Quais são os tipos de corda, como é essa escolha e quais são as marcas que circulam entre os laçadores hoje no Brasil
O laçador, para exercer sua profissão ou seu hobby, precisa de alguns instrumentos, como um bom cavalo, uma boa sela e, o principal para executar o serviço, a corda. No início, quando se laçava nas fazendas, não se tinha preocupação para adquirir uma corda especifica. Eram usados os laços de couro mesmo. Após a evolução para o esporte e suas divisões, tudo foi se profissionalizando e muita tecnologia foi envolvida para melhorar o desempenho dos laçadores nos eventos.
Hoje, a corda é um equipamento fundamental para o laçador exercer com de forma perfeita a sua boa laçada. No Brasil, existem quatro marcas de cordas que mais circulam entre os laçadores de Team Roping: as importadas Classic e Cactus Ropes; e as nacionais Precision Ropes e Power Ropes. Já para o Laço Individual, são as importadas Williard, King e Mike Johson.
Cada uma tem seus modelos específicos e qualificações. O mais interessante é que para cada tipo de modalidade no Laço existe um parâmetro de corda. Segundo os fabricantes, a corda para o Laço Cabeça mede geralmente 9, 50 metros, já para o Laço Pé ela tem 10,6 metros, ou seja, ela é 1,10 metro maior. A de Laço Individual em comprimento é a menor, mede 8,50 metros, mais curta e mais grossa.
O material usado nessas cordas são sintéticos, sendo elas de nylon ou feitas de polímeros – poliéster, polipropileno e poliamida. No Laço Comprido, outra modalidade de laço, são laços feitos de couro trançado e chegam até 20 metros de comprimento, não se aplicando ao tema desta matéria.
Se a corda é dura ou macia, essa textura é dada pela quantidade de torções que ela sofre, quanto mais apertada mais dura, e com menos ela é mais macia. Os tentos muitos falados quando vai se comprar uma corda, é a quantidade de cabos torcidos que a forma, habitualmente, os laçadores usam a e três tentos e de quatro tentos.
Segundo Daniel Fachin, da Cordas Precision, 90% dos bezerreiros laçam com cordas três tentos e os team ropeiros usam as de três e quatro tentos, porém a que mais tem saída é a com quatro. “Essa escolha no Laço Individual é porque a corda fica mais na mão e se tem mais firmeza para laçar”, detalha.
Os laços também recebem nomes diferentes conforme sua textura. Para o Laço Cabeça geralmente são usadas cordas mais macias, conhecidas como: Extra-Soft (extra macia); Soft (macia) e Médium-Soft (macia média). Para o Laço Pé, são usadas cordas mais duras: Médium-Soft (macia média); Médium (media); Hard-Medium (média dura) e Mediumhard (dura-média).
Cada empresa nomeia as suas cordas de uma maneira diferente, de acordo com as especificações, mas no caso da textura, todas seguem a mesma nomenclatura.
Mas agora você deve estar se perguntando: como cada laçador escolhe a sua corda? Pelo que conversamos com o pessoal, nesse ponto vai da necessidade e gosto de cada laçador. Uns preferem as mais pesadas, outros, usam as mais grossas ou mais finas, e ainda mais duras ou macias.
Rodrigo Sobreira de Matos, profissional de Team Roping, usa a Cactus Ropes. “Eu, particularmente, uso Cactus porque tem um ótimo padrão de qualidade, todas as cordas são iguais, eu não preciso ficar experimentando para saber se esta torta ou se está diferente do costume. Uso o modelo Hipnotic Medium Soft para laçar boi mocho e uso Amigo Extra Soft pra laçar chifre, e no pé uso C4 Medium, que é leve encorpada e me ajuda muito a sentir a ponta além de tudo é muito durável. A Hipnotic e rápida, firme, não muda quando laçamos vários bois seguidos e a durabilidade é um dos seus maiores valores. Já a Amigo Extra Soft, é uma corda mais pesada e muito macia e isso faz com que eu tenha que ter bastante energia no giro e isso me ajuda”.
Miguel Zambon usa a Cordas Precision e sempre optou pela Hard Medium, que é uma corda um pouco mais firme, mas teve que mudar. “Depois que tive um problema no ombro passei a usar e me adaptar com a Médium, que é um pouco mais macia. Para todas elas existe o modelo ligth, que é uma corda um pouco mais fina e leve. Uso a Precision pela qualidade e por se encaixar no que preciso, dando mais firmeza nas laçadas”.
Marinho Francisco, profissional de Laço Individual, diz que prefere, em seus treinamentos, usar a marca Williard. Eu uso a Symgrass 60, uma corda sintética que não estica muito, gosto do peso e espessura dela para treinar. Já nas provas, uso as cordas da King, a Poligrass 57, porque é uma corda mais precisa e rápida. Porém, pelo que vejo entre os competidores em prova, a mais usual é da marca Mike Johson, a Poligrass”.
Essas foram apenas opiniões de alguns laçadores e alguns dados que conseguimos coletar com especialistas. Se você quer começar, pesquise e teste a que mais se adaptará ao seu estilo. E vamos para a pista!
Por Verônica Formigoni | Fotos : Cedidas