Comunicação Intuitiva: seu cavalo pode falar com você!

Fomos conhecer uma técnica em que envolve a energia do campo magnético e da glândula pineal no contato com os cavalos

Imagine um cenário em que você poderia ‘ouvir’ tudo o que seu cavalo está pensando e sentindo? A Comunicação Intuitiva, que envolve a energia do campo magnético e da glândula pineal como uma das técnicas no contato com os cavalos, pode te ajudar.

Camila Morandini é quiropraxista há 12 anos e médica veterinária. Sua ligação com os animais sempre foi natural. Apaixonou-se pelos cavalos quando foi fazer um estágio e mudou totalmente o rumo da profissão. Em seguida, conheceu mais de perto a Quiropraxia na Alemanha.

De acordo com ela, a Quiropraxia é uma técnica físicaneurológica que ao mesmo tempo tem muita liberação de musculatura, relaxamento e comunicação. Acima de tudo, há quatro anos Camila percebeu que tudo que ela sentia de negativo ou positivo, os cavalos também.

Confira entrevista!

Comunicação Intuitiva seu cavalo pode falar com você 1

O início

“Comecei a prestar atenção no meu corpo. Uma vez, proprietário contou a história de um cavalo que eu fui atender. Eu uso uma caixa para subir e alcançar a coluna do cavalo no atendimento da quiro e meu corpo me afastava dele. O cavalo retirava essa caixa de perto de mim.

Não entendi a situação por um tempo, insisti e depois parei de tentar. Meu corpo todo repelia o contato com aquele cavalo. Dessa forma, entendi que tinha muito mais ali e comecei a pesquisar sobre comunicadores.

A primeira comunicadora que vi é dos Estados Unidos, Anna Breytenbach. Assisti a um vídeo de dela com uma leopardo resgatado. Por exemplo, o nome dele era Demon (Demônio) e foi só trocar o nome que o leopardo conseguiu ter uma vida feliz.

A Comunicação Intuitiva emociona qualquer pessoa. Assim sendo, a partir desse momento eu vi que tinha que existir algo mais nessa relação. Passei a parar e tentar escutar mais.

Também conversei com algumas pessoas que já trabalhavam com a Comunicação Intuitiva fora do Brasil. E o Mestre Chu me falou ‘tente escutar’, ‘faça perguntas simples para ter respostas simples’, ‘não queira incrementar porque você não vai conseguir’, ‘tem que acostumar seu cérebro’, ‘entrar na frequência respiratória’.

Passei a fazer dessa forma as perguntas e realmente esperar um sim ou um não do cavalo. Contudo, meu lado ‘faladora’ não se conteve e eu comecei a bolar um monte de frases. Queria realmente escutá-los”.

Primeiras respostas

“Percebi que a história de cada cavalo era muito relevante para essa comunicação. Os proprietários começaram a relatar o que havia acontecido com os cavalos e eu comecei a prestar mais atenção. Descobri que uma das minhas maneiras de comunicação é visualizar o que aconteceu.

Só para ilustrar, pergunto a um cavalo porque está tão magro. Então ele me mostra o lugar que se machucou ou que teve trauma emocional. Visualizo o que quer que tenha acontecido com ele que tenha levado-o a não comer direito. Depois que o cavalo me mostra essa imagem, deixo-o livre para me mostrar o que quiser.

A partir do que é o mais importante para eles, eu começo a fazer as perguntas. Uma das situações engraçadas que sempre acontece é quando os cavalos não querem que os proprietários saibam de alguma coisa. Recentemente fui fazer um atendimento e fui mordida por um cavalo durante uma comunicação. Tipo ‘cala a boca’, ‘já deu’, ‘encerra’.

É uma troca, sempre. Logo após fazer esse tipo de atendimento pela primeira vez, fico em contato com os donos dos cavalos. Criamos uma ligação e eu acabo falando em outro momento algo que não deu para falar na hora. Escrevo e gravo para mostrar na hora oportuna, pois também tem os que no primeiro momento não acreditam, então entrego tudo escrito depois”.

Timing

“Sempre vai ter a hora certa de passar as respostas aos proprietários. ‘Olha só, agora você pode ver isso’. Então, existe um tempo, existe um propósito muito grande por trás da Comunicação Intuitiva.

E o que mais nos chama a atenção é que não só eles entendem porque está acontecendo aquela situação com eles, mas também tem o lado dos que não sabem o que está acontecendo. Esse para mim é o mais difícil de explicar.

