São 34 anos de formação e 21 anos de atuação como médico veterinário dentro da Associação Brasileira de Quarto de Milha (ABQM). E o sentimento do Dr. Reinaldo de Campos por essa trajetória é de gratidão. “Só tenho que agradecer por tudo que tenho vivido e feito na minha profissão”, comemora ele que conversou com o Portal Cavalus e contou um pouco de sua paixão pelos cavalos.
Como começou a sua história dentro da Medicina Veterinária?
Eu me formei na Universidade de São Paulo (USP) no ano de 1989. Em seguida, tive a oportunidade de fazer vários estágios profissionais nos Estados Unidos e Europa, e em 1992, montei a Equine Center, uma clínica localizada dentro do Jockey Club de SP. Em 2003, participamos de um exame de seleção. Na época, o presidente era o Ovídio Ferreira, o secretário, o senhor Carreira e o veterinário responsável pelo atendimento clínico era o Dr, Jarbas Bertoli. Fomos convidados a fazer parte da seleção com análise de currículo que prontamente foi aceito. Dessa forma, iniciamos a nossa participação na ABQM.
Dr. Reinaldo, como foi a escolha pelo cavalo até você chegar na ABQM?
Desde o início da carreira optei pelo cavalo. Inclusive, quando fiz a faculdade, já queria mexer com equídeos porque o meu tio era treinador de corrida no Jockey de São Paulo. Posso dizer que a minha paixão vem desde a infância.
Como foi aceitar o desafio de estar à frente da medicina veterinária na ABQM?
Eu aceitei na época porque era uma oportunidade de botar os ovos em várias galinhas (risos). Aceitei o convite para fazer parte do exame de seleção porque vi que era uma oportunidade de atender outras raças, e não apenas o Puro Sangue de Corrida, o sangue inglês. Confesso que, quando comecei em 2003, eu não tinha ideia da grandeza que era a ABQM. O que realmente me fascinou foi o ambiente familiar. Tive a oportunidade de conviver com grandes famílias em que o pai, a mãe e o neto, todos os familiares, participavam das provas e olhavam o cavalo como se fosse um pet. Isso, sem dúvidas, foi uma mudança para mim naquela época.
Houve alguns percalços que você tenha passado durante esses 21 anos de atuação nesses lugares?
Eu não tive percalços, mas é bom frisar que a medicina veterinária é um caminho tortuoso, demorado e que exige dedicação. Posso dizer que fui bem sucedido nessa minha trajetória, principalmente dentro da ABQM. Quando cheguei eu tive toda a infraestrutura colocada à disposição. Evidentemente, no começo, foi tudo difícil, afinal era novo tanto pra mim, quanto para a associação. Hoje temos um hospital físico muito bem montado com equipamentos de última geração para diagnóstico e tratamento dos cavalos. Podemos dizer que a evolução foi grande.
Tem ideia de quantos cavalos você já atendeu?
Durante esse tempo, computamos mais de 6 mil cavalos atendidos – todos com êxito. O que mais atendemos aqui são as cólicas, as indisposições que os cavalos têm, os problemas respiratórios como as gripes, as claudicações que são as manqueiras, a desidratação devido às viagens longas e as escoriações de transportes. Os problemas no interior do parque são praticamente zero. Pela própria infraestrutura que a ABQM tem hoje, não temos visto problemas sérios dentro do parque.
Qual era a quantidade de animais que você atendia? E hoje, quantos são atendidos?
Quando comecei na ABQM, eram dois eventos anuais. Lembro que chegavam a mil inscrições. Hoje são cerca de 10 mil inscrições. Já a quantidade de cavalos chega a quase 3 mil dentro do parque – se contar animais de competição e de leilão. Lembrando que somos responsáveis por cuidar, também, dos animais de leilão. Atualmente somos dois veterinários, eu e o Dr. Sérgio Portilho, com uma base de 15 estagiários oriundos de diversas faculdades do Brasil. É importante salientar esse lado social que a ABQM vem desenvolvendo ao abrir espaço para esses alunos poderem aprender durante essas duas semanas com a gente.
Você tem ideia de quantos estagiários já passaram por vocês?
Cerca de 900 estagiários aqui na ABQM em 21 anos. Já no Jockey Club de São Paulo, tive 2400 estagiários.
Qual o seu sentimento de estar trabalhando todos esses anos para as mesmas entidades?
De gratidão, sem dúvidas. Passei por várias diretorias e tenho que agradecer a cada um deles pela oportunidade de desenvolver o nosso trabalho.
Por Wesley Vieira / Redação Cavalus
Colaboração: Verônica Formigoni
Fotos: Divulgação/Heloísa Alves
Leia mais notícias aqui.