Eu, Veri Real, portadora de uma tetraparesia espástica nível motor II, ocasionada por falta de oxigenação cerebral na hora do parto
Cheguei ao mundo com todas as impossibilidades de um desenvolvimento normal. Mas, graças a Deus, fui guiada pelas mãos de minha mãe para o mundo dos cavalos. Sim, foram eles que mudaram o meu destino e me ajudaram a chegar onde estou. Desde sempre, eles foram minhas pernas. Com esse nobre amigo, descobri a felicidade da vida.
Com um ano e meio fui apresentada ao meu primeiro pônei, de nome Gigante. Um marrentinho bem fofo que me esperava para um gostoso passeio todas as manhas. Cada passeio era um novo desafio. Minha mãe criava diferentes exercícios que eu praticava montada em meu Gigante. Eles abordavam coordenação, equilíbrio e força.
Por volta de três anos, fiz minha primeira cirurgia, que me deixou imobilizada por mais de três meses. Mesmo assim, todos os dias minha mãe me colocava em cima do cavalo e me puxava por toda a fazenda sem auxílio de nenhum equipamento de segurança. Hoje, com a confirmação de vários médicos, foi isso que me possibilitou uma perfeita postura de tronco.
Com a retirada do gesso, o Dr. Roberto Santin, meu cirurgião, me em indicou sessões de fisioterapia para o alongamento dos tendões adutores. Devido a muitas dores, as sessões não tiveram sucesso. Acompanhado meu sofrimento, minha mãe sugeriu que minha reabilitação fosse feita na Hípica Paulista.
Totalmente desacreditado e certo de que não daria certo, o Dr. Roberto acabou concordando. Para o espanto geral, logo na primeira sessão consegui facilmente cumprir todos os exercícios. Já naquela época, minha mãe visualizou um novo destino para minha vida, que pretendo contar a vocês nas próximas colunas.
Assim começou meu renascimento pelas patas desses nobres amigos!
Por Veri Real
Paratleta