Por exemplo, porque ele apanhou, porque ele está sendo agredido, porque está passando fome. Assim como acontece com os humanos, há o momento que as pessoas absorvem o que você explica e outras não. Dessa maneira, os cavalos falam ‘me troca de lugar’, ‘me muda disso, daquilo’. É muito difícil para o ser humano entender.

Contudo, quando eu falo que aconteceu uma situação e o cavalo precisa ser mudado de baia, os proprietários acatam no mesmo momento. Normalmente, quando os cavalos mostram o porque não gostam de estar ali, no fundo o proprietário já sabia. É alguma coisa que eles viveram”.

Técnica

Eu uso uma técnica que detecta o emocional do cavalo mais rápido. É uma maneira do proprietário ver fisicamente. Porque a prova é física, não espiritual. Também difere do Thetahealing ou Microfisioterapia, que usa uma metodologia diferente que usamos aqui.

Então eu uso muito essa técnica para detecção de problema emocional. Ás vezes a gente sente um pulmão fechado, que pode ser medo de morte, por exemplo. Sente uma dor na perna, pode ser medo de dar um passo adiante. Uma dor no ombro, que pode ser aceitação do novo. Uma dor de garganta é querer desabafar.

Essa última é interessante. Cavalos não vomitam, então quando eu chego perto de um animal que começa a tossir muito ou ter ânsia eu sei que algo que o está incomodando. Ele quer por para fora aquilo. Portanto são maneiras de fazer a Comunicação Intuitiva. Eu sinto no meu corpo. Aprendi também a pegar para mim dentro do campo magnético tudo que o cavalo está sentindo.

Se ele tem uma dor em qualquer parte do corpo eu vou sentir no meu corpo. Assim sendo, eu começo a tentar traduzir de onde vem essa dor. Consigo através do AK (Applied Kinesiology) se for física. E se for emocional através da comunicação ou da emoção. Já teve cavalo que pediu para a gente se afastar, para não tratar, porque ele precisava passar por aquilo. É bem difícil e complicado.

Por outro lado, é importante também aprender a descarregar essa energia que recebemos deles. No começo, eu fazia uma conexão com a terra, tirava o sapato, botava a mão na terra. Hoje em dia quando eu saio, mentalizo para ficar com o que é meu e deixar o que são as emoções deles. Aviso para eles que estou indo, mas posso voltar quando precisarem”.

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a Comunicação Intuitiva é uma técnica em que envolve a energia do campo magnético e da glândula pineal no contato com os cavalos

Thetahealing e Microfisioterapia

“O que eu faço é completamente diferente de Thetahealing e Microfisioterapia. Na comunicação qualquer pessoa pode fazer, mas nem todos conseguem por algum motivo pessoal. Claro que para começar precisa treinar. Eu entro na frequência respiratória dos cavalos, acalmando o cérebro, assim consigo me comunicar.

A microfisio é uma técnica física mesmo, de toque. É possível fazer um curso e aprender. Contudo, o que eu faço é uma comunicação, é a única diferença. A microfisio é uma técnica física, mas não é comunicação. Ela vai até onde o músculo permite.

Seja como for, existem milhões de técnicas e cada um escolhe o que é melhor para si. Não existe a técnica certa ou a técnica errada. Existe a que você consegue fazer, não importa o caminho”.

Proprietário x Competidor x Cavalo

“A troca de energia entre eles é muito grande. O estado emocional do competidor interfere no cavalo, ele sente. E se houver uma boa conexão entre os dois, tudo pode ser melhor. Embora, às vezes, a gente precise explicar para o cavalo que não é possível.

Devido a isso já nos chamaram de charlatãs, que isso é impossível. Mas é a forma como trabalho. Muitas vezes sou chamada apenas para fazer a Quiropraxia e respeito isso. Dessa maneira, não entro no campo da comunicação. Apenas quando preciso de uma informação rápida para entender o motivo dos desequilíbrios neurológicos e corporais.

Problemas que os competidores carregam ou até mesmo o proprietário pode interferir na performance do cavalo, criar alguma dificuldade. Atendemos um cliente o qual não se posiciona como necessário. Isso reflete em suas passadas, no caso, a virada do segundo tambor, pois como ele se sente em segundo plano, isso afeta esse posicionamento”.

Na próxima semana daremos continuidade ao assunto. Fique ligado!

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Por Verônica Formigoni e Luciana Omena
Fotos: Verônica Formigoni