Calma, brava gente!

A verdadeira reforma política: enxugar a máquina pública e fiscalizar os governantes, a fim de que parem de defender somente os próprios interesses

Devido ao conturbado momento sócio-político-econômico brasileiro, acho oportuno publicar uma breve reflexão sobre o tema. Antes de dar sugestões, fazer críticas ou tecer elogios, sugiro que você leia todas as linhas a seguir com parcimônia, despido de pré-conceitos (leva só 05 minutinhos)… A análise é bem simplória, apartidária, tendo como intuito pontuar algumas questões díspares que vêm sendo debatidas de forma exacerbada e bastante agressiva nas redes sociais. Tenhamos mais calma, brava gente!

Para contribuirmos com o nosso país, antes de tudo, temos que melhorar a nós mesmos. Como? Sendo os melhores possíveis dentro das nossas limitações, ou seja, buscando a evolução, apesar dos inúmeros defeitos que temos. Cito alguns exemplos que elucidam isso: já furei fila de banco; comprei DVD pirata; joguei lixo na rua. Hoje em dia, não repito tais atos falhos, pois acredito que eu sendo bom, estimulo o próximo a fazer o mesmo, daí formamos uma corrente de pessoas do bem, que querem um país seguro, com Leis claras e justas, oportunidades de emprego, boas escolas e hospitais, estradas descentes. Calma, brava gente!

Uso as redes sociais, fundamentalmente, para manter contato com os amigos, divulgar o meu trabalho e estreitar parcerias comerciais. Evito abordar assuntos que não sejam positivos, que não tragam o bem ao todo. Neste sentido, penso ser oportuna a verdadeira discussão em torno da real reforma política. A meu ver é preciso enxugar a máquina pública. Desde o Brasil-colônia, salvo raras exceções, os políticos brasileiros defendem apenas os próprios interesses e suprem as necessidades daqueles que os cercam, não ligando para os anseios do povo. Sendo assim, por que fomentar partidos? Por que viabilizar fundo partidário? Por que não balizar os ganhos dos agentes públicos com o restante da classe trabalhadora do país, atrelando-os ao salário mínimo nacional? Realmente são necessários tantos vereadores, deputados, senadores, além do sem-número de cargos comissionados para gerir o país? Política tem que deixar de ser cabide de emprego, nepotismo. Calma, brava gente!

Há pessoas comprometidas em fazer a diferença na Política. No entanto, o mecanismo precisa ser desmantelado, pois é podre, propenso à corrupção. Culturalmente, o brasileiro acha que “o que é público não tem dono”, uma grande falácia. Como os governantes, invariavelmente, são incompetentes na gestão do bem comum, que validem as privatizações, deixando o Estado responsável pelo básico. Vide as parcerias público-privadas que estão funcionando bem, especialmente em hospitais e instituições educacionais. Com boa vontade, administração competente e contratações via Meritocracia dá para beneficiar a população. Calma, brava gente!

Eu acredito no Brasil. O nosso país tem uma força imensurável. Olhemos para o Agronegócio, que mesmo sofrendo com tantas mazelas, barreiras e desatinos de governantes, registra crescimento ano a ano. A pujança do setor é algo incontestável, fruto do trabalho de homens idôneos, cujas iniciativas servem de modelo em produtividade a países desenvolvidos, sendo referência em desempenho. O caipira de outrora, hoje está moderno e faz de seu árduo trabalho o sustento de uma enorme cadeia econômica-social, sempre valorizando princípios ético-morais, preservando a integridade da fauna e da flora. Calma, brava gente!

Empoderamento feminino? O real poder da mulher eu vejo através das minhas avós: uma que ficou viúva cedo e deu conta de criar quatro filhos com muito empenho, esmero, zelo e amor, e a outra que cuidou dos afazeres do lar e da educação das meninas para dar total suporte ao marido prover a família. Aplaudo a minha mãe, que junto ao meu pai, sempre trabalhou duro para que eu, minha irmã e meu irmão nos tornássemos pessoas íntegras, corretas, com brio, bons modos e força para superar as dificuldades. Valorizo a minha irmã, as minhas tias e primas, a minha esposa e tantas amigas, que não se prostraram e tiveram discernimento para construir os próprios caminhos. Elas não ficaram por aí fazendo barulho, com peitos à mostra, axilas sem depilar e vociferando barbaridades, subjugando-se. Graças a Deus, a nova geração, da qual a minha filhinha faz parte, está se saindo melhor do que a nossa… Calma, brava gente!

Antes do diálogo é preciso respeito. Há que se discordar sim, mas, sobretudo, há que se respeitar. Não é porque gosto do verde, que não acho o azul belo. Não é porque trabalho duramente para pagar as contas no final do mês, que não admiro os mais abastados, tampouco menosprezo os menos favorecidos. Não é porque gosto de jogar tênis, que não prestigio o futebol. Não é porque sou são-paulino, que não brinco com o corintiano. Não é porque sinto prazer em andar a cavalo, que sou contra quem anda de bicicleta. Não é porque crio cachorros, que não aceito os que preferem adotar pets. Não é porque como carne, que não me sento à mesa com o vegano. Calma, brava gente!

Em suma, os mais otimistas (incluo-me neste grupo) acreditam que as crises sirvam para chacoalhar a árvore que dá frutos, prosperando os bons e sadios, excluindo os podres. A minha melhor versão trabalha para tempos vindouros felizes – “quem lança a culpa nos outros é porque não aceita as culpas que têm”, Chico Xavier. Sejamos as mudanças que tanto queremos no mundo! Proteção à Natureza… Integridade! Calma, brava gente!

Por Marcelo Pardini – narrador, poeta, jornalista, pós-graduado em Marketing e leiloeiro rural; titular da marca Agro MP – A voz do Agronegócio.
E-mail: contato@agromp.com.br | Instagram: agromp.marcelopardini
Crédito da imagem: Arquivo Pessoal

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