uma liminar determinou o desembarque dos 27 mil bois que seriam exportados a Turquia pela empresa Minerva Foods na semana passada, e que estão no porto de Santos/SP, assim como o retorno à origem mediante plano a ser estabelecido pelo Ministério da Agricultura. O navio tinha a previsão de deixar o porto na quinta-feira passada, mas ficou ancorado por causa da decisão judicial. Os prejuízos da empresa foram gigantescos. Na noite desta segunda, dia 5, a Justiça Federal suspendeu a liminar. O embargo aconteceu durante o embarque do gado, quando a Secretaria do Meio Ambiente de Santos multou a Minerva alegando falta de estrutura e condições que garantam o bem-estar animal.

Após a notícia da suspensão da exportação de gado vivo, medida que era válida para todo território nacional, pessoas influentes ligadas ao agronegócio e à indústria da equinocultura manifestaram apoio nas redes sociais, especialmente. Vídeos que mostram que não havia maus tratos foram publicados. As duas maiores raças equinas do Brasil emitiram nota oficial em apoio às entidades de raças bovinas, repudiando a tentativa de embargo à exportação de gado.

“A Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha acredita que o fortalecimento e uma maior integração das associações de raça é um dos pontos mais relevantes para a defesa permanente dos nossos negócios, para fazermos frente aos absurdos provocados por ONGs descompromissadas com o desenvolvimento do país, o aumento da competitividade e rentabilidade do agronegócio brasileiro. Sabemos que a exportação de bois vivos é uma atividade regulamentada pelo Ministério da Agricultura, que segue todos os procedimentos adequados, especialmente de manejo, para preservar o bem-estar dos animais durante o embarque e no decorrer da viagem”, falou o presidente da ABQM, Edilson de Siqueira Varejão Júnior. Ele ainda comenta que os números podem assegurar a qualidade do rebanho nacional. “No ano passado, esse mercado cresceu 39%, em relação a 2016, puxado significativamente pela Turquia”.

O próprio Quarto de Milha sabe bem o que é isso, pois já foi surpreendido com decisões judiciais parecidas contra modalidades praticadas por cavalos da raça, quando tentaram banir a Vaquejada e o Laço. “Em ambos os casos, fica evidente que querem mitificar cavalo e boi, impondo à sociedade conceitos e crenças contra cadeias produtivas indispensáveis para o consumo de proteína animal e o bem-estar da imensa maioria da humanidade. Considerando ainda que os produtores rurais respeitam a legislação e seguem os mais rigorosos critérios impostos à pecuária de corte, a ABQM reitera a defesa pelo direito de produzir, comercializar e de gerar riquezas para o Brasil. E reforça ao poder judiciário o pedido da indispensável prudência nessas decisões que colocam em suspeita o eficiente modelo produtivo brasileiro e interfere na economia de livre mercado, essencial para o desenvolvimento do país”, reforça o presidente.

Sabendo da importância da união e integração das diversas organizações ligadas ao setor agropecuário nacional, a Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos também divulgou nota oficial em apoio às entidades representativas das raças bovinas do país. O presidente da ABCCC, Eduardo Móglia Suñe, reitera a ideia de que decisões de impedir o embarque ferem o direito ao livre comércio e, por consequência, acabam prejudicando a imagem da produção nacional perante os países que já fazem o câmbio com o Brasil e também de possíveis novos mercados estrangeiros, afetando assim, o setor agropecuário e econômico como um todo, caracterizando-se como um retrocesso em vista do avanço já alcançado na área.

“Reconhecendo a importância da preocupação e das ações em relação ao bem-estar animal, a Associação observa a presença destas questões no transporte do gado, já que a exportação de bovinos vivos é uma prática regulamentada pelo Ministério da Agricultura, que considera procedimentos adequados em todas as etapas, visando, inclusive, o bem-estar dos animais durante todo o translado. Já tendo trabalhado para esclarecer e lutar pela liberação de práticas ligadas aos esportes equestres, a ABCCC coloca-se lado a lado dos representantes da pecuário neste momento, em busca de esclarecimento à população a respeito dos métodos utilizados na exportação e também de fortalecimento do setor agropecuário, essencial para o desenvolvimento do país”, disse Suñe.

O Brasil é o maior exportador de gado vivo do mundo e ferir a imagem de um país que segue as normas do maior órgão regulador do setor pode representar um impacto negativo econômico muito grande. A queda dessa liminar foi bastante comemorada, especialmente pelo Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, que agradeceu a Advocacia Geral da União. Segundo ele, a AGU foi fundamental para estar vitória do setor.

Por Equipe Cavalus
Foto: cedida Canal Rural

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