O Concurso Completo de Equitação é dividido em três provas – Adestramento, Cross-country e Salto – que são realizadas em dias consecutivos
Adestramento com Marcelo Tosinas Olimpíadas Pequim 2008
Se você acompanha as provas de hipismo ou mesmo as Olimpíadas, certamente já ouviu falar ou assistiu provas de Concurso Completo de Equitação, mas você sabe o que quer dizer e quais são as regras? O CCE é uma das modalidades equestres que compõe o quadro da Confederação Brasileira de Hipismo e que, por sua vez, segue o regulamento da Federação Equestre Internacional. Por ser um esporte CBH e FEI, o CEE integra a lista de modalidades que participam das Olímpiadas e também dos Jogos Equestres Mundiais.
Cross-country com GuegaFofanoff: o cavaleiro de
CCE mais experiente em
competições internacionais:
Quem pratica CEE deve ser habilidoso em três provas: Adestramento, Cross-country e Salto, O conjunto, cavalo e cavaleiro, deve realizar essas três provas para compor a sua nota final. Por esse motivo, o CEE também é chamado de ‘triatlon’ equestre. É uma importante mostra da capacidade do conjunto competir em três diferentes disciplinas distintas entre si e num curto espaço de tempo, o que exige preparo técnico e físico.
Salto. Na foto, o cavaleiro militar, o Ten. Cel.Jéferson Sgnaolin, em Pequim
O Adestramento é a primeira prova a ser cumprida. O conjunto precisa efetuar determinados movimentos (figuras) de diferentes graus de dificuldade mostrando entrosamento e equilíbrio. No segundo dia acontece o Cross-country, onde o conjunto percorre um percurso externo, com obstáculos inspirados no campo, mas sempre com um alto grau de dificuldade. A terceira e última prova do CCE é o Salto. O conjunto precisa transpor obstáculos móveis de diferentes alturas mostrando controle e precisão. O objetivo da prova é mostrar que depois da exigente prova de Cross-country o animal continua com energia, resistência e obediente ao comando do cavaleiro.
No Brasil, o Concurso Completo de Equitação foi introduzido em 1922 pelo Exército, com o objetivo de preparar cavalos para a guerra. Por décadas, foi praticado apenas por militares, responsáveis por representar o Brasil em torneios no Continente Sul-americano e nas Olimpíadas de 1948, em Londres, Inglaterra.
A partir da década de 80, a modalidade passou a ser praticada por civis, especialmente cavaleiros oriundos do Hipismo Rural. A Confederação Brasileira de Hipismo e entidades militares, como a Escola de Equitação do Exército, a Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) e Regimentos da Cavalaria, passaram a promover competições conjuntas, investiram em cursos, clínicas e a vinda de técnicos internacionais, o que resultou na formação de uma nova geração de atletas, mesclada por civis e militares. Nos anos 90, o intercâmbio internacional ganhou fôlego e os resultados dos atletas elevaram o Brasil a maior potência do esporte na América do Sul e entre os melhores do mundo.
O Brasil já marcou presença em seis Olimpíadas – 1948, 1992, 1996, 2000, 2004 e 2008 – e nas cinco edições dos Jogos Equestres Mundiais – 1990, 1994, 1998, 2002 e 2006. Com participação de civis o Brasil estreou nos Jogos Pan-americanos de 1995 e desde então a equipe brasileira subiu no pódio em todas as edições: Ouro em Mar del Plata, Argentina (1995), Prata em Winnipeg, Canadá (1999) e Bronze nos Jogos de Fair Hill, Estados Unidos (2003) – onde foram realizadas as provas do Pan de Santo Domingo -, e no Pan do Rio (2007). Nos Campeonatos Sul-americanos o Brasil soma várias conquistas, sendo o país que mais títulos conquistou na competição.
O Time Brasil se prepara para seu sexto Jogos Equestres Mundiais, que acontecem em setembro, nos Estados Unidos.
Por Luciana Omena
Fonte e Fotos: CBH