O projeto de extensão Educação Inclusiva Equoterapeutica, vinculado ao Instituto de Saúde da Universidade de Passo Fundo (IS/UPF), tem uma missão especial: estimular o aprendizado com a ajuda de cavalos terapeutas. Atualmente, os animais auxiliam o desenvolvimento cognitivo e psicológico de 35 crianças, jovens ou adultos com transtorno do espectro autista, paralisia cerebral, traumatismo neurológico, hidrocefalia, síndromes de Rett e West e distúrbios neuromotores e osteomusculares.
Os participantes recebem acompanhamento multidisciplinar de estudantes dos cursos de Educação Física, Enfermagem, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina, Psicologia e Medicina Veterinária, sob orientação do professor Paulo Cezar Mello, coordenador da iniciativa e mestre em Envelhecimento Humano.
A equoterapia é realizada em ambiente aberto, ou seja, deixa os participantes suscetíveis a estímulos externos e em contato direto com os cavalos terapeutas. Além disso, são usados materiais lúdicos, como quebra-cabeças, puzzles de madeira e de plástico, bolas, bambolês e argolas, cones e espelhos, entre outros, que potencializam resultados, como aumento da capacidade neuropsicomotora dos participantes: coordenação, ritmo, equilíbrio, postura, normalização e tônus. Em todas as atividades, os alunos estão montados no cavalo.
Isso ocorre por meio do movimento tridimensional do dorso do cavalo, o qual ajuda a fornecer imagens cerebrais sequenciais e impulsos para se aprender ou reaprender estímulos. “O movimento rítmico balançante estimula o metabolismo, regula o tônus e melhora os sistemas cardiovascular e respiratório. A mudança de equilíbrio constante estimula o sistema vestibular e solicita uma adaptação incessante do próprio equilíbrio, fortalecendo a musculatura e a coordenação”, avalia Mello.
As sessões de equoterapia são realizadas nas segundas e quartas-feiras, na Fazenda da Brigada Militar. O projeto de extensão já contou com quase mil estagiários de diferentes cursos. Com quase 20 anos de existência, o projeto mudou a vida de mais de 100 famílias.
O jovem Marcelo Reinehr, de 20 anos, participa das atividades há quatro anos e percebe avanços no próprio desenvolvimento. “É muito bom. Me ajuda a melhorar a motricidade, algo que tenho muita dificuldade. Adoro estar com os cavalos terapeutas”, comenta. Os participantes também desenvolvem tolerância à frustração, autoconfiança, autonomia, independência e sociabilização.
“A vibração e o grau de satisfação dos familiares de uma criança com deficiência que conseguiu se manter em equilíbrio sobre o lombo do cavalo, sem auxílio dos terapeutas laterais (estagiários), é uma sensação que dificilmente pode ser captada por instrumentos quantitativos ou escalas de avaliação”, pondera o professor.
O projeto também auxilia na ressocialização de adolescentes do Centro de Atendimento Socioeducativo de Passo Fundo (CASE), responsáveis pela condução do cavalo na andadura passo (tipo de caminhar do cavalo).
Saiba mais sobre as atividades no perfil do Instagram @equoterapiaupf ou entre em contato pelo e-mail equoterapia@upf.br.
Por Assessoria de Imprensa
Fotos: IS/UPF
